Cidades

Eleição para o Sindjornal é suspensa

Pedido de liminar feito pela chapa indeferida é acatado pela Justiça do Trabalho em Alagoas e pleito é suspenso por 30 dias

Por Luciana Beder – Colaboradora com Tribuna Independente 04/05/2023 10h17 - Atualizado em 04/05/2023 11h00
Eleição para o Sindjornal é suspensa
Indeferida, chapa Renovar e Reconquistar Direitos quer novo processo eleitoral com nova data para eleição - Foto: Divulgação

A eleição da nova diretoria do Sindicato dos Jornalistas de Alagoas (Sindjornal) para a gestão 2023/2026, que seria realizada amanhã (5), das 9h às 17h, foi suspensa pelo juiz da 3ª Vara do Trabalho, Edson Francoso. Ele acatou parcialmente o pedido de liminar impetrado pela chapa “Renovar e Reconquistar Direitos”, que teve sua inscrição indeferida. De acordo com a decisão, a eleição está suspensa pelo prazo de 30 dias, mantendo-se, porém, a atual direção do Sindicato.

Francoso determinou ainda a intimação da parte ré para apresentar a sua defesa por escrito com cominações legais até o dia 19 de maio (sem sigilo), face a audiência una por videoconferência já designada para o dia 31 de maio; e a intimação do acionante para se manifestar sobre a defesa e os documentos eventualmente apresentados até uma hora antes da audiência.

No pedido de liminar, a chapa “Renovar e Reconquistar Direitos” requereu também: a inclusão da chapa para participar da eleição; o afastamento da atual Diretoria e do Conselho Fiscal do Sindjornal e ainda a nomeação de Junta Governativa Judicial para convocação de novas eleições possibilitando que toda a categoria possa votar e ser votada; anulação dos atos praticados desde a nomeação da comissão eleitoral, culminando no afastamento e convocação de assembleia geral para eleição de nova Comissão Eleitoral e início de novo processo eleitoral com nova data para eleição; e, subsidiariamente, que sejam convocadas novas eleições de Diretoria, sendo o primeiro ato a convocação de assembleia para eleição dos membros da Comissão Eleitoral.

O candidato da chapa indeferida “Renovar e Reconquistar Direitos” Marcos Rolemberg disse que, apesar de ter judicializado, estão dispostos a sentar e negociar.

“Nós tentamos até o último instante que a situação fosse resolvida sem precisar acionar a Justiça. No entanto, não houve boa vontade dos envolvidos (presidente Izaías Barbosa, Comissão Eleitoral e o candidato a presidente da outra chapa). Só queremos ter o direito legítimo, democrático e constitucional de disputar a eleição e em condições de igualdade, sem favorecimento. Inclusive, reforço o convite: estamos dispostos a sentar e negociar. Mas não vamos aceitar imposição e desrespeito calados. Os jornalistas Carlos Madeiro e Marcelo Firmino já se dispuseram a fazer uma mediação. Estamos abertos”, afirmou.

“Não deixamos de dialogar e buscar o melhor para a categoria”

Já o candidato à presidência da chapa “Outras Palavras” Alexandre Lino disse lamentar a judicialização. Segundo Lino, eles não veem problema em duas chapas concorrerem.

“Desde o início buscamos uma composição para que as várias vozes da categoria estivessem na mesma chapa, mas os interesses pessoais de alguns integrantes do grupo que teve o registro indeferido impediram essa unidade. Mesmo assim, não deixamos de dialogar e buscar o melhor para a categoria. Não vejo problema em termos duas chapas, mesmo sabendo que eles perderam o prazo para inscrição. Os jornalistas já demonstraram que querem uma nova gestão, desde que feita com responsabilidade, ouvindo o que cada um tem para oferecer para voltarmos a ser protagonistas na sociedade”, afirmou.

Lino disse ainda que a chapa “Outras Palavras” aceita sentar e ouvir uma proposta para que a eleição possa acontecer. “O que nós não queremos é que exista uma intervenção no sindicato, como foi judicialmente proposto pelo grupo indeferido, e que sabiamente o juiz não deferiu, pois isso iria de encontro com a democracia”, contou.

COMISSÃO

Por meio de nota, a Comissão Eleitoral do Sindjornal informou que sua defesa já está sendo feita e será protocolada na Justiça do Trabalho. Segundo a Comissão, todas as decisões tomadas seguiram estritamente o que está estabelecido no Estatuto do sindicato e foram feitas com a devida orientação jurídica.