Economia

Desembolsos do BNDES caem 35% em 2016, menor volume desde 2007

Volume de crédito concedido pelo banco de fomento recuou para R$ 88,3 bilhões

Por Reuters 31/01/2017 20h39
Desembolsos do BNDES caem 35% em 2016, menor volume desde 2007
Reprodução - Foto: Assessoria

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgou nesta terça-feira (31) que os desembolsos de financiamentos concedidos pela instituição de fomento em 2016 caíram 35% sobre um ano antes, para R$ 88,3 bilhões. Em 2015, o banco havia desembolsado quase R$ 136 bilhões para projetos de investimento.

Segundo o banco, as consultas sobre potenciais financiamentos recuaram 11% na mesma comparação, para R$ 110,3 bilhões. "No ano passado, houve redução da demanda e o BNDES não é uma ilha", está num contexto de 2 ou 3 anos ruins", disse o superintende do BNDES, Fábio Giambiagi.

Segundo ele, o desembolso de 2016 é o menor desde 2007, quando o montante foi de R$ 64,9 bilhões. Além disso, foi a primeira vez desde 2008 que os desembolsos ficaram abaixo da marca de R$ 100 bilhões.

Indústria liderou liberações

A indústria liderou os desembolsos do BNDES, com R$ 30,1 bilhões e participação de 34,2% sobre o total liberado pelo banco. Em seguida, aparece o setor de infraestrutura, para o qual foram desembolsados R$ 25,9 bilhões (29,4%).

Capital de giro

Os desembolsos para o capital de giro das empresas pelo Programa de Apoio ao Fortalecimento da Capacidade de Geração de Emprego e Renda (BNDES Progeren) saltaram 68% em 2016, totalizando R$ 2,7 bilhões.O programa realizou 5.900 operações, um crescimento de 230% em relação a 2015, e contribuiu para o aumento do volume de liberações para companhias de menor porte. Do total desembolsado pelo programa, 72% (R$ 1,94 bilhão) foram destinados às Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPMEs).

A participação das MPMEs nos desembolsos do Banco aumentou de 27,5% em 2015 para 30,8% sobre o total liberado em 2016, alcançando o montante de R$ 27,2 bilhões. Os segmentos média-grande e grande registraram as maiores retrações em 2016, na comparação com o ano anterior: queda de 44% e 38% nas liberações, respectivamente.