Cidades
Advogada chama mulheres para o Ato de 8 de Março
Paula Lopes reforça a importância de políticas públicas para as vítimas de violência

O TH Entrevista dessa semana entrevistou a presidente do Centro de Defesa dos Direitos da Mulher (CDDM), Paula Lopes, que falou sobre os direitos das mulheres vítimas de violência. A advogada especialista em defesa da mulher ressaltou que os casos de agressões acontecem em todas as classes sociais, mas as vítimas de baixa renda costumam ser as que sofrem ainda a violência institucional.
“Não existe classe social para a violência doméstica e o feminicídio. Mulheres de todos os níveis sofrem agressão, mas uma parcela delas, principalmente as de baixa renda, acabam desistindo de procurar a delegacia, porque são maltratadas pelas suas vestimentas e modo de falar. São humilhadas e proibidas de entrar em um fórum. Temos avançado muito com relação ao atendimento a essas mulheres, mas ainda há muito o que evoluir”, opina.
Paula Lopes destaca a importância das casas de acolhimento para as mulheres vítimas de violência e seus filhos. “Muitas dessas vítimas sofrem a violência patrimonial. Acabam permanecendo no relacionamento porque não podem se sustentar e nem aos seus filhos. Então é preciso que haja mais políticas públicas de acolhimento e encaminhamento para o mercado de trabalho”, disse a advogada.
Outro tema discutido durante a entrevista foi o projeto de lei do vereador Leonardo Dias (PL), que prevê a obrigação de todos os estabelecimentos da rede municipal de saúde a orientarem pacientes sobre “riscos e consequências” do aborto legal. A lei foi aprovada no dia 9 de fevereiro, na Câmara de Vereadores de Maceió, com apenas uma abstenção da vereadora Teca Nelma (PSD).
Para Paula Lopes, a lei não tem respaldo jurídico. “É um direito do paciente ter acesso às instruções sobre como vai ser o procedimento que ele irá realizar. Mas ninguém vê um vídeo das vísceras, do fígado ou do estômago para saber como é uma cirurgia. “Além disso, quem vai passar esse vídeo e conversar com essa mulher? O funcionário público, que por lei não poderia expor sua opinião?”, questiona.
“O que eles querem é fazer um patrulhamento ideológico, vitimizar mulheres e meninas que já são vítimas de violência”, afirma Paula Lopes. “Essa lei aprovada hoje vem para enfatizar a violência psicológica e moral. Como se já não fosse pesado o suficiente realizar um aborto”, continuou.
Paula Lopes encerrou a entrevista convidando todas as mulheres para o Ato de 8 de Março, que terá início na Praça Centenário, no Farol, e seguirá até a Praça Deodoro, no Centro, onde acontecerão apresentações artísticas fazendo alusão à data.
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