Cooperativas

Missão técnica na Paraíba leva conhecimento e motivação a cooperativas alagoanas

Durante dois dias os participantes puderam conhecer empreendimentos surpreendentes na região de Areia

Por Ascom Sistema OCB/AL 21/10/2019 17h24
Missão técnica na Paraíba leva conhecimento e motivação a cooperativas alagoanas
Reprodução - Foto: Assessoria
Empreendimentos exemplares, histórias de vida cheias de determinação, garra, coragem, e muito trabalho. As cooperativas que participaram da 6ª Missão Técnica à cidade de Areia, na Paraíba, puderam conhecer de perto projetos, negócios e pessoas que fazem a diferença na região. Participaram da atividade quatro cooperativas alagoanas: Casf-Chã (cooperativa do ramo agropecuário no município de Chã Preta), Coopema (cooperativa da área de educação em Maceió), Coopemcs (cooperativa educacional da cidade de Atalaia) e Coopex (cooperativa educacional em Piranhas). A intenção de levar cooperativas educacionais é fazer com que ideias de projetos sejam despertadas para as cooperativas escolares (formadas por estudantes). Durante dois dias os participantes tiveram a agenda cheia. A programação começou na comunidade Chã de Jardim, que fica a sete quilômetros de Areia. No local, eles conheceram uma das fundadoras da Associação para o Desenvolvimento Sustentável da Comunidade de Chã de Jardim, Luciana Balbino, que contou como todo projeto começou. Um grupo de moradores da região se uniu e sob liderança de Luciana formaram a Associação. O primeiro empreendimento iniciou em 2006 com um grupo de jovens: uma fábrica de polpa de frutas (Doce Jardim), que hoje é sucesso na Paraíba. A polpa é 100% natural. Os participantes da missão tiveram a oportunidade de conhecer todo processo de produção com o presidente da Associação, Josemar Ribeiro. A comunidade Chã de Jardim também se transformou em ponto de turismo ecológico e sustentável. No local há o Parque Estadual Mata do Pau-Ferro – um dos últimos remanescentes de Mata Atlântica do Nordeste. Moradores da região são guias para realização de trilhas, piqueniques e passeios de bicicleta e a cavalo. Em frente à entrada da mata foi construído o restaurante rural Vó Maria, que tem um cardápio regional, é super movimentado e já recebeu diversos prêmios. No espaço também tem loja de artesanato e uma área para associados venderem uma variedade de produtos como alimentos e plantas. Além disso, está sendo construída uma área de camping e há planos para construção de um hotel. Todo esse projeto beneficia mais de 200 famílias e um grande diferencial é que os associados têm assistência médica, psicológica e são incentivados a estudar. Muitos deles têm nível superior e há aqueles que até já fazem mestrado. A exemplo da própria Luciana que se formou em História e hoje ministra palestras sobre empreendedorismo por todo Brasil. “A necessidade e a vontade de crescer fizeram com que saíssemos do lugar. Corremos atrás, nos capacitamos, estudamos e hoje estamos aí evoluindo. Um ponto muito importante e que foi essencial para tantas conquistas foi o espírito de coletividade. Ajudar uns aos outros foi indispensável para o nosso crescimento”, disse a coordenadora da Associação Chã de Jardim, Luciana Balbino. “Um dos pontos que me chamou atenção foi como eles perceberam que a educação é fundamental para crescer. Eles foram de formação e hoje são profissionais qualificados. Um grande exemplo”, declarou a professora da Cooperativa Educacional de Maceió (Coopema – Colégio São Lucas), Luciana Galdino. Mais projetos surpreendentes No segundo dia os participantes conheceram o Engenho Triunfo, que também é um exemplo de empreendedorismo. A proprietária Maria Júlia de Albuquerque Baracho contou a história do Engenho e como lida com os negócios de uma empresa familiar. A empresa produz cachaça e gera cerca de 60 empregos diretos e 1000 indiretos. O local também virou ponto turístico da cidade e na alta temporada chega a receber 1500 visitantes por dia. “O grande segredo é pensar em ajudar a comunidade do entorno. No nosso negócio procuro oferecer produtos também produzidos por pessoas da região. Só fico feliz quando todo mundo ganha”, afirmou Maria Júlia. Depois os representantes das cooperativas conheceram toda estrutura e processo de produção da cachaça. A casa de doces e a floricultura do local também foram visitadas. Logo em seguida, o grupo seguiu para comunidade de Macacos e Furnas, onde conheceu a Associação da região. Cerca de 80 moradores do local comercializam vários produtos, mas o carro-chefe é a produção de flores (Flores Villa Real). A comunidade não estava muito certa de que teria êxito no cultivo, mas o negócio deu certo e com apoio do Governo do Estado da Paraíba e com ajuda até internacional conseguiu crescer. Hoje, as flores são vendidas na região e fazem muito sucesso, principalmente as comestíveis. Além disso, todo esse trabalho fortaleceu o sonho de estudar. Como na Chã de Jardim, muitos moradores têm nível superior como a sócia-fundadora Maria das Dores dos Santos, mais conhecida como Moça. Hoje ela é agrônoma e trabalha com melhoramento genético. “Acreditamos em um projeto e arregaçamos as mangas. Não foi fácil e ainda não é, mas tenho certeza que estamos no caminho certo para crescer. A minha mensagem é essa: não desistam, por mais que tudo pareça impossível. A nossa comunidade é exemplo de que podemos alcançar os nossos objetivos”, disse Maria das Dores. Oficina de artesanato A última atividade da missão foi uma oficina de artesanato com a palha da bananeira na Chã de Jardim. As artesãs da comunidade Nossa Senhora do Carmo Tabuleiro de Muquém repassaram ensinamentos valiosos, não só de como produzir peças, mas também de mostrar que as mulheres da comunidade deram a volta por cima. Hoje a renda da maioria das famílias da região vem do trabalho manual delas. “Essas histórias de vida foram um aprendizado para todos nós. A questão da liderança e do simples se tornar empreendedor é incrível”, declarou o coordenador do projeto de cooperativas escolares da Coopex (Escola Convivendo e Colégio Boa Ideia), Fabrício Manoel da Silva. “Foram momentos únicos de aprendizagem, lições de vida que nos ajudarão a tomar decisões, sair da zona de conforto e encarar os desafios com mais propósito e esperança”, afirmou a conselheira da Casf-Chã, Ana Maria Cavalcante. “Além de todo aprendizado, a missão técnica foi importante também para trocarmos ideias com representantes de outras cooperativas, principalmente de ramos diferentes. Essa intercooperação também foi valiosa”, declarou a coordenadora da Coopemcs (Colégio Inovar), Monica Loureiro. A missão técnica cumpriu com o objetivo de despertar ideias e incentivar as cooperativas a buscarem novos projetos para serem colocados em prática. “O intuito de uma missão técnica é oferecer oportunidades às cooperativas. O objetivo foi alcançado. Estamos muito felizes com o resultado de mais uma atividade oferecida pelo Sistema OCB Alagoas”, disse o presidente da OCB/AL, Marcos Rocha.