Economia

Dólar fecha em alta nesta quarta com cenário externo

Moeda dos EUA avançou 0,20% frente ao real, a R$ 3,2190

Por G1 18/01/2017 16h09
Dólar fecha em alta nesta quarta com cenário externo
Reprodução - Foto: Assessoria
O dólar fechou em alta nesta quarta-feira (18), depois de ter recuado quase 1% na véspera, em sintonia com o movimento no exterior e com os investidores à espera do discurso da presidente do Federal Reserve (banco central dos EUA), Janet Yellen, para obter pistas sobre a trajetória dos juros.

A moeda norte-americana subiu 0,20%, vendida a R$ 3,190. Na máxima do dia, a moeda marcou R$ 3,2314.

No acumulado do ano, a moeda recua 0,94%.

Acompanhe a cotação ao longo do dia:

 Às 9h10, alta de 0,52%, a R$ 3,2294Às 9h59, alta de 0,19%, a R$ 3,2187Às 10h40, alta de 0,19%, a R$ 3,2188Às 11h29, alta de 0,29%, a R$ 3,2218Às 13h30, alta de 0,14%, a R$ 3,2172Às 14h29, alta de 0,31%, a R$ 3,2225Às 15h09, alta de 0,38%, a R$ 3,2246Às 15h50, alta de 0,36%, a R$ 3,2240

Cenário externo

"O mercado está propenso à alta do dólar por causa da possibilidade de maior risco à frente, há um movimento de hedge [proteção cambial] pelos investidores", destacou o trader da Ourominas Corretora Maurício Gaioti, à Reuters, ao lembrar da expectativa para a posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, na sexta-feira.

Para esta quarta-feira, a agenda de indicadores norte-americana foi marcada por dados de inflação, produção industrial e o Livro Bege do BC dos EUA. O mercado também estará atento à fala da chair do Fed, Janet Yellen, que ocorrerá após o encerramento da sessão, com eventual impacto na quinta-feira.

Desde que Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos, o mercado passou a ver mais chances de um movimento mais forte de aperto monetário no país, já que em sua campanha ele prometeu gastos maiores em infraestrutura e cortes de impostos.

Até o momento, Trump não deu sinais de como será o seu governo, daí a ansiedade em relação à sua posse e ao seu primeiro discurso. Se o cenário de campanha se confirmar, o dinheiro aplicado em outros países como o Brasil poderá se endereçar aos Estados Unidos, de olho nos juros mais elevados em ambiente de menor risco.

Atuação do BC

Internamente, a alta do dólar ante o real foi contida pelo novo leilão de swap cambial tradicional (equivalente à venda futura de dólares) que o Banco Central realizou nesta manhã. Foi o segundo leilão para rolagem dos contratos que vencem em fevereiro. O primeiro aconteceu na véspera, com oferta de até 12 mil contratos.

"Com o swap, o BC mandou o recado de que está vigilante em relação ao câmbio e isso ajuda a segurar as cotações", disse Gaiti à Reuters.

Na terça-feira, tanto o presidente do BC, Ilan Goldfjan, quanto o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, falaram sobre o câmbio. Os dois dão entrevista nesta quarta-feira em Davos, na Suíça, onde participam do Fórum Econômico Mundial.

Ilan afirmou que a autoridade monetária poderá sempre fornecer hedge {proteção cambial] a empresas devido às grandes reservas que possui se os mercados não estiverem funcionando bem e se houver problemas de liquidez. Meirelles disse que há conforto em relação ao patamar atual do dólar, o que reforça a sinalização do BC de que atua para conter a volatilidade e não controlar a cotação do dólar.

Na véspera, o dólar caiu 0,8% frente ao real, a R$ 3,2124, depois de ter acumulado ganho de 1,98% nos dois pregões anteriores. No acumulado do ano, o dólar recua 1,14%.