Economia
Banco Central dos EUA mantém juros em 1ª reunião após posse de Trump
Taxas permanecem na faixa entre 0,50% e 0,75%
Em seu comunicado, o Fed considerou que as condições do mercado de trabalho e a atividade econômica se fortaleceram a um "ritmo moderado". O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, em inglês) sinalizou que o caminho para a recuperação da economia será feito pelos "ajustes graduais em sua política monetária".
A última elevação das taxas ocorreu em dezembro do ano passado, a única de 2016 e segunda em uma década. A decisão veio em linha com as expectativas do mercado. Na ocasião, o Fed sinalizou que poderia subir os juros por até três vezes em 2017, citando as promessas de cortes de impostos, aumento de gastos e desregulamentação feitas por Trump.
Os investidores aguardavam o comunicado de política monetária do Fed, em busca de qualquer mudança após uma série de dados econômicos favoráveis.
Histórico de decisõesA primeira elevação de juros nos EUA em mais de 10 anos aconteceu em dezembro de 2015. Até então, a taxa básica de juros dos EUA (equivalente à Selic brasileira) era mantida a patamares próximos a zero desde 2008, para dar fôlego à economia norte-americana durante a crise financeira internacional.
No fim de 2015, as taxas subiram para a faixa entre 0,25% a 0,50%. Desde então, o Fed só voltou a elevar os juros no fim do ano passado, para a faixa entre 0,5% e 0,75%.
O cenário de incertezas no âmbito global postergou a decisão do Fed, devido à incerteza gerada pelo Brexit, à lentidão da recuperação da economia internacional, aos baixos preços do petróleo e às expectativas com os efeitos para a economia mundial da eleição presidencial norte-americana.
Os integrantes do Fomc vinham expressando dúvidas sobre a consolidação do mercado de trabalho e sobre a evolução da inflação nos EUA diante do fortalecimento do dólar frente a outras moedas.
Investidores buscam sinalizações sobre os próximos passos do banco central norte-americano após a eleição de Donald Trump.
Efeitos para o BrasilA alta dos juros pelo Fed pode motivar uma transferência de parte dos recursos aplicados em países emergentes como o Brasil para os EUA. Os títulos do Tesouro norte-americano, atrelados à taxa de juros, são considerados o investimento mais seguro do mundo. O mercado aposta que um eventual fluxo de capital para estes papéis pode levar a uma tendência de alta do dólar em relação a moedas mais fracas como o real.
A decisão de investimentos depende do apetite de risco dos investidores. Os mais conservadores tendem a procurar economias mais seguras para alocar seu capital, mesmo que paguem juros mais baixos. Em 2008, por exemplo, durante a crise do subprime nos Estados Unidos, a demanda por títulos do Tesouro americano cresceu.
Já os investidores que têm mais apetite ao risco aceitam aplicar recursos em economias mais arriscadas, como os países emergentes, que pagam juros maiores. Quando as taxas de juros estavam próximas de zero nos Estados Unidos, muitos investidores buscaram aplicar seus recursos em ativos de maior rentabilidade em mercados como o Brasil.
Mesmo com a alta do juro norte-americano, o diferencial de taxas em relação ao Brasil ainda é grande. O Brasil tem hoje uma taxa básica de juros de 13% ao ano.
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