Economia
Dólar passa a subir em relação ao real, de olho em juros dos EUA
O dia ainda é marcado por demissão de conselheiro de Trump e volta de interferência do BC no mercado de câmbio
Mais cedo, o dólar recuou após Michael Flynn, conselheiro de Segurança Nacional do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pedir demissão do cargo depois de revelações de que ele discutiu as sanções impostas pelos EUA à Rússia com o embaixador russo em Washington antes da posse de Trump. Além disso, o Banco Central do Brasil voltou a interferir no mercado de câmbio após vários dias seguidos de ausência.
Às 15h09, o dólar subia 0,06%, a R$ 3,112 na venda, depois de fechar no dia anterior com leve alta de 0,03%, a R$ 3,1101.
O mercado monitora pistas sobre o rumo dos juros nos Estados Unidos porque, com taxas mais altas no país, o dólar teria uma tendência de alta em relação a moedas como o real. Isso porque os Estados Unidos se tornariam mais atraentes para investidores que possuem recursos aplicados em outros mercados, como o Brasil.
Nesta terça, Yellen disse que o Fed provavelmente precisará elevar a taxa de juros em uma das próximas reuniões, embora tenha indicado incerteza considerável sobre a política econômica com a administração do presidente Donald Trump. Ela acrescentou ainda, durante audiência no Senado norte-americano, que adiar aumentos dos juros seria "insensato".
"Ela (Yellen) foi clara ao dizer que não seria inteligente esperar para subir os juros", apontou à Reuters o diretor de operações da Mirae Asset, Pablo Spyer.
Abaixo de R$ 3,10Mais cedo, o dólar operou abaixo de R$ 3,10, batendo na mínima da sessão R$ 3,0929, menor cotação intradia desde 2 de julho de 2015 (R$ 3,0924), segundo a Reuters, com a renúncia de Flynn ressaltando a persistente imprevisibilidade da administração de Trump, aumentando o clima de cautela.
"Ainda estamos no início da nova administração, por isso ainda não conseguimos detalhes sobre a estratégia fiscal e isso vai ter impacto importante sobre como o Fed orienta a política", disse à Reuters o estrategista-chefe de mercado da BNY Mellon, em Londres, Simon Derrick.
LeilãoO BC brasileiro voltou a fazer leilão de swap tradicional - equivalentes à venda futura de dólares - para rolagem dos vencimentos de março, vendendo o lote integral de até 6 mil contratos, equivalente a US$ 300 milhões. Com isso, voltou ao mercado com esse tipo de intervenção, feita pela última vez em 30 de janeiro, destaca a Reuters.
Se mantiver esse volume até o final do mês, e vender o lote integral, o BC rolará apenas parcialmente o lote que vence no próximo mês, equivalente a US$ 6,954 bilhões.
Operadores disseram à Reuters que a atuação indicava que o BC não estava preocupado com o nível do dólar, que vem mostrando trajetória de baixa ante o real diante das expectativas de ingresso de recursos externos no País.
"Parece que para o BC, quanto mais baixo (o dólar), melhor. Pode contribuir para cortar um pouco mais a Selic", afirmou à agência o diretor da consultoria de valores mobiliários Wagner Investimentos, José Faria Júnior.
O BC fará leilão de até 6 mil swaps tradicionais, voltando ao mercado com esse tipo de intervenção, feita pela última vez em 30 de janeiro.
Se mantiver esse volume até o final do mês, e vender o lote integral, o BC rolará apenas parcialmente o lote que vence no próximo mês, equivalente a quase US$ 7 bilhões.
No exterior, o dólar recuava ante outras moedas, com investidores também de olho no depoimento da chair do Federal Reserve, Janet Yellen, no Senado norte-americano às 13h (horário de Brasília).
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