Economia

Dólar cai ante real com forte ação do Banco Central

BC anuncia que fará intervenção maior no câmbio

Por G1 16/11/2016 15h57
Dólar cai ante real com forte ação do Banco Central
Reprodução - Foto: Assessoria

O dólar operava em baixa ante o real nesta quarta-feira (16), mas mantém o patamar de R$ 3,40, com o mercado de olho na ação firme do Banco Central para tentar conter a volatilidade da moeda norte-americana após a vitória de Donald Trump na corrida presidencial nos Estados Unidos ter levado muitos investidores a se desfazer de posições em países emergentes.

Às 16h30, a moeda norte-americana caía 0,30%, vendida a R$ 3,4305.

Acompanhe a cotação ao longo do dia:

Às 9h09, queda de 0,32%, a R$ 3,4295 Às 9h39, queda de 0,57%, a R$ 3,4212 Às 10h, queda de 0,65%, a R$3,4182 Às 11h, queda de 0,38%, a R$ 3,4277 Às 11h40, queda de 0,529%, a R$ 3,4266Às 13h20, queda de 0,785%, a R$ 3,4138Às 15h40, queda de 0,73%, a R$ 3,4155 Na segunda-feira, último pregão antes do feriado, o dólar subiu 1,43%, vendida a R$ 3,4408 – maior cotação de fechamento desde 16 de junho (R$ 3,47). Em 4 sessões até segunda-feira (desde a eleição de Trump), a alta acumulada chega a 8,63%, segundo a Reuters.

Efeito Trump

Em sua campanha à Presidência, Donald Trump prometeu criação de empregos principalmente por meio de gastos em infraestrutura, o que pode gerar inflação e obrigar o Federal Reserve, banco central norte-americano, a ser mais agressivo em sua política de elevação das taxas de juros.

Juros mais altos nos Estados Unidos têm potencial para atrair recursos aplicados em outros mercados, como o brasileiro, motivando, assim, uma tendência de alta do dólar em relação a moedas como o real.

Dados do Banco Central divulgados nesta quarta mostraram, entretanto, que a entrada de dólares no Brasil continuou superando a saída no início do mês, apesar da vitória de Trump. Neste mês, até dia 11, US$ 924 milhões entraram na economia brasileira.

Intervenção BC

Na noite de segunda-feira, o BC anunciou intervenção maior do mercado de câmbio para este pregão, já que na véspera esteve fechado pelo feriado da Proclamação da República.

O BC vendeu todos os 10 mil novos swap cambial tradicional ofertados, equivalentes à venda futura de dólares, e também colocou todos os 20 mil contratos para rolagem dos swaps que vencem em 1º de dezembro, segundo a Reuters.

A ação do BC veio em conjunto com a do Tesouro Nacional que, além de suspender os leilões de venda de LTN e NTN-F desta semana, anunciou leilões diários de compra de Notas do Tesouro, Série F (NTN-F), também devido à volatilidade dos mercados.

A atuação coordenada veio após a forte volatilidade nos mercados financeiros, com os investidores temerosos que a política econômica de Trump seja inflacionária e, assim, obrigue o Federal Reserve, banco central norte-americano, a elevar mais os juros na maior economia do mundo, com potencial para atrair recursos aplicados hoje em outros mercados, como o brasileiro.

Nesta manhã, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, afirmou que o câmbio flutuante tem funcionado e que não há patamar de câmbio para a autoridade monetária.

No final da semana passada, Ilan já havia afirmado que a autoridade monetária continuaria atuando no mercado de câmbio, ressaltando que o estoque de swaps tradicionais é menor hoje em dia, em cerca de 25 bilhões de dólares, o que dá "conforto" para a ação do BC.