Ciência e Tecnologia

Vídeo mostra cometa Leonard passando pela Terra pela primeira vez em 80 mil anos

Aqui do Brasil, desde o dia 16, muitas imagens do “show” do astro vêm sendo compartilhadas nas redes sociais

Por Texto: Flavia Correia com Olhar Digital 24/12/2021 17h41
Vídeo mostra cometa Leonard passando pela Terra pela primeira vez em 80 mil anos
Reprodução - Foto: Assessoria
Considerado o maior e mais brilhante de 2021, o Cometa Leonard (C/2021 A1) vem sendo registrado desde o início do mês por vários observadores do hemisfério norte, que relataram observações a olho nu nos horários finais das madrugadas. Aqui do Brasil, desde o dia 16, muitas imagens do “show” do astro vêm sendo compartilhadas nas redes sociais. Descoberto por Greg J. Leonard nos primeiros dias de 2021 a partir do Observatório Mount Lemmon, no estado americano do Arizona, o cometa que leva o nome de seu descobridor já dava indícios, desde as primeiras previsões, de que poderia se tornar muito brilhante e proporcionar um verdadeiro espetáculo no céu no fim do ano. Composto de gelo, poeira e gases congelados oriundos das regiões mais frias dos confins do Sistema Solar, Leonard está se dirigindo a um encontro próximo com o Sol, previsto para acontecer no próximo dia 3, a primeira segunda-feira de 2022. Várias espaçonaves têm observado de perto como o cometa está mudando e evoluindo conforme se esquenta. Em particular, dois satélites projetados para observar o Sol acompanham a veloz passagem de Leonard pela Terra, pela primeira vez em 80 mil anos: os orbitadores SoloHI e SECCHI / HI-2. Satélites registram variação do brilho das caudas do cometa O SoloHI, sigla em inglês para algo como “Orbitador Solar de Imagens Heliosféricas”, capturou uma incrível sequência animada de imagens entre sexta-feira da última semana e domingo (17 e 19) que mostra o cometa cruzando diagonalmente o campo de visão. Na sequência de imagens, transformada em um pequeno vídeo, a Via Láctea pode ser vista, assim como Vênus e Mercúrio, que estão no canto superior direito. Vênus é mais brilhante e se move da esquerda para a direita. https://youtu.be/ne4j0H2_vAM Quando SoloHI capturou essas imagens, o cometa Laonard estava entre o Sol e a espaçonave, com suas caudas de gás e poeira do cometa apontando para o satélite. Perto do fim da sequência de imagens, a imagem de ambas as caudas melhora conforme o ângulo de visão no qual vemos o cometa aumenta, e SoloHI consegue uma visão lateral do cometa. Já o Observatório de Relações Solares Terrestres (STEREO-A) por meio de seu telescópio SECCHI / HI-2, vem acompanhando a evolução de Leonard desde o início de novembro. Ele capturou imagens animadas do cometa no último dia 14, que foram compartilhadas no Twitter pelo astrofísico Karl Battams. https://twitter.com/SungrazerComets/status/1471594003879632903?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1471594003879632903%7Ctwgr%5E%7Ctwcon%5Es1_&ref_url=https%3A%2F%2Folhardigital.com.br%2F2021%2F12%2F24%2Fciencia-e-espaco%2Fvideo-mostra-cometa-leonard-passando-pela-terra-pela-primeira-vez-em-80-mil-anos%2F Cometa Leonard será “expulso” do sistema solar em janeiro De acordo com a Nasa, essas imagens animadas foram criadas subtraindo o quadro atual do quadro anterior para destacar as diferenças entre eles, no que é conhecido como “imagem de diferença”. As imagens de diferença são úteis para ver mudanças sutis na cauda de íons de Leonard (a trilha de gases ionizados fluindo do corpo do cometa, ou núcleo), que se torna mais longa e mais brilhante no fim dos vídeos. Leonard chegou mais próximo da Terra em 12 de dezembro, quando alcançou 34 milhões de quilômetros de distância. Na época que foi descoberto, estava a cerca de 5 Unidades Astronômicas (UA) de nós (aproximadamente a distância entre Júpiter e o Sol). Segundo os astrônomos, mesmo que o cometa Leonard sobreviva à sua viagem ao redor do Sol, ele nunca mais será visto, pois deverá ser ejetado do sistema solar após o periélio (momento que ocorre uma vez por ano, por volta de catorze dias após o solstício de dezembro, próximo do dia 4 de janeiro, quando a Terra se encontra mais próxima do Sol.