Economia
Dólar opera em queda nesta segunda, de olho no cenário externo
Na sexta, a moeda norte-americana caiu 0,93%, a R$ 3,387
O dólar opera em queda em relação ao real nesta segunda-feira (21), acompanhando o movimento da moeda norte-americana contra outras moedas no exterior, mas com os investidores atentos aos desdobramentos do cenário político no Brasil.
O movimento de queda vinha mesmo após o Banco Central reduzir sua atuação no mercado de câmbio.
Às 15h50, a moda norte-americana caía 1,09%, a R$ 3,35.
Acompanhe a cotação ao longo do dia
Às 9h20, queda de 0,49%, a R$ 3,3703 Às 9h59, queda de 0,97%, a R$ 3,354 Às 10h49, queda de 0,77%, a R$ 3,3606 Às 11h50, queda de 1,23%, a R$ 3,3455 Às 13h20, queda de 0,96%, a R$ 3,3544Às 14h49, queda de 0,72%, a R$ 3,3627
"Mesmo sem o BC, o dia começou mais calmo com o exterior", comentou à Reuters o diretor de câmbio da corretora Multi-Money, Durval Correa. "Mas a autoridade pode voltar a atuar mais firmemente a partir do momento que tiver pressão compradora mais forte e até para conter a inflação", completou.
O momento de alívio veio depois da forte onda de aversão ao risco, que levou o dólar às máximas em anos, causada pela surpreendente eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos. O mercado teme que a política econômica norte-americana pode se tornar inflacionária e pressionar o Federal Reserve, banco central do país, a elevar ainda mais os juros.
O mercado monitora pistas sobre o rumo dos juros nos Estados Unidos porque taxas mais altas devem atrair para aquele país recursos aplicados atualmente em outros mercados. Isso motivaria uma tendência de alta do dólar em relação a moedas como o real.
A pesquisa Focus do BC, que ouve uma centena de economistas toda semana, mostrou maior previsão para o dólar no fim de 2016, a R$ 3,30, ante R$ 3,22, após a vitória de Trump.
Atuações do BC
Diante do cenário de menor pressão, o BC brasileiro indicou que fará menos intervenções ao anunciar na noite de sexta-feira apenas a rolagem dos contratos de swaps cambiais tradicionais que vencem no início de dezembro.
Entenda: swap cambial, leilão de linha e venda direta de dólares
O BC anunciou que irá ofertar nesta sessão até 20 mil contratos de swaps cambiais tradicionais - equivalentes à venda futura de dólares - com vencimento em 1º de fevereiro de 2017 e 1º de março de 2017.
"Sem os leilões novos do BC, o dólar está totalmente livre para seguir seus pares", comentou à Reuters um profissional da mesa de câmbio de uma operadora.
Na semana passada, o BC intensificou sua atuação no mercado de câmbio devido ao salto do dólar frente ao real, ao mesmo tempo em que o Tesouro também agiu no mercado de títulos públicos. As ações trouxeram mais equilíbrio aos mercados financeiros, com a moeda norte-americana fechando a última semana com queda acumulada de 0,16%, depois de ir acima de R$ 3,50 no intradia.
"Não acho improvável o dólar voltar a acelerar ante o real, mas de modo mais suave. Não deve acontecer novamente o efeito manada que se seguiu às eleições nos EUA", comentou Correa, da Multi-Money. "O mercado já vem se acomodando", emendou à Reuters.
Cenário interno
O que pode influenciar nos preços é o novo revés político do governo do presidente Michel Temer, com a saída do então ministro da Cultura Marcelo Calero, que acusou o ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, de pressioná-lo para liberar um empreendimento embargado em Salvador.
"O desenrolar desse caso está no radar do mercado", comentou um profissional da mesa de renda fixa de uma corretora.
Na cena política e econômica, também pesava sobre os investidores a atual situação financeira dos estados e prisões de políticos influentes. O temor é que esse cenário possa atrapalhar a votação de medidas importantes para o governo no Congresso Nacional.
Último fechamento
O dólar fechou em queda em relação ao real nesta sexta-feira (18), influenciado pela intervenção do Banco Central em meio às apostas entre os investidores de que os juros nos Estados Unidos devem subir em breve.
A moeda norte-americana caiu 0,93%, a R$ 3,387. Na máxima do dia, chegou a R$ 3,4383, segundo a Reuters. Na semana, o dólar teve leve queda em relação ao real, de 0,16%.
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