Ciência e Tecnologia

Pedaço de cérebro humano permanece intacto após 2,6 mil anos

O local em que o crânio foi encontrado é rico em argila. O frio, a umidade e os sedimentos finos do solo podem ter ajudado a barrar a penetração de oxigênio.

Por Renova Mídia 10/01/2020 17h58
Pedaço de cérebro humano permanece intacto após 2,6 mil anos
Reprodução - Foto: Assessoria
Arqueólogos encontraram um crânio enterrado na lama enquanto escavavam um sítio da Idade do Ferro nos arredores da cidade de York, no Reino Unido. Estudos indicaram que o dono do crânio foi violentamente executado entre os anos 673 e 482 a.C. Ele sofreu uma fratura na espinha — sinal de que deve ter sido enforcado e decapitado. Ao abrir a cabeça, os pesquisadores ficaram estupefatos. Lá dentro estava um pedaço excepcionalmente bem preservado do cérebro da vítima, tão intacto que, mesmo após milênios, conservou até as dobras e ranhuras da antiga estrutura, informa a revista Super Interessante. A matéria cerebral geralmente se decompõe bem rápido após a morte. Como o tecido cerebral sobreviveu? Este mistério fez o caso ficar conhecido como Cérebro de Heslington — nome da pequena cidade inglesa onde a misteriosa amostra foi coletada. O local em que o crânio foi encontrado é rico em argila. O frio, a umidade e os sedimentos finos do solo podem ter ajudado a barrar a penetração de oxigênio, elemento essencial para manter o funcionamento do metabolismo de micróbios decompositores. Os resultados das análises foram publicados na quarta-feira (8) no Journal of the Royal Society Interface, e podem ajudar tanto em estudos de proteínas em tecidos antigos quanto de doenças cerebrais atuais.