Economia

Dólar se firma em queda nesta sexta, de olho no cenário exterior

Na véspera, o dólar avançou 1,36%, a R$ 3,1378 na venda, depois de ter batido a máxima do dia de R$ 3,1423

Por G1 24/03/2017 18h25
Dólar se firma em queda nesta sexta, de olho no cenário exterior
Reprodução - Foto: Assessoria
O dólar se firmou em queda em relação ao real nesta sexta-feira (24), de olho no cenário externo. A moeda passou a maior parte do dia oscilando, com os investidores na expectativa da votação de projeto de saúde nos Estados Unidos, determinante para mostrar a força do presidente norte-americano Donald Trump, e ainda cautelosos com a cena política no Brasil, destaca a Reuters.

Às 15h59, a moeda norte-americana caía 0,94%, a R$ 3,1084 na venda, depois de ter ido a R$ 3,1511 na máxima do dia, de acordo com a Reuters.

"Se não fosse o (cenário) doméstico, o dólar poderia cair muito mais", afirmou à agência o diretor de tesouraria do Banco Modal, Luiz Eduardo Portella.

Os desdobramentos da Operação Carne Fraca também continuavam no horizonte dos investidores, sobretudo seus efeitos sobre as exportações brasileiras.

"Uma derrota do Trump pode gerar uma onda de instabilidade", afirmou à Reuters o economista-chefe da corretora Infinity, Jason Vieira. "É difícil saber qual será o efeito sobre o mercado local. O dólar pode ir a R$ 3,20", acrescentou.

A votação do projeto de saúde que pode substituir o Obamacare foi adiada para esta sexta-feira pelo temor dos republicanos de que não obteriam os votos necessários. A votação é vista pelos mercados financeiros como um teste crucial das habilidades de Trump em trabalhar com o Congresso para aprovar seus planos, incluindo planejados cortes de impostos e gastos em infraestrutura.

No Brasil

Internamente, os investidores mantinham a cautela com o andamento da reforma da Previdência no Congresso Nacional, depois que o governo obteve placar apertado para a votação da terceirização na Câmara dos Deputados no meio da semana.

Além disso, a percepção de que a interrupção da venda de carnes para diversos países depois da operação Carne Fraca vai prejudicar a balança comercial também era repercutida pelos investidores.

"Os importadores sabem que entrarão menos recursos no país e começaram a se antecipar e comprar dólares, prevendo menos moedas à frente", afirmou à Reuters o superintendente da Correparti Corretora, Ricardo Gomes da Silva.

O Banco Central brasileiro vendeu integralmente nesta sessão o lote de até 10 mil swaps tradicionais - equivalente à venda futura de dólares - ofertados para rolagem dos contratos de abril. Já foram sete leilões iguais, que reduziram a US$ 6,211 bilhões o estoque que vence no mês que vem.

Na véspera, o dólar avançou 1,36%, a R$ 3,1378 na venda, depois de ter batido a máxima do dia de R$ 3,1423.