Cooperativas

Cooperativas fecham o ano com faturamento de R$ 70,6 bilhões

Por Diário do Campo 12/12/2017 09h07
Cooperativas fecham o ano com faturamento de R$ 70,6 bilhões
Reprodução - Foto: Assessoria

As 220 cooperativas do Paraná, de dez diferentes ramos, devem atingir faturamento de R$ 70,6 bilhões em 2017, o que representa um aumento de R$ 1,3 bilhão em relação ao montante alcançado em 2016. Os números preliminares do setor foram divulgados, na manhã desta sexta-feira (8), pelo presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, no Encontro Estadual de Cooperativistas Paranaenses, em Curitiba. “Apesar das adversidades econômicas vivenciadas em 2017, das quais ninguém esteve imune, as cooperativas do Paraná devem confirmar um crescimento adicional de R$ 1,3 bilhão no seu faturamento, ultrapassando R$ 70 bilhões de movimento econômico, com geração de 89 mil empregos diretos e mais 2,8 milhões de oportunidades de negócios, no campo e nas cidades ”, afirmou.

Resultados – “O índice de crescimento deve se inferior à média dos últimos anos em razão da recessão econômica, que teve reflexos no consumo das famílias, e pela demora na comercialização dos grãos, em função da redução dos preços da produção. Apesar disso, os resultados líquidos devem ser superiores a R$ 2 bilhões, próximo da média verificada nos últimos cinco anos. É importante frisar que parte significativa desse resultado foi obtido devido à conquista de novos mercados, em função da agroindustrialização, otimização de estruturas e ao processo de integração em desenvolvimento no cooperativismo do Paraná”, destacou.

PRC 100 – Em seu pronunciamento na abertura do Encontro Estadual, Ricken lembrou que o cooperativismo paranaense continua empenhado em atingir a meta dos R$ 100 bilhões de faturamento nos próximos anos. “Se há um pequeno destaque em relação ao cooperativismo do Paraná, é o fato de que aqui, desde o início, sempre houve planejamento. O PRC 100, o nosso Plano Paraná Cooperativo, representa a continuidade disso e segue firme no propósito de atingir R$100 bilhões de movimento econômico ao ano. Ele está sendo implantado com firmeza e determinação, com o apoio imprescindível dos presidentes e equipes de profissionais de todos os ramos do cooperativismo e assessoria da Partner”, salientou.

Desenvolvimento das pessoas – Ricken destacou ainda que, historicamente, o cooperativismo paranaense tem trabalhado com foco no desenvolvimento das pessoas, das cooperativas e das comunidades, “sem paternalismo ou dependência e com organização econômica e social”, frisou. “O investimento nas pessoas sempre esteve presente na estratégia de fortalecimento das cooperativas do nosso Estado e do País. A formação de lideranças, o treinamento dos profissionais e os investimentos nas áreas técnicas e sociais têm merecido nossa atenção especial. O Sistema Ocepar, por meio de suas três entidades, Ocepar, Sescoop/PR e Fecoopar, realizou neste ano 8.324 eventos de capacitação e promoção social, com 192 mil participações, totalizando 107.619 horas-aula. Isso equivale dizer que, a cada hora útil durante o ano, há 51 turmas em sala de treinamento, ou, ainda, que em um ano nós estamos fazendo o equivalente a 51 anos de aula. Também temos 40 pós-graduações em andamento para 1.209 profissionais”, destacou.

Aumento de cooperados – De acordo com o dirigente, o cooperativismo, que hoje engloba mais de 1,5 milhão de cooperados, tem atraído cada vez mais gente. “Em 2017, 84 mil pessoas se associaram às cooperativas. Dessas, 76 mil aderiram às de crédito e 7 mil produtores rurais se integraram às agropecuárias, que são responsáveis por quase 60% da produção agropecuária em nosso Estado”.

Garantia de origem e qualidade – Ricken disse ainda que a credibilidade do sistema cooperativo é construída com serviços e produtos de origem, qualidade e preços adequados aos mercados local, regional, estadual, nacional e internacional. “O resultado disso ficou comprovado em pesquisa recente realizada por empresa especializada, onde 97% dos consumidores paranaenses ouvidos reconhecem a qualidade e o preço justo nos produtos que oferecemos ao mercado”.

Comunidade – A contribuição das cooperativas no desenvolvimento das comunidades foi outro ponto abordado pelo dirigente. “É difícil imaginar o Paraná sem as cooperativas, pois, em mais de 120 municípios paranaenses, elas são as maiores empresas. É possível afirmar que, onde há um projeto viável de uma cooperativa, há mais emprego e renda. A diferença é que o resultado obtido permanece nas comunidades, é aplicado na origem, gerando milhares de oportunidades de negócios e investimentos. Além disso, as cooperativas do Paraná somam mais de R$ 2 bilhões de impostos recolhidos”.

Ramos – O presidente da Ocepar destacou ainda o desempenho do cooperativismo em diversos ramos, como o crédito, que já é responsável por R$ 37,6 bilhões em ativos. Na área de saúde, são mais de 15 mil associados, que congregam 33 cooperativas. Ele também falou sobre as cooperativas de transporte, infraestrutura, trabalho, entre outras. Ressaltou ainda os programas executados pelo sistema, como o Autogestão e o de Certificação de Conselheiros.

Preocupação – Em seu discurso, Ricken também falou sobre o cenário nacional. “Nos preocupa muito a situação atual do Brasil, principalmente em relação à necessidade de melhoria na gestão dos bens públicos, de forma a garantir o futuro do nosso País e que se institua um modelo de profissionalização à semelhança do que ocorre na iniciativa privada, onde há segregação do comando político da gestão profissional”, frisou. “O desejo é que sejam tomadas decisões em relação às reformas necessárias e que se equacionem as deficiências estruturais existentes, principalmente em relação à demanda por investimentos em infraestrutura tais como: portos, ferrovias, rodovias, energia, dentre outras, origem dos custos elevados da logística que têm penalizado a nossa competitividade, em especial para as comunidades mais distantes dos centros consumidores”, disse ainda.

Poder público – “Talvez tenha sido necessário passar por esta tragédia que estamos assistindo para que as pessoas de bem se mobilizem de forma a impedir que nossas instituições públicas sejam comprometidas em relação ao futuro, com prejuízo à toda sociedade. Caberá ao poder público readequar as funções de Estado e redistribuir responsabilidades, realocando os serviços essenciais entre os poderes e entre os níveis municipal, estadual e federal”, complementou.