Cooperativas
Cooperativa expande venda de espumantes em 27%
Especial pela passagem de seus 90 anos, 2021 também entrou para a história da Cooperativa Vinícola Garibaldi por outros feitos. Entre eles estão importantes marcos como os quase 30% a mais no faturamento e a ampliação superior a 27% na venda de espumantes.
Os dados fazem parte do Relatório de Sustentabilidade da Cooperativa e também foram divulgados em Assembleia Geral Ordinária (AGO), realizada na manhã de 25 de março, na Associação dos Motoristas de Garibaldi, perante número recorde de mais de 200 associados presentes. No encontro, houve aprovação do balanço da Cooperativa Vinícola Garibaldi e, ainda, da distribuição dos resultados aos associados. "Passamos por tempos difíceis em nossa história, mas felizmente, e graças a muito trabalho e dedicação, estamos em um momento muito positivo, compartilhado com grande orgulho e alegria com nossos associados", disse o presidente Oscar Ló. Na AGO, Ló foi reconduzido à presidência da Cooperativa Vinícola Garibaldi pelos próximos quatro anos.
A pauta de notícias positivas referentes a 2021 também destacou resultados como os R$ 10 milhões aplicados ao longo do ano em investimentos e melhorias para a vinícola -- o que inclui a aquisição de dois autoclaves e 18 tanques-reservatório. Esse foi, inclusive, um dos argumentos utilizados pelo presidente da cooperativa, Oscar Ló, para justificar a performance dos importantes indicativos econômicos. "Mesmo com a pandemia, conseguimos ter períodos extremamente positivos, principalmente no segundo semestre, e isso foi importante para recuperarmos algumas perdas. Alguns outros pormenores nos ajudaram, como nossa solidez e nosso planejamento estratégico, que nos permitiram realizar os investimentos previstos, a fim de continuamente estarmos seguindo as tendências do mercado, atendendo os padrões de consumo de nossos clientes e dando as condições para o crescimento sustentável da cooperativa", disse Ló.
As marcas atingidas pela cooperativa parecem ganhar maior relevância quando analisadas sob o contexto da pandemia. O ano trouxe cenários completamente distintos. Primeiramente, um quadrimestre inicial caótico, com a covid apresentando grande letalidade. Depois, uma volta próxima à normalidade, com o avanço da vacinação.
Neste ambiente inconstante, a cooperativa fechou 2021 com um faturamento de R$ 243,4 milhões, cifra 29,2% superior à de 2020. Um dos motivos desse montante encontra resposta no aumento da venda de itens de maior valor agregado. O espumante foi o principal produto comercializado pela cooperativa no ano passado, representando 41% do total de suas movimentações. Ao todo, 5 milhões de garrafas da bebida foram enviadas a mercados, lojas especializadas e outros tipos de comércio, estabelecendo um incremento de 27,6% em relação a 2020.
Esse foi o segundo maior crescimento dentro dos últimos cinco anos de alta nas vendas da bebida, perdendo apenas para o salto de 48,8% registrado em 2018. Além disso, a venda de espumantes no ano passado ficou 10 pontos percentuais acima da comercialização do suco de uva, historicamente o campeão de vendas em volume da cooperativa.
Outra bebida que ampliou sua presença na representatividade das vendas e, consequentemente, ajudou no maior faturamento da casa foi o vinho frisante. Nesse nicho, o Relax é o principal ator e, assim como o galopante crescimento obtido pela bebida em 2020 (140,9%), no ano passado ele seguiu sua impressionante curva de evolução. A cooperativa comemorou o acréscimo de 193,5% nas vendas desse vinho levemente gaseificado.
O relatório da cooperativa também mostrou um aumento na colheita de uva. A safra de 2021 fechou em 30,8 milhões de quilos, a maior da última década. O total representa 53,2% a mais do que a anterior, mesmo em meio à estiagem que o Estado atravessa. A colheita maior também trouxe aumentou na remuneração dos associados. As mais de 440 famílias ligadas à cooperativa receberam R$ 48,3 milhões pela safra, R$ 17 milhões a mais do que os valores pagos em 2020. A distribuição aos associados sobre os valores líquidos referentes à safra alcançou 5%.
