Ciência e Tecnologia

Anatel homologa câmera em cápsula para engolir e fazer enteroscopia

Câmera em cápsula é engolida por paciente para captar imagens internas do sistema digestivo e transmiti-las para gravador

Por Texto: Giovanni Santa Rosa com Tecnoblog 26/11/2021 15h53
Anatel homologa câmera em cápsula para engolir e fazer enteroscopia
Reprodução - Foto: Assessoria
Engolir uma câmera pode parecer uma ideia estranha. No entanto, é exatamente isso que é feito em um exame chamado enteroscopia por cápsula, que é mais confortável que os métodos tradicionais. Um novo equipamento para este fim foi homologado pela Anatel. O que é a enteroscopia por cápsula? A enteroscopia é o nome dado ao exame feito para explorar o intestino delgado. Geralmente ele é feito com um tubo flexível inserido pela boca ou pelo ânus. Neste caso, o paciente precisa de sedação ou anestesia geral. Além de captar imagens do organismo, é possível fazer biópsias e outros procedimentos diagnósticos e terapêuticos. Existe, porém, outra forma de visualizar o interior do corpo: com o auxílio de uma câmera em cápsula. O exame, neste caso, exige que o paciente faça uma dieta especial, use laxantes e fique em jejum. Após engolir o equipamento e ter eletrodos instalados no corpo, ele pode ir para casa e retomar grande parte de suas atividades habituais. Só é necessário voltar à clínica ou hospital cerca de seis a dez horas depois, para retirada do aparelho que grava as imagens. A cápsula é eliminada nas fezes. https://youtu.be/2FGyCTEWUEk Apesar de ser mais confortável para o paciente, o exame também tem limitações — não é possível fazer biópsias ou outros procedimentos, como na forma tradicional. O exame é oferecido para laboratórios brasileiros e, desde abril de 2021, faz parte do Rol de Procedimentos da ANS para planos de saúde. Ele é uma parte importante no diagnóstico da doença de Crohn. Câmera em cápsula vem com gravador e software A câmera que passou pela homologação é fabricada pela chinesa Chongqing Jinshan Science & Tecnology e vendida sob a marca Omom. O modelo é o SC1. Aqui, o processo de aprovação foi feito a pedido da Emergo Brazil, importadora de produtos hospitalares. A cápsula conta com proteção contra líquidos IPX8 e tem luzes LED para iluminar o interior do sistema digestivo. O equipamento tem cerca de 2,5 cm de comprimento e 1 cm de diâmetro. O sistema todo é composto pela cápsula com a câmera, um gravador de imagem que fica acoplado aos eletrodos no abdômen do paciente e um software para computador. Após o exame, o gravador é conectado ao computador para descarregar as imagens. O gravador conta com uma pequena tela para acessar as imagens e exibir informações como força do sinal, status da bateria e horário.