A Arquidiocese de Maceió vivenciou um momento de profunda fé com a consagração a São Miguel Arcanjo, reunindo adultos, idosos, crianças e adolescentes em uma celebração marcada por oração, louvor e testemunhos. A imagem do Arcanjo chegou à capital alagoana vinda diretamente do antigo santuário de Monte Gargano, na Itália, e foi recebida com grande entusiasmo. A programação começou com um cortejo que partiu da Paróquia de São Miguel Arcanjo, na Colina dos Eucaliptos, até o CEPA, onde uma multidão aguardava para participar da vigília de oração que se estendeu da noite até a manhã do domingo.

Em entrevista, Padre Tito explicou o significado da consagração para a Arquidiocese. “A consagração é, antes de tudo, um ato de fé e entrega. Quando a Arquidiocese se coloca sob a proteção de São Miguel Arcanjo, ela reafirma o seu desejo de permanecer fiel à missão da Igreja, combatendo o mal com o bem e renovando o compromisso com Deus. É uma entrega espiritual que toca toda a comunidade: sacerdotes, religiosos e leigos. É dizer, com São Miguel, ‘Quem como Deus?’ — ninguém”, disse.

O sacerdote também detalhou o sentido da frase “Quem como Deus?”. “Essa frase, em hebraico Mi-ka-El, é justamente o nome e o grito de São Miguel. É um lembrete de que todo poder pertence a Deus. No contexto do nosso tempo — de tantas lutas espirituais, crises de fé e desafios humanos —, a consagração vem como um convite à confiança. É um gesto coletivo de combate espiritual, mas também de esperança e renovação”, explicou.

A programação do evento foi extensa e intensa. A acolhida da imagem peregrina aconteceu às 20h, seguida por louvor, bênção dos sacramentais e a Missa de Consagração às 22h, presidida por Dom Carlos Alberto. Na sequência, houve show do Ministério Tronos, pregações do Instituto Hesed, procissão eucarística, Santo Rosário e encerramento ao amanhecer, configurando uma verdadeira vigília de fé.

Antes da consagração, a Paróquia de São Miguel Arcanjo realizou o Cerco de Jericó, de 5 a 12 de novembro, com o tema “Consagra-te, Alagoas” e o lema “A esperança não decepciona”. Foram sete dias e noites de oração, adoração e confissão, preparando espiritualmente a comunidade. “Assim como as muralhas de Jericó caíram pela obediência e pela fé, queremos que as muralhas espirituais também caiam na vida das pessoas”, ressaltou Padre Tito.

O sacerdote destacou ainda a importância da devoção a São Miguel Arcanjo. “Ele é o defensor da fé e protetor do povo de Deus. Na tradição cristã, combate as forças do mal e protege a Igreja. O santuário de Monte Gargano, na Itália, simboliza essa proteção — um local consagrado pelo próprio São Miguel, ‘não por mãos humanas’. A devoção a ele é um lembrete de que a nossa luta é espiritual e que Deus é sempre vencedor.”

Questionado sobre o impacto do evento para a Igreja em Alagoas, Padre Tito afirmou: “Sem dúvida. A consagração não é apenas um rito, mas um renascimento da fé. É a Arquidiocese inteira dizendo ‘sim’ a Deus novamente, pedindo a proteção de São Miguel sobre nossas famílias, nossas paróquias e sobre o próprio Estado. É um gesto que une, fortalece e reaviva o amor pela missão da Igreja.”

O arcebispo de Maceió, Dom Beto, também comentou sobre a importância da consagração: “São Miguel é o arcanjo da defesa e do combate à fé. Em tempos difíceis, é essencial reafirmarmos nossa confiança em Deus. Essa consagração fortalece a Igreja, protege nossas comunidades e nos lembra que a proteção divina está sempre presente.”

Com expectativa de público de cerca de 25 mil pessoas, o evento teve início com a peregrinação da imagem, que passou por Marechal Deodoro no sábado e retornou à capital para uma carreata até a Matriz de São Miguel Arcanjo. Além da Missa de Consagração, a programação incluiu palestras, momentos de adoração e oração, consolidando a vigília como um verdadeiro retiro coletivo de fé para toda a comunidade católica de Alagoas.

Veja como foi a programação: