Ciência e Tecnologia

Ufal traz para Alagoas primeiro Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia

Projeto contemplado para integrar programa do MCTI vai desenvolver bioteconologias para a agricultura e conservação ambiental

Por Ascom Ufal 12/04/2025 00h15
Ufal traz para Alagoas primeiro Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia
Professor Euzébio Goulart na cerimônia de entrega de certificado de Excelência Acadêmica de seus alunos orientandos - Foto: Ascom Ufal

A Universidade Federal de Alagoas será núcleo central de referência no Programa Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCT). É que o projeto INCT Bioinovações para Agricultura Sustentável, coordenado pelo professor Euzébio Goulart, do Campus de Engenharia e ciências Agrárias (Ceca), foi contemplado num edital do CNPq, vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Ele vai receber recursos para desenvolver produtos biotecnológicos que substituam o uso intensivo dos inseticidas nas diversas culturas agrícolas.

“O objetivo da proposta é enfrentar os desafios da agricultura e conservação ambiental por meio de soluções biotecnológicas sustentáveis, abrangendo desde a prospecção de moléculas da biodiversidade para o desenvolvimento de produtos no manejo e controle de pragas agrícolas, até estudos sobre o impacto do antropoceno nas interações ecológicas mediadas por semioquímicos”, explicou o professor Euzébio.

O projeto busca desenvolver soluções sustentáveis e inovadoras, fundamentadas na ecologia das interações e comunicação química entre espécies, para enfrentar desafios globais críticos, como a crescente demanda por alimentos, acúmulo de resíduos industriais e a necessidade urgente de preservação ambiental.

O modelo de governança do INCT está estruturado para garantir uma gestão participativa, descentralizada e inclusiva. Com isso, a Ufal tem o professor Euzébio na coordenação geral e o professor Paulo Zarbin, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), como vice-coordenador, ambos conduzindo as ações junto com um Comitê Gestor composto por mais cinco professores: Maria Fernanda G. V. Peñaflor (Ufla), Marcelo Picanço (UFV), Maria Carolina Blassioli Moraes (Embrapa Cenargen), Maria Aparecida Cassilha Zawadneak (UFPR) e Evaldo Ferreira Vilela (UFV).

Eles representam as instituições que, como a Ufal, atuarão como núcleos centrais de referência, fornecendo infraestrutura de ponta para toda a rede, especialmente para os laboratórios associados de menor porte.

Ação dos laboratórios

O projeto é de caráter multidisciplinar, integra biotecnologia, ecologia química, agricultura digital e ciências ambientais, com duração prevista de cinco anos. Entre as tecnologias previstas estão semioquímicos de insetos e plantas, moléculas envolvidas na comunicação química das espécies, para táticas de manejo integrado de pragas, biopesticidas à base de óleos essenciais de plantas e microorganismos nativos, identificação e manejo estratégico dos inimigos naturais e uso de instrumentação avançada, como biossensores e armadilhas inteligentes.

“Essas inovações ampliam o enfoque e os resultados obtidos pelo INCT Semioquímicos na Agricultura, aplicando o conhecimento em soluções práticas para o manejo integrado de pragas que contribuem para a preservação e o uso sustentável da biodiversidade”, destacou.

O professor Euzébio também adianta que o projeto busca compreender quais são os impactos do antropoceno no agroecossistema, como a seca, a poluição por metais pesados de atividades mineradoras, os resíduos de fertilizantes, e o uso generalizado de inseticidas. Os pesquisadores vão realizar estudos sobre as interações entre plantas, pragas e seus inimigos naturais, e, com o entendimento detalhado, será possível desenvolver novas biotecnologias que se adaptem às condições ambientais desafiadoras e atuais, promovendo uma agricultura que alia alta produtividade com a redução de impactos sobre a biodiversidade.

“Ao integrar esses enfoques, o projeto mescla pesquisa básica e aplicada para criar soluções modernas e inovadoras, que respondam às condições de um planeta em transformação, promovendo práticas agrícolas seguras, eficientes e alternativas para o controle de pragas”, salientou o coordenador-geral, Euzébio Goulart.

Confira quais são as instituições participantes do INCT Bioinovações para Agricultura

Universidade Federal de Alagoas (Ufal)

Universidade do Estado de Mato Grosso (Unemat)

Universidade Federal de Viçosa (UFV)

Universidade Estadual do Centro-Oeste (Unicentro)

Fundação Universidade Federal de Sergipe (Fufse)

Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste)

Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

Instituto de Pesquisas Científicas e Tecnológicas do Estado do Amapá (IEPA)

Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS)

Universidade Federal de Lavras (Ufla)

Universidade Federal do Amazonas (Ufam)

Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra)

Universidade Federal de Pelotas (Ufpel)

Universidade Federal do Ceará (UFC)

Universidade Federal do Tocantins (UFT)

Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Universidade Federal do Paraná (UFPR)

Universidade Estadual de Santa Cruz (Uesc)

Centro Nacional de Pesquisa de Recursos Genéticos e Biotecnologia (Embrapa/Cenargen)

Tags: