O ingrediente principal para as comidas típicas do mês de junho começou a ser comercializado ainda no mês de maio em Maceió. Mesmo com a procura ainda baixa, os comerciantes do produto esperam boas vendas com a proximidade dos dias de Santo Antônio (13 de junho), São João (24 de junho) e São Pedro (29 de junho). O preço da ‘mão de milho’ (50 espigas) varia entre R$ 40 e R$ 60, de acordo com o tamanho e qualidade.

A dona de casa Lindinalva Borges todos os anos aproveita os festejos juninos para comercializar milho verde, junto com as filhas Juliana e Eliane, em dois pontos no Mercado da Produção. “A procura ainda está pequena porque não chegaram as festas, mas a expectativa é alta. Sempre que chega esse período, trabalho com a venda da mão de milho para fazer um extra. E, além da mão, também vendo a espiga sem a palha, que custa R$ 1 a unidade”, afirmou.

O comerciante Marcos da Silva é um dos consumidores que não abre mão do milho verde nessa época. Na casa dele, todas as receitas de festa junina que usam o milho como base fazem sucesso.

“Estou levando 10 espigas porque toda semana compro um pouquinho para ir consumindo. É bolo de milho, canjica, milho cozido, assado, de todo jeito. A mulher pede e a gente leva. Não reclamo do preço porque sou comerciante e sei que os custos não estão baratos, está tudo em alta e a dificuldade está para todo mundo. Então, quem não leva 100, leva 50, 20, de acordo com o que o bolso pode ou a demanda de casa pede”, disse.

Nutricionista
“Alimento nos traz uma memória afetiva deliciosa”

O milho é um alimento altamente energético, rico em nutrientes como carboidratos, proteínas, fibras, vitaminas e minerais, especialmente vitamina A (carotenóides), que dá a cor amarelada ao grão e quando ingerida possui importante função antioxidante.

Segundo a nutricionista Danielle Vanderlei, o milho é um cereal que cabe bem num contexto de alimentação saudável. “Em se tratando do Nordeste, principalmente do mês de junho, o milho nos traz uma memória afetiva deliciosa, estando presente em vários alimentos típicos desse mês junino de tantas comemorações, devendo ser consumido sempre em equilíbrio e de acordo com o contexto de cada um, que pode ser ajustado por um nutricionista”, afirmou.

DISTRIBUIÇÃO DE SEMENTES

O Programa Planta Alagoas distribui sementes de milho, feijão, sorgo e arroz para atender aos produtores familiares de todo o estado de Alagoas, incentivando a produção, gerando renda e segurança alimentar.

Com o programa de distribuição de sementes, produtores familiares que não têm condições de comprá-las recebem os grãos sem custo algum e, logo em seguida, iniciam a plantação que, futuramente, trará resultados surpreendentes para a mesa e o bolso de todos os beneficiários.

Segundo o superintendente de Inclusão Produtiva, Yago Calheiros, o programa está em pleno andamento, com o objetivo de distribuir cerca de 568 toneladas de sementes de milho, mas a produção é considerada insuficiente para atender a demanda de Alagoas.

“No momento, a cultura do milho encontra-se em estágio inicial de desenvolvimento, seguindo um padrão normal. Somente a partir de julho teremos informações mais precisas sobre o progresso dessa cultura em todo o estado”, explicou Calheiros.