valdete calheiros
colaboradora

As atividades que marcam o Abril Vermelho, período em que os integrantes dos movimentos dos trabalhadores rurais sem-terra protestam contra as políticas de reforma agrária do governo, tomaram novos rumos, na tarde de ontem, quando os cerca de dois mil sem-terra desocuparam a Praça Sinimbu e retornaram aos seus assentamentos.

A luta pela reforma agrária, no entanto, continuará nos respectivos assentamentos. Os sem-terra prometem iniciar um grande movimento em busca das terras das usinas Laginha e Guaxuma. O líder do Movimento Social de Luta, Cristiano dos Santos, afirmou que apenas na Laginha existem cerca de 11 hectares que podem beneficiar cinco mil famílias, algo em torno de 20 mil pessoas.

“A mudança no comando do Incra era apenas o começo da retomada da luta pela terra em Alagoas. Falta agora assentar as famílias acampadas do Estado e garantir melhores condições para as já assentadas”, adiantou o líder Cristiano dos Santos.

Eles retornaram aos acampamentos, espalhados em todo o Estado, com a sensação de dever cumprido com a mudança do nome da superintendência do Incra – Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária. O órgão é responsável por gerir os processos de regularização de assentamentos.

Wilson César de Lira Santos deixou a superintendência do órgão em Alagoas. Em seu lugar, assumirá José Ubiratan Resende Santana, servidor de carreira do Incra. Cesar de Lira foi nomeado para o Incra ainda no governo Michel Temer e seguiu no órgão durante o governo de Jair Bolsonaro.

Os trabalhadores rurais fizeram a lavagem simbólica da sede do Incra em uma comemoração dos camponeses e camponesas com a exoneração do superintendente do órgão, César Lira.

Os sem-terra estavam na capital participando da Jornada Nacional em Defesa da Reforma Agrária, desde a última segunda-feira.