Cidades
MPF cobra laudos sobre morte de peixes-boi no Litoral Norte e acende alerta ambiental em Alagoas
Dois animais do programa de reintrodução morreram em Porto de Pedras; análises detectaram herbicidas e substâncias tóxicas na água do rio Tatuamunha
O Ministério Público Federal (MPF) em Alagoas solicitou oficialmente laudos e relatórios técnicos ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e ao Instituto do Meio Ambiente de Alagoas (IMA/AL) para esclarecer as causas da morte de dois peixes-boi marinhos no rio Tatuamunha, em Porto de Pedras, Litoral Norte do estado. Os mamíferos, identificados como Netuno e Paty, faziam parte do programa de reintrodução da espécie e morreram nos dias 21 e 22 de agosto.
A situação gerou grande comoção entre ambientalistas e moradores da região, já que os animais estavam em fase de adaptação para o retorno ao habitat natural. A Associação Peixe-Boi, que atua na conservação da espécie, comunicou o caso ao MPF e cobrou providências sobre possíveis impactos ambientais no rio.
Um estudo conduzido pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal) revelou a presença dos herbicidas ametryn e prometryn nas amostras de água coletadas no Tatuamunha. O levantamento também apontou índices acima do permitido de turbidez, ferro e fósforo, além de compostos orgânicos como etilbenzeno e tolueno — substâncias que, em excesso, podem causar sérios danos à fauna aquática.
Embora ainda não haja conclusão definitiva sobre o que provocou as mortes, os resultados laboratoriais reforçam a necessidade de uma investigação rigorosa para determinar a origem da contaminação e adotar medidas preventivas.
Um terceiro peixe-boi, chamado Assu, que também vivia no local, foi transferido para uma unidade de recuperação em Itamaracá (PE), como forma de proteção enquanto os estudos prosseguem.
A procuradora da República Juliana Câmara, responsável pelo acompanhamento do caso, destacou que a apuração é fundamental para garantir a preservação da espécie e a integridade ambiental da região. Segundo ela, a morte dos animais representa um sinal de alerta sobre a vulnerabilidade do ecossistema costeiro, que sofre pressões crescentes da atividade humana.
O MPF informou que continuará acompanhando o caso e cobrará dos órgãos ambientais medidas concretas para evitar novos episódios de contaminação e mortalidade animal. Além disso, o órgão pretende avaliar se houve falhas no monitoramento da qualidade da água e na gestão da área de aclimatação.
O rio Tatuamunha é reconhecido nacionalmente por abrigar um dos principais projetos de reintrodução do peixe-boi marinho no país — uma espécie ameaçada de extinção e símbolo da biodiversidade alagoana. A morte dos dois exemplares reacende o debate sobre os riscos da poluição e o desafio de conciliar desenvolvimento regional com a conservação da vida silvestre.
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