Cooperativas

Cooperativa alagoana expõe produtos à base de jabuticaba no Peru

Coopcam recebeu consultorias do Sebrae para adequar produção ao padrão de qualidade exigido pelo mercado

Por Assessoria 04/10/2023 00h23
Cooperativa alagoana expõe produtos à base de jabuticaba no Peru
A geleia de jabuticaba, fabricada em Alagoas, é um dos grandes destaques do evento em Lima, que reúne produtores latino-americanos - Foto: Assessoria

O mês de setembro chega ao fim com uma conquista especial para os 46 produtores rurais ligados à Cooperativa Mista de Produção e Comercialização Camponesa de Alagoas, a Coopcam. Os produtos fabricados pelos cooperados foram expostos num dos pavilhões da Expoalimentaria, no Peru, uma das feiras de alimentos e bebidas mais importantes da América Latina e que aconteceu esta semana em Lima, na capital peruana. A entidade é atendida pelo Sebrae Alagoas.

A cooperativa levou para a exposição geleias, compotas, vinho e casquinhas cristalizadas de jabuticaba. A oportunidade para participar do evento surgiu no mês de julho passado, quando o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) lançou um chamamento público para seleção de empresas e cooperativas para a Expoalimentaria.

“Desde 2019 que estamos desenvolvendo produtos e qualificando eles na região da Serra Bonita e Monte Alegre, em Palmeira dos Índios. Temos muitas famílias com uma boa produção da jabuticaba, os quais têm sido parceiros na crescente produção dos nossos produtos, que já somam sete tipos: vinho suave e seco, molho defumado, casquinha cristalizada, compota e geleia premium e diet”, conta Salete Barbosa, secretária da Coopcam.

“Nos últimos três anos, estes produtos têm recebido assessoria específica para o seu melhoramento. Para isso, estamos contando com um parceiro firme, que é o Sebrae, desde 2019. É uma parceria para toda e qualquer hora. Sem este apoio, a cooperativa não estaria com esse leque de produtos prontos para o mercado. E foi isso que possibilitou a nossa escolha para esta feira no Peru, com destaque pela inovação, apresentação e qualidade dos nossos produtos”, comemora.

Dos 46 cooperados, mais de 75 % são mulheres, ainda segundo as contas de Salete. Por lá, a Coopcam promove uma série de ações para apoiar o trabalho dos agricultores e agricultoras, como a organização da produção agroecológica, participação em feiras, seminários e exposições, viagens e intercâmbios para os cooperados, e operacionalização do Programa de Aquisição de Alimentos (PPA) via Conab.

Para Pollyanna Bellotti, analista do Sebrae Alagoas, a participação da cooperativa na Expoalimentaria é uma forma ímpar para a agricultura familiar ter oportunidade no mercado de alimentos sustentáveis e qualidade diferenciada.

“O AgroNordeste em Alagoas chega aos empreendedores para ampliar o rol de produtos oferecidos pelo cliente; proporcionar para os integrantes da oficina a utilização dos alimentos da agricultura familiar, alimentos oriundos da biodiversidade visando o empreendedorismo sustentável; e estimular a venda de alimentos da agricultura familiar e biodiversidade no mercado/comércio local”, afirma.

Segundo ela, na Coopcam, o trabalho principal foi realizar oficinas de capacitação, na modalidade presencial, para padronização de produtos artesanais oriundos da agricultura familiar e da biodiversidade local. O programa estimula o beneficiamento dos alimentos produzidos por agricultores familiares e micro e pequenas empresas em geral para acrescentar valor à atividade e ainda oportunizar impactos sociais, ambientais e econômicos.

Dentro das metas do desenvolvimento sustentável, o projeto busca aumentar a produtividade agrícola e a renda dos pequenos produtores de alimentos da agricultura familiar, objetivando reduzir a fome e incentivar a agricultura sustentável, gerar trabalho decente e crescimento econômico, além de reduzir as desigualdades sociais.

“A comercialização requer produtos competitivos e ajustados à legislação de alimentos, por isso a importância do beneficiamento, em conformidade com as boas práticas de manipulação de produtos. Entretanto, para a inclusão no mercado atual, se faz necessário a sensibilização sobre a importância dos alimentos oriundos da sociobiodiversidade local, destacando seus processos artesanais”, revela a analista.