Economia
Dólar tem forte alta um dia após vitória de Trump e passa de R$ 3,37
Na quarta-feira, moeda fechou em alta de 1,32%, cotada a R$ 3,2095
O dólar opera em forte alta em relação ao real nesta quinta-feira (10), chegando a disparar mais de 5%, de olho no cenário interno e um dia depois de a vitória de Donald Trump para a Presidência dos Estados Unidos.
Às 15h19, a moeda norte-americana subia 4,38%, vendida a R$ 3,3684.
Mais cedo chegou a passar de R$ 3,37. A última vez que o dólar fechou acima de R$ 3,37 foi em 27 de junho, a R$ 3,3946.
Acompanhe a cotação ao longo do dia:
Às 9h09, alta de 0,47%, a R$ 3,2248 Às 9h29, alta de 0,81%, a R$ 3,2355Às 9h39, alta de 1,11%, a R$ 3,2425 Às 9h50, alta de 1,18%, a R$ 3,2677 Às 10h10, alta de 2,6%, a R$ 3,2932 Às 10h20, alta de 2,53%, a R$ 3,2909 Às 10h40, alta de 2,46%, a R$ 3,2885 Às 10h50, alta de 2,57%, a R$ 3,2920 Às 11h09, alta de 2,33%, a R$ 3,2845 Às 11h40, alta de 2,387%, a R$ 3,2861 Às 11h59, alta de 2,823%, a R$ 3,3001 Às 12h19, alta de 4,047%, a R$ 3,3394 Às 12h30, alta de 4,353%, a R$ 3,3492 Às 13h10, alta de 4,84%, a R$ 3,3649 Às 13h18, alta de 5,1%, a R$ 3,3732Às 13h59, alta de 5,24%, a R$ 3,3777 Às 14h39, alta de 4,38%, a R$ 3,35
Na véspera, o dólar fechou em alta de 1,32%, cotado a R$ 3,2095. Na semana, a queda é de 0,66%. No mês, a alta é de 0,61%. No ano, a moeda acumula queda de 18,7%.
Cenário interno
Segundo a Reuters, pesavam ainda no câmbio fluxos de saída de dólares e preocupações sobre o futuro político do presidente Michel Temer, após a defesa da ex-presidente Dilma Rousseff ter entregue ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) documentos que apontam que uma doação de R$ 1 milhão feita à campanha eleitoral de 2014 pela empreiteira Andrade Gutierrez foi direcionada à campanha do então vice-presidente Michel Temer, companheiro de chapa da petista na eleição daquele ano.
"O externo predomina, mas aparecem notícias negativas e o investidor prefere desmontar sua posição e ver como vai ficar", resumiu à agência um profissional da mesa de câmbio de um banco nacional.
Banco Central interrompe oferta de leilões
O dólar já abriu em forte alta esta sessão após o BC anunciar, no noite passada, que interrompeu a oferta de leilões quase diários de swaps cambiais reversos, equivalentes à compra futura de dólares. O objetivo é "acompanhar e avaliar as atuais condições de mercado" após a inesperada vitória de Trump.
"O mercado não sabe até quando o BC não fará leilões de swap reverso e já está procurando 'hedge', antecipando uma ausência futura", explicou o superintendente da Corre parti Corretora, Ricardo Gomos da Silva à agência Reuters.
Segundo dados do BC, há US$ 6,491 bilhões em contratos de swap tradicional - equivalentes à venda futura de dólares - que vencem em 1º de dezembro e que, se o BC mantivesse o movimento até então, poderiam ser anulados se os leilões de reversos fossem mantidos neste mês.
"É um volume considerável", comentou o operador da corretora H.comm cor, Cleber Machado, lembrando que o estoque total de swaps tradicionais equivale a US$ 24,106 bilhões.
Em outubro, o BC anunciou que não anularia integralmente os contratos que venceram em 1º de novembro, o que também gerou pressão de alta sobre a moeda norte-americana.
No Chile, o presidente do BC, Ilan Goldfajn, afirmou que a autoridade monetária está monitorando as condições do mercado de câmbio para ajudar a não colocar mais pressão e que, se for necessário, tomará as "medidas adequadas", destaca a Reuters. Na quarta, o presitente do BC já havia feito declaração semelhante.
Discurso de Trump
Trump fez um discurso na quarta-feira considerado conciliador após sua vitória, diferentemente do estilo agressivo adotado em toda a sua campanha, o que reduziu um pouco o temor nos mercados financeiros.
Apesar disso, os investidores devem permanecer estressados até ter conhecimento do que de fato o presidente eleito vai conseguir colocar em prática das propostas radicais que anunciou em sua campanha, destaca a Reuters.
Juros nos EUA
A vitória de Trump joga dúvidas sobre a percepção dos mercados financeiros globais de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, vai elevar a taxa de juros em breve e seguir com mais altas graduais ao longo dos próximos anos. "Aumentam as chances de que o Fed não aja em dezembro", disse à Reuters o economista-chefe da Moody's Analytics, Marz Zandi, sobre a vitória de Trump.
Especialistas ouvidos pelo G1 apontam que o aumento da percepção de risco após a vitória de Trump pode afetar a decisão do Fed. “O Fed emite sinais crescentes de que deve fazer o aumento da taxa de juros. Mas, eventualmente, com essa turbulência, pode ser mais conservador ”, diz Rafael Cortez, cientista político da Tendências Consultoria.
O mercado monitora pistas sobre a decisão do Federal Reserve (Fed) sobre o rumo dos juros nos Estados Unidos porque taxas mais altas poderiam atrair para o país recursos aplicados atualmente em outros mercados, motivando assim uma tendência de alta do dólar em relação a moedas como o real.
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