Na tarde de terça-feira (11), um grave acidente na obra de duplicação da AL-101 Norte, no bairro Riacho Doce, em Maceió, resultou na morte de um trabalhador. O caminhão-pipa conduzido por Jackson Santos tombou no local da obra, e ele não resistiu aos ferimentos. O motorista, descrito por colegas como um profissional dedicado, evangélico e pai de dois filhos, foi a sétima vítima fatal de acidente de trabalho em Alagoas este ano, conforme dados do Ministério do Trabalho e Emprego.

Testemunhas relataram que o veículo dirigido por Jackson apresentava condições precárias. Segundo um trabalhador que preferiu não se identificar, o caminhão-pipa já havia sido alvo de reclamações por falhas mecânicas.

"Era um equipamento que não funcionava, já havia sido relatado outras vezes. Não tinha freio e nem força. O equipamento ia para a oficina, voltava do mesmo jeito e, às vezes, pior", afirmou um colega de trabalho da vítima.

Investigação

O caso será investigado pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), que já anunciou que ouvirá os funcionários e os responsáveis pelo consórcio de construtoras envolvidas na obra. Segundo o superintendente do órgão em Alagoas, Cícero Filho, um relatório será elaborado com base na fiscalização e encaminhado a entidades competentes, como o Ministério Público do Trabalho (MPT), o Ministério Público Federal (MPF) e a Polícia Civil. 

Dependendo dos resultados da apuração, a empresa responsável poderá ser autuada, multada e até mesmo ter a obra embargada ou interditada.

Inquérito

A Polícia Civil também abriu um inquérito para investigar as circunstâncias do acidente. Segundo o delegado Carlos Alberto Reis, todas as evidências serão analisadas, incluindo as condições do caminhão e as responsabilidades da empresa contratante. 

"A partir do momento em que ele é contratado por uma empresa, será verificado se estava na categoria correta. No caso do caminhão-pipa, o exigido é a categoria D. Se não for constatado isso, pode haver responsabilização da empresa que o contratou", afirmou o delegado.

Os colegas de trabalho de Jackson lamentaram sua morte e destacaram sua dedicação e caráter. "Um excelente trabalhador, profissional, amigo de todos, evangélico, pai de dois filhos", afirmou um dos companheiros de equipe.

A tragédia reacendeu o alerta sobre as condições de segurança dos trabalhadores da construção civil, em especial nas obras públicas, e reforçou a necessidade de fiscalizações mais rígidas para evitar que novas fatalidades aconteçam.