Ciência e Tecnologia

Facebook é acusado de obter dados até de quem não está na rede social

Entre os dados coletados estão informações muito pessoais, detalhou o título, que deu o exemplo de um aplicativo que serve para vigiar os períodos de ovulação e nas quais a usuária indica as datas dos seus ciclos menstruais

Por Notícias ao Minuto 24/02/2019 10h40
Facebook é acusado de obter dados até de quem não está na rede social
Reprodução - Foto: Assessoria
O Facebook estaria tendo acesso a informações pessoais, sensível e íntima, como a relativa à saúde, que são provenientes de outros aplicativos. A recolha de dados acontece mesmo que o usuário não tenha conta na rede social, noticiou nesta sexta-feira (22) o Wall Street Journal (WSJ). A empresa admitiu que recolhe dados através de aplicativos (app) externos, mas bloqueia que sejam passadas informações sensíveis relativas aos usuários. De acordo com a publicação, que afirma ter realizado diversos testes, alguns aplicativos nos smartphones usam um instrumento de análise da atividade do usuário, designado App Events, desenvolvido pelo Facebook, que capta a informação e a envia para esta empresa. E isto acontece mesmo sem o usuário do app estar ligado ao Facebook ou até sem ter conta na rede social, e sem que isto seja assinalado explicitamente ao usuário, afirmou o jornal, que identificou a prática em uma dezena de aplicativos "populares". Entre os dados coletados estão informações muito pessoais, detalhou o título, que deu o exemplo de um aplicativo que serve para vigiar os períodos de ovulação e nas quais a usuária indica as datas dos seus ciclos menstruais. Segundo os testes do WSJ, esta informação, mas também o peso ou os hábitos de consumo, são enviados para o Facebook, sem conhecimento de quem usa o app. Base do modelo econômico do Facebook ou do Google, esta informação pessoal é aspirada e tratada por estas empresas através de pequenos programas informáticos de análise. O seu objetivo é dirigir a publicidade. "Compartilhar as informações através dos aplicativos no seu iPhone ou no seu aparelho Android [o sistema móvel do Google] corresponde à maneira como funciona a publicidade móvel e é uma prática habitual neste setor", reagiu uma porta-voz do Facebook, questionada pela AFP. "A questão é como os 'app' utilizam estas informações para a publicidade em linha. No Facebook, exigimos aos que desenvolvem estes 'app' que sejam transparentes com os seus usuários a propósito das informações que partilham conosco e os proibimos de nos enviarem informação sensível", prosseguiu, garantindo: "Também tomamos medidas para identificar e apagar dados que não nos devem ser enviados", acrescentou ainda a fonte da rede social. O Facebook, que tem 2,3 bilhões de usuários ativos, tem sido criticado há mais de um ano pela sua gestão, considerada opaca e até enganosa, da informação pessoal dos inscritos na rede social.