Enoturismo fatura mais com menos público
Pode parecer paradoxal, mas justamente no ano em que o Complexo Enoturístico menos recebeu visitantes, mais o espaço de experiência e visitação da vinícola faturou. Por lidar diretamente com o público, o lugar foi o que mais sentiu os efeitos da pandemia, registrando a visita de apenas 46,5 mil pessoas -- desempenho ainda pior ao de 2020, o primeiro da pandemia, quando 51 mil visitaram o espaço.
Mas, de maneira inversamente proporcional, o faturamento cresceu. E muito. Os R$ 4,85 milhões faturados no Complexo representam um avanço de 56,4% diante dos valores obtidos em 2020. E são maiores até mesmo do que os faturamentos mais expressivos alcançados em anos pré-pandêmicos. Os números de 2021, por exemplo, são 9,4% superiores aos de 2019, quando o Complexo Enoturístico recebeu 145 mil visitantes, o maior de sua história.
Os resultados estão ligados ao trabalho do marketing e das ofertas disponibilizadas em modo online, além da presença da vinícola em atrações midiáticas de alcance nacional. Tudo isso fez com que o tíquete médio gasto pelo turista aumentasse. Em 2021, o valor saltou 71,5%, rompendo pela primeira vez a barreira dos R$ 100 -- chegou a R$ 104,30.
Reconhecimento, compromisso social e sustentabilidade
Tais resultados alcançados pela Cooperativa Vinícola Garibaldi guardam estrita relação com a qualidade de seus produtos. Tanto é que, mais uma vez, a marca gaúcha foi destaque nos mais diversos concursos de avaliação de vinhos mundo afora. Entre premiações nacionais e internacionais, a vinícola colecionou 100 condecorações, com destaque para o título de melhor espumante do Cone Sul, obtido pelo Garibaldi Moscatel no prestigioso Catad'Or World Wine Awards, no Chile.
Assim como a cooperativa destina apreço à qualidade de seus produtos, também dedica atenção a projetos comunitários, expressando seu papel social como cooperativa. Em 2021, a vinícola doou R$ 10,4 mil à Casa de Repouso Arco-Íris, fruto de um leilão beneficente de produtos especiais desenvolvidos em celebração a seus 90 anos, e outros R$ 7 mil à Liga de Combate ao Câncer de Garibaldi, relacionados à campanha Outubro Rosé, que destina à entidade parte das vendas de bebidas rosés ocorridas no varejo. Já o programa Somos Garibaldi foi responsável pela doação de quase uma tonelada de alimentos para diferentes entidades do município e pela distribuição de centenas de litros de suco de uva para a comunidade. Outra importante contribuição social do desempenho da cooperativa foi a geração de impostos: em 2021, foram recolhidos R$ 57,2 milhões em tributos.
As responsabilidades sociais da cooperativa também tangem à esfera ambiental. Nesse sentido, a sustentabilidade ocupa papel central nos processos produtivos da vinícola. Toda água utilizada para a produção ganha tratamento em ETE própria, sendo parte dela reutilizada para limpeza e resfriamento de torres de refrigeração. Em 2021, mais da metade dos 9,8mil m³ de água tratados foram reutilizados (5,2 mil m³). Além disso, a cooperativa utiliza gás natural como fonte de energia, o menos poluente dos combustíveis fósseis. Outra importante ação para o meio ambiente adotada pela cooperativa foi a implantação do sistema de logística reversa. Assim, através de cooperativas de catadores, consegue coletar e reciclar os resíduos gerados por seus produtos -- somente em vidro, a cooperativa colocou no mercado 14 mil toneladas em 2021.
Outros números
- Ao todo, a cooperativa fechou 2021 com 447 associados oriundos de 18 municípios;
- Garibaldi é o município onde está a maior base de associados: 165;
- Pouco mais de 82% dos associados estão concentrados em cinco municípios: Garibaldi, Santa Tereza, Monte Belo do Sul, Coronel Pilar e Farroupilha;
- A uva do tipo Isabel foi a mais recebida pela vinícola, alcançando 30% do total; entre as viníferas, a campeã foi a Moscato Branco, com 7%;
- O Rio Grande do Sul é o maior mercado da cooperativa, respondendo por 41%; São Paulo é o segundo, com 22%
- São os gaúchos (20%) também que mais visitam a cooperativa, seguidos por paulistas e fluminenses, com 14,5% e 9%.
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