No próximo dia 15 de novembro, a Arquidiocese de Maceió viverá um dos momentos mais marcantes de sua história: a consagração oficial a São Miguel Arcanjo, em uma grande celebração no Cepa, presidida pelo arcebispo Dom Carlos Alberto e com a presença do Instituto Hesed. Para entender o significado desse gesto de fé e o que ele representa para os fiéis alagoanos, o TH Entrevista conversou com Padre Tito, um dos organizadores espirituais do evento e referência na devoção ao arcanjo.

TH Entrevista – Padre Tito, o que significa essa consagração para a Arquidiocese de Maceió?

Padre Tito – A consagração é, antes de tudo, um ato de fé e entrega. Quando a Arquidiocese se coloca sob a proteção de São Miguel Arcanjo, ela reafirma o seu desejo de permanecer fiel à missão da Igreja, combatendo o mal com o bem e renovando o compromisso com Deus. É uma entrega espiritual que toca toda a comunidade: sacerdotes, religiosos e leigos. É dizer, com São Miguel, “Quem como Deus?” — ninguém.

TH Entrevista – O senhor mencionou a frase “Quem como Deus?”. Qual é o sentido dessa expressão para o evento?

Padre Tito – Essa frase, em hebraico Mi-ka-El, é justamente o nome e o grito de São Miguel. É um lembrete de que todo poder pertence a Deus. No contexto do nosso tempo — de tantas lutas espirituais, crises de fé e desafios humanos —, a consagração vem como um convite à confiança. É um gesto coletivo de combate espiritual, mas também de esperança e renovação.

TH Entrevista – O evento também tem uma programação extensa. Como será esse momento?

Padre Tito – Teremos uma noite e madrugada inteiras dedicadas à oração. A imagem peregrina de São Miguel, vinda do Monte Gargano, será acolhida com grande solenidade às 20h. Depois teremos louvor, bênção dos sacramentais, e a missa de consagração às 22h, presidida por Dom Carlos Alberto. Na sequência, haverá o show do Ministério Tronos, pregações do Instituto Hesed, procissão eucarística, Santo Rosário e o encerramento ao amanhecer. É um verdadeiro retiro coletivo, uma vigília de fé em que Maceió se colocará sob o manto do arcanjo.

TH Entrevista – Há também um preparo espiritual para esse momento, não é?

Padre Tito – Sim. De 5 a 12 de novembro, a Paróquia de São Miguel Arcanjo realiza o Cerco de Jericó, com o tema “Consagra-te, Alagoas” e o lema “A esperança não decepciona”. Serão sete dias e sete noites de oração, adoração e confissão — um tempo de graça que prepara o coração do povo. Assim como as muralhas de Jericó caíram pela obediência e pela fé, queremos que as muralhas espirituais também caiam na vida das pessoas.

TH Entrevista – Por que a devoção a São Miguel é tão significativa dentro da Igreja Católica?

Padre Tito – São Miguel é o defensor da fé e o protetor do povo de Deus. Na tradição cristã, ele é o arcanjo que combate as forças do mal e protege a Igreja. O próprio santuário do Monte Gargano, na Itália, é um símbolo disso — um local que, segundo a tradição, foi consagrado pelo próprio São Miguel, “não por mãos humanas”. A devoção a ele é um lembrete de que a nossa luta é espiritual e que Deus é sempre vencedor.

TH Entrevista – O senhor acredita que esse momento pode marcar um novo tempo para a Igreja em Alagoas?

Padre Tito – Sem dúvida. A consagração não é apenas um rito, mas um renascimento da fé. É a Arquidiocese inteira dizendo “sim” a Deus novamente, pedindo a proteção de São Miguel sobre nossas famílias, nossas paróquias e sobre o próprio Estado. É um gesto que une, fortalece e reaviva o amor pela missão da Igreja.

A entrevista completa está disponível no canal Portal Tribuna Hoje do YouTube e no tribunahoje.com.