Um adolescente de 13 anos, aparentemente comum, de classe média e com uma família considerada “estruturada”, comete um ato brutal: mata uma colega de sala. Este é o ponto de partida da minissérie “Adolescência”, da Netflix, que em apenas quatro episódios tem gerado debates intensos ao tocar em temas que ecoam no cotidiano de muitas famílias: bullying, redes sociais, preconceito, a ausência de diálogo e a perda de empatia.

Na noite da sexta-feira, dia 11, essa inquietação atravessou as telas e ganhou vida no Bistrô Farol, em Maceió, durante uma roda de conversa que reuniu profissionais das áreas de psicologia, educação, comunicação e saúde. Mais do que analisar a série, o encontro teve como proposta um mergulho coletivo nas dores, dúvidas e silêncios que envolvem a adolescência na contemporaneidade.

O ambiente da roda de conversa favoreceu o compartilhamento de experiências e percepções. Muitos dos presentes relataram situações em que a falta de diálogo com filhos, alunos ou pacientes gerou crises profundas. Outros pontuaram o papel das redes sociais na construção da autoimagem e no agravamento de conflitos entre os jovens.

“Estamos todos sendo convidados a refletir: como temos escutado nossos adolescentes? Que espaço temos dado para que eles expressem suas angústias?”, provocou um dos mediadores da conversa.

Mais do que uma discussão sobre uma produção audiovisual, o que se viu no Bistrô Farol foi um exercício de humanidade: a tentativa de compreender o que se passa por trás dos muros do silêncio, das postagens nas redes e dos comportamentos que muitas vezes são mal interpretados pelos adultos.

O encontro foi promovido pelo Studio de Psicanálise.