Desde que o sistema passou de manual para informatizado, os servidores do Ministério do Trabalho (MT) e Sistema Nacional de Emprego (Sine) de Alagoas têm tido dificuldade para emitir a carteira de trabalho para o cidadão. Isso porque a lentidão do sistema com a atualização da nova versão CTPS Web 3.0 fez com que o processo dure horas, reduzindo drasticamente o número de carteiras eletrônicas no Estado. 

De acordo com Israel Lessa, superintendente regional do Ministério do Trabalho e Emprego em Alagoas (MTE/AL), o número de emissões por dia caiu de 200 para cerca de 20. Para atender a procura alta, o MTE está emitindo carteiras manuais provisoriamente para pessoas que precisam do documento para adentrar no mercado de trabalho.

Após a resolução do problema, o trabalhador terá como obrigação retornar a Superintendência para fazer a troca da carteira manual para a informatizada. Segundo Lessa, a migração para a nova versão travou o sistema do Ministério do Trabalho, tendo em vista, que, essa atualização é pesada, e torna o sistema lento, e por vezes trava.

“A qualidade deste novo sistema CTPS Web 3.0 é boa. Ele é mais seguro e zera o índice de falsificação de carteiras pelo país. O problema já está sendo solucionada com a vinda de uma comissão técnica de Brasília a capital, na próxima segunda-feira [14], que fará uma varredura no prédio”, explicou o superintendente.

Espera para ter documento já dura dois meses

Antes da nova versão ser instalada até março deste ano, o MTE/AL emitia cerca de 200 carteiras informatizadas por dia.  Erica Valesca Lisboa estava desde cedo à espera de atendimento na Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE), no Centro de Maceió. Ela disse que havia reagendado duas vezes e estava ansiosa aguardando êxito. “Espero sair hoje com a minha carteira de trabalho em mãos. Da primeira vez o sistema estava fora do ar, da segunda lento demais e agora parece que continua assim, já são dois meses de agendamento marcado”, estranhou.

Maria Eliane Alves estava na Superintendência acompanhando a filha que precisa da carteira para iniciar no mercado de trabalho através do Jovem Aprendiz. “Agendei em outubro e até agora nada, cheguei antes das 7h para um atendimento que estava marcado para às 8h30, agora só se for da noite ou de amanhã”, criticou.

(Foto: Sandro Lima)

Erica Lisboa disse que da primeira vez sistema estava fora do ar e da segunda, lento

Felipe Oliveira também aguardava atendimento e estava agendado desde outubro. “Fiz alguns cursos profissionalizantes e fui impedido de iniciar no emprego por conta de ainda não ter a carteira de trabalho. Espero ter a sorte de sair com o documento que é importante para entrar em qualquer empresa e garantir os nossos direitos”, enfatizou.

Informações do assessor especial da Secretaria de Trabalho e Emprego, responsável pela gestão do Sine em Alagoas, Bêda Dias, dão conta de que o órgão segue com o mesmo problema de emissão de carteira de trabalho nos postos de atendimento em Jaraguá, Coruripe, São Miguel dos Campos e Arapiraca. Ele explicou que como a nova versão é padrão oriunda do Ministério do Trabalho em Brasília, o problema de lentidão na expedição é o mesmo, e com isso, a média de atendimento que antes era de duas mil emissões por mês reduziu para cerca de 1.200.