Cidades
Pai vai a julgamento acusado de envenenar filho de 4 anos em Maceió
Anthony Levi foi envenenado com chumbinho dentro de mingau por vingança contra a mãe

O Fórum do Barro Duro, em Maceió, se tornou palco de forte comoção nesta quinta-feira (18), com o início do julgamento de Matheus Soares Omena, de 24 anos, acusado de matar o próprio filho, Anthony Levi, de apenas quatro anos, envenenado com chumbinho. O crime, registrado em 2024, chocou Alagoas pela frieza e dissimulação do réu, que chegou a conceder entrevistas à imprensa após a morte da criança.
O júri começou com o depoimento da mãe do menino, que, emocionada, relatou os últimos momentos vividos pelo filho. Segundo ela, foi informada pela escola que Anthony havia passado mal e levado em uma van para a UPA. Entre lágrimas, descreveu a agonia ao acompanhar a luta da criança na unidade de saúde e o desespero ao receber a notícia da morte. Ela ainda destacou a postura fria e indiferente do pai diante da tragédia.

Anthony passava o fim de semana com o pai e era levado pelo mesmo na segunda-feira para a escola. Imagens de câmeras de segurança da unidade de ensino mostram quando o pai chega em uma motocicleta com o filho na garupa, eles descem e Matheus o leva até a sala de aula, no volta o pai joga algo na lixeira da escola.
O Ministério Público, representado pelo promotor Flávio Costa, defende a tese de homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e envenenamento. A acusação sustenta que Matheus premeditou o crime, tendo comprado o veneno em uma loja da Feirinha do Jacintinho por R$ 13. O comerciante confirmou a venda, e a transação foi comprovada por nota no cartão de crédito do acusado.
De acordo com a investigação, o réu aguardou dias para colocar seu plano em prática e assim se vingar da ex-companheira. Ele se aproveitou de um mingau preparado pela avó paterna da criança e, sem que ela soubesse, misturou o chumbinho no alimento. Logo depois, deixou o menino em uma creche no bairro São Jorge. Minutos depois, Anthony passou mal e não resistiu à intoxicação. O frasco do veneno foi descartado no local, numa tentativa de despistar a autoria e incriminar outras pessoas da unidade de ensino.

A diretora da escola, que participou do socorro à criança, relatou que foi chamada pelas professoras após o menino passar mal e que o quadro se agravou rapidamente: "a criança não conseguia se levantar e chegou a apresentar espuma na boca".
Ainda em depoimento, a diretora destacou a diferença de comportamento entre os pais na UPA, enquanto a mãe demonstrava desespero, o pai se mantinha calmo. Ela também relatou que, ainda no local, o réu acusou a escola de ter administrado alguma medicação à criança.

"A professora responsável por socorrer e acompanhar Anthony até a UPA, ficou tão abalada com o ocorrido, que não conseguiu retomar ao trabalho e permanece afastada", enfatizou a diretora.
O julgamento, adiado em julho, agora reúne familiares e pessoas que acompanharam o caso, todos clamando por justiça em memória de Anthony Levi.
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