Economia

Crise breca aumento de aluguéis de casas para o carnaval

Em função da crise econômica e temendo não conseguir negociar, proprietários mantêm valores do ano passado

23/01/2017 11h06
Crise breca aumento de aluguéis de casas para o carnaval
Reprodução - Foto: Assessoria

Falta um mês para o Carnaval e os amantes desta data preparam os itens necessários para a folia. Os que preferem curtir o feriado nos balneários optam em alugar imóveis mobiliados para levar a família ou os amigos. Temendo a crise, proprietários dos imóveis e imobiliárias preferiram ‘congelar’ os preços do ano passado ou até oferecer descontos nos pacotes.

A assistente social Elaine Cristina é proprietária de uma casa na Praia de Paripueira, situada a 30 km de Maceió. Elaine disponibiliza reservas do imóvel para fins de semana e feriados. Todos os anos garante uma renda extra no Carnaval, mas ano passado os rumores de crise espantaram os foliões.

“Sempre alugo minha casa, coloco anúncio em sites e pelo Facebook também. Aí meus amigos compartilham e sempre consigo alugar. Só ano passado que foi ruim, tentei por muito tempo e até diminuí o preço, baixei mil reais, mas não teve jeito, ninguém alugou”, diz.

Para o Carnaval 2017, Elaine teve mais sorte, ainda em dezembro do ano passado, no início da divulgação do imóvel, conseguiu a locação “Postei o anúncio e no mesmo dia fechei com uma interessada. Ela gostou do imóvel e fechei a semana do Carnaval e mais quatro dias”.

O preço do aluguel segundo Elaine foi o mesmo do ano passado, R$ 5.000, como ela acertou outros quatro dias garantiu mais R$ 500,00 na negociação.

A casa de Elaine agradou Julyane Paixão, 33 anos, que levará cerca de 10 familiares e amigos para curtir o Carnaval em Paripueira. Segundo ela, que é publicitária, a escolha foi influenciada pelo conforto que o imóvel oferece.

“Todos os anos escolhemos lugares diferentes para passar o Carnaval, já fomos para Salvador, para a Barra [de São Miguel], Coruripe e Tabuba, começamos a procurar casas aí achamos a da Elaine e decidimos ir para lá nem pelo lugar, mas pela casa mesmo”, conta.

Outro fator foi o preço, Julyane explica que o valor do imóvel alugado foi compatível com a expectativa do grupo e com a pesquisa que realizou nos anos anteriores.

“Temos o costume de alugar casa não só no Carnaval, mas em outros períodos o preço está do mesmo jeito, continua dentro do que a gente já via”.

Balneários possuem ofertas de casas para todos os públicos 

O corretor de imóveis Luiz Carlos Lira possui uma imobiliária em Maragogi, Litoral Norte de Alagoas. A empresa dele oferta 15 casas para aluguel por temporada e conta que a procura este ano tem sido boa em relação a 2016.

“Para o Carnaval já temos 60% de todas as casas locadas. Maragogi tem 20 km de orla. Na parte principal, onde passam os blocos e as orquestras já temos 100% de locação, fechamos a última casa esta semana. Nas outras áreas, mais afastadas, nos povoados, ainda temos disponibilidade”.

As casas na região têm preços variados, alcançando a quantia de R$ 12 mil para os dias de Carnaval numa casa de alto padrão com seis quartos. Já as mais modestas, com dois e três quartos saem por R$ 3 mil durante os quatro dias de folia. Como o ano de 2016 não foi favorável para os aluguéis por lá, Lira conta que manteve os valores este ano e em alguns casos, ofereceu descontos.

“O que está acontecendo é que em relação ao ano passado estamos fechando com o mesmo valor. Não conseguimos aumentar os valores dos aluguéis e outras tivemos que dar desconto. Em Maragogi temos pouca oferta de casas, aí os preços são mais elevados, precisamos nos ajustar”.

Foi o caso do corretor Haroldo Gama. Com uma experiência de 25 anos na região da Praia Francês, precisou adaptar os preços à condição dos locatários, ele afirma que os preços variam de acordo com os imóveis, quantidade de pessoas ou dos dias que elas pretendem passar. São ao todo 30 imóveis disponíveis, com preços de R$ 200,00 para um quarto e sala podendo chegar até R$ 10 mil o pacote.

“Apesar de muitos pacotes terem sido vendidos, o preço acomodou um pouco deu uma segurada por conta da crise”, explica o corretor.

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