Ciência e Tecnologia
Como captar recursos para uma startup?
A captação de recursos pode ser realizada basicamente de duas formas: dívida ou participação societária.
A demanda e o crescimento de investidores em startups fizeram o setor ganhar foco em todo o mundo, inclusive no Brasil. Somente no primeiro trimestre de 2021, houve uma aplicação mundial de US $288 bilhões nesse novo modelo de negócios, de acordo com informações da base de dados Crunchbase. Em relação ao ano de 2020, o investimento cresceu 61%; e, em comparação ao primeiro trimestre do ano passado, o aumento chegou à marca de 95%.
Ora, diante dos crescentes números de investimentos em startups, inclusive no atual cenário de crise econômica causada pela pandemia da COVID-19, como ter acesso a tais fundos?
A captação de recursos pode ser realizada basicamente de duas formas: dívida ou participação societária.
No cenário de dívida, os empreendedores buscam capitais via empréstimos, sejam estes conversíveis ou não em participação societária na startup, isto é, em quotas/ações da companhia.
Enquanto sua principal vantagem é a possibilidade de pagar a dívida com participação societária da startup, de outro lado, se destaca como desvantagem a necessidade de devolução do dinheiro captado para o investidor. Em outras palavras, se o negócio não prosperar, o empreendedor ainda pode acabar como devedor de quem aplicou o dinheiro.[2]
Ainda durante as negociações costuma ser comum o credor exigir uma garantia ao empréstimo, como, por exemplo, um carro, um imóvel ou qualquer outro bem.
Já no cenário da captação de recursos via participação societária, o investidor passa a figurar na startup como sócio, e, portanto, se sujeita aos riscos da atividade empresarial.
A desvantagem para o investidor é passar a responder por eventuais dívidas da empresa, enquanto, por outro lado, passará a ter a vantagem de receber os lucros da empresa, inclusive na hipótese de sua venda. Em relação ao empreendedor, é vantajoso não ser devedor do investidor caso o negócio não vingue, diferentemente de uma tomada de empréstimo.
Portanto, diante do exposto, é importante que o empreendedor conheça bem os prós e contras de cada cenário para definir as estratégias de captação de recursos, podendo apresentar as estruturas aos potenciais investidores de forma profissional, o que certamente trará benefícios nas negociações. De qualquer forma, é essencial realizar uma análise de cada caso para entender a melhor estrutura aplicável.
Autor - O Vinícius Laureano é advogado pós-graduado em Direito Societário pela FGV/SP, com extensões em Planejamento Tributário e em Direito Imobiliário pela com mais de 15 anos de atuação em Direito Empresarial. É membro da Comissão Especial de Privacidade e Proteção de Dados da OAB/SP, da ANPPD® - Associação Nacional dos Profissionais de Privacidade de Dados e da ANADD - Associação Nacional de Advogados do Direito Digital.Mais lidas
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