Aos 13 anos, Airlan Douglas da Silva Santos deveria estar vivendo apenas as alegrias da adolescência: estudar, brincar e sonhar com o futuro. No entanto, sua rotina foi tomada por uma preocupação angustiante: o risco de perder a visão. Diagnosticado com ceratocone grau III em ambos os olhos, o garoto precisa, com urgência, da cirurgia chamada Crosslink Corneano. O procedimento, que não é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), custa em média R$ 15 mil.

Sem condições financeiras, a família acionou a Justiça, por meio da Defensoria Pública, para que o Governo do Estado arque com os custos da cirurgia. A demora, contudo, aumenta o risco de cegueira irreversível.

Desde dezembro de 2024, a família de Airlan Douglas trava uma batalha judicial para garantir o direito à saúde e salvar a visão do menino. Intimado a cumprir a decisão, o Governo do Estado apresentou contestação, mas não comprovou o efetivo cumprimento da ordem judicial. Diante da urgência, o Juízo da 28ª Vara da Infância e da Juventude da Capital determinou no último dia 24, o bloqueio de R$ 13 mil das contas do Estado de Alagoas, destinados ao pagamento da cirurgia. Ainda assim, o procedimento não foi realizado, e a demora coloca em risco a vida e a saúde do adolescente.

Além da espera angustiante pela cirurgia, Airlan, aluno do 6º ano do Ensino Fundamental, já sofre as consequências do ceratocone. O estudante, que antes mantinha notas entre 9,0 e 10,0, hoje enfrenta dificuldades de aprendizado, pois não consegue enxergar adequadamente. O quadro também provoca fortes dores de cabeça, já que ele força constantemente a visão.

“Cada dia que passa aumenta o risco do meu filho perder a visão de forma definitiva. Ele é apenas um adolescente cheio de vida e sonhos, que merece respeito e tem o direito de enxergar, estudar e viver sua vida plenamente. Mas meu filho está triste e com muito medo de ficar cego”, desabafa Denise Ferreira, mãe de Airlan.

O ceratocone é uma doença ocular que afeta a córnea, parte transparente do olho responsável por focar a visão. Com o avanço da condição, a córnea se afina e assume o formato de cone, provocando visão embaçada, distorções e rápido aumento do grau. Nos estágios iniciais, pode ser controlado com óculos ou lentes especiais. Porém, em casos avançados, como o de Airlan, a cirurgia é a única forma de impedir a cegueira.

Enquanto o Governo de Alagoas não cumpre sua obrigação legal, a família decidiu criar uma vaquinha online para arrecadar fundos e viabilizar a cirurgia em caráter de urgência.

“O valor da cirurgia é muito alto para mim, eu não tenho de onde tirar esse dinheiro. Mas R$ 13 mil, para o Estado, não é nada. O Governo já deveria ter feito o papel dele e meu filho já poderia estar com a vida melhor”, desabafa a mãe.

Quem puder colaborar pode acessar a vaquinha clicando aqui.

A família reforça o pedido de ajuda da população e, ao mesmo tempo, cobra do Governo do Estado a imediata realização da cirurgia, garantindo a Airlan Douglas o direito básico de enxergar e viver sua adolescência com dignidade.