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‘Minha filha era meu tudo’, diz mãe de jovem assassinada por serial killer em Maceió

Um ano após o crime, julgamento emociona família de Ana Clara, morta aos 16 anos, no Vergel do Lago

Por Tribuna Hoje com assessoria MPE/AL 31/07/2025 12h38
‘Minha filha era meu tudo’, diz mãe de jovem assassinada por serial killer em Maceió
Familiares acompanham o júri de Albino Santos de Lima, acusado de matar Ana Clara - Foto: MPAL


Com lágrimas nos olhos e voz embargada pela dor, Piedade Wilma Melo dos Santos definiu o vazio deixado pela filha Ana Clara Santos Lima, de 16 anos, assassinada em agosto de 2024. “Minha filha era minha companheira, meu tudo. Eu só tinha ela”, disse, durante o júri popular de Albino Santos de Lima, o “Serial Killer de Maceió”, iniciado nesta quinta-feira (31), na capital alagoana.

O julgamento é o terceiro de uma série de processos contra Albino, que confessou 18 assassinatos, quase todos de jovens. Ana Clara foi morta no bairro Vergel do Lago, após sair de casa para assistir a um jogo de futebol.

Uma das testemunhas do dia foi o morador da residência onde a adolescente tentou se abrigar após ser baleada. “Ela tombou na nossa cama. Um dos tiros foi dado na frente do meu filho de três anos. Ficamos traumatizados e tivemos que nos mudar”, relatou ele, virtualmente.

Piedade relembrou o momento em que pressentiu a tragédia. “Achei estranho ela não me ligar. Quando vi o Samu e a polícia, gelei. O policial me perguntou se eu era a mãe da Ana Clara... quando confirmei, ele disse que ela não tinha resistido. Só consegui ver os pezinhos dela”, contou, em prantos.

Piedade Wilma, mãe de Ana Clara durante depoimento I Foto: MPAL


A defesa de Albino tenta convencer o júri de que ele é inimputável, alegando insanidade mental. “Uma pessoa que mata 18 vezes não pode ser considerada normal. Vamos pedir absolvição por incapacidade”, declarou o advogado Geoberto Luna.

No entanto, laudo psiquiátrico atestou que o réu tem plena capacidade de compreender seus atos. A defesa, mesmo assim, pediu nova avaliação por uma equipe multidisciplinar.

Para o promotor de Justiça Antônio Villas Boas, os crimes foram cruéis, repetitivos e calculados: “Ele próprio confessou que perdeu a conta das vítimas. Todas jovens, mortas por motivo torpe e sem chance de defesa. A Justiça precisa ser feita.”

Albino acompanha os depoimentos durante o júri I Foto: MPAL

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