Cidades
PC pedirá bloqueio de contas de cerimonialista suspeito de praticar golpes

A Polícia Civil vai pedir o bloqueio das contas bancárias e restrições patrimoniais do cerimonialista Felipe Lima, preso ontem (2) suspeito de praticar golpes contra formandos de escolas e faculdades de Maceió, para ressarcir as vítimas. Segundo o delegado Igor Diego, foram ouvidas mais de 40 pessoas lesadas pelo produtor de eventos.
“Durante duas semanas, a Divisão Especial de Investigações e Capturas ouviu diversas vítimas dessa situação, colheu comprovantes de pagamento e outras provas e isso fez com que fosse pedida a prisão preventiva do suspeito que hoje [ontem, 2] foi cumprida”, afirmou.
Ainda de acordo com o delegado, também foi realizada busca e apreensão na casa do produtor de eventos, localizada no bairro do Feitosa, em Maceió. “Foi verificado que ninguém mais estava morando na casa, que a casa estava esvaziada, inclusive, na geladeira não tinha nenhum alimento. O grande objetivo era encontrar objetos patrimoniais que pudessem ressarcir os valores pagos pelas vítimas”, disse.
O cerimonialista foi encontrado na casa de parentes, no município de Marechal Deodoro, em cumprimento a mandado de prisão preventiva expedido pela 10ª Vara Criminal da Capital. Agora, a Polícia Civil vai realizar os procedimentos finais e encaminhar tudo para o Poder Judiciário.
“Vamos pedir o bloqueio das contas bancárias, bem como também as restrições patrimoniais para que, eventualmente, esses bens sendo encontrados, possam servir para realizar o ressarcimento dessas vítimas”, finalizou Igor Diego.
DEFESA
O advogado Wallace Miranda, que representa o cerimonialista Felipe Lima, disse que a prisão foi totalmente desnecessária e que requereu imediata soltura na instrução criminal. “O empresário está sendo injustamente atacado, especialmente nas mídias digitais e redes sociais, sendo taxado de criminoso e estelionatário”, afirmou em nota.
Segundo Miranda, é importante esclarecer que o cerimonialista já atua no mercado de eventos há mais de 15 anos. “Vale salientar que em breve regularizará todas suas obrigações junto aos seus contratantes, haja vista que sempre atuou com zelo e cautela em todas as suas atribuições”, disse.
Ainda de acordo com o advogado, Felipe Lima “refuta qualquer menção e ato criminoso, pois nunca aplicou ou foi conivente com nenhum tipo de golpe, tampouco desapareceu com o dinheiro de nenhum contratante”. Além disso, Miranda afirmou que o cliente se coloca à disposição para, no futuro, esclarecer quaisquer pontos que se façam necessários.
No dia 15 de janeiro, o cerimonialista havia publicado uma nota nas redes sociais negando as acusações. “A Empresa Felipe Lima Produções & Eventos informa que diante as acusações e circulações de fotos, endereço e dados pessoais. Estaremos tomando medidas cabíveis. É crime divulgar, fornecer ou dar acesso à dados pessoais de terceiros sem autorização ou sem fins lícitos: Pena de reclusão, de dois a quatro anos, e multa. Existe a Lei 13.709 de Proteção de Dados. Em nenhum momento fugimos ou sumimos de nossas responsabilidades. Iremos pedir direito de resposta no site para explicar todo ocorrido”, diz trecho da nota.
Lima finalizou a nota dizendo “quem continuar postando falsas acusações estaremos tirando prints e acionando o jurídico, até porque tem prints com ameaças de morte e incitação à violência e isso é totalmente crime. Em breve voltamos com mais esclarecimentos”.
Familiares: “produtor de eventos foi irresponsável e agiu com má-fé”
A recepcionista Carlytânia Águida é mãe de uma aluna que pagou pela formatura e não teve o serviço prestado. Segundo ela, nunca pensaram que o baile não aconteceria. “Nós o conhecemos porque ele foi apresentar o trabalho dele na escola e fez uma reunião com os pais, tudo direitinho, assinou contrato e a gente começou a pagar. Alguns quitaram logo, outros deixaram para quitar até um mês antes da festa. Ele vinha fazendo tudo direitinho, fez as fotos na praia, fez o culto, missa, colação de grau e fez a aula da saudade no dia 6 de janeiro”, contou.
Águida disse que, um dia antes do baile, o cerimonialista marcou uma reunião com a comissão da turma, no local que seria realizado o baile, mas ele não compareceu. “Na quinta-feira, ele tinha marcado uma reunião com a comissão no Chez Marie. Chegando lá, a comissão foi e ele não compareceu. Aí os alunos foram conversar com a dona do Chez Marie e souberam que só estava 50% do salão pago e os outros 50% ele não tinha aparecido para pagar. Aí veio a desconfiança. Como é que um dia antes do baile o salão não está pago, se todo mundo tinha terminado de pagar?”, questionou.
Depois de descobrir que o salão não estava pago, os alunos procuraram os outros serviços que seriam contratados para o evento. “Procuraram o buffet e ele não apareceu para pagar o buffet; não apareceu para pagar o DJ; não pagou nada da banda; o rapaz do letreiro só pagou 50%. Enfim, todo mundo se apavorou e fez boletim de ocorrência. Quando foi no dia do baile, 5h30 da manhã, ele mandou mensagem no grupo dizendo que a formatura não estava cancelada, que ia ter formatura sim. Aí vimos esperança, pensamos que ele poderia ter uma equipe grande e resolvesse tudo, mas foi passando o tempo e não teve baile”, afirmou.
Segundo Águida, o baile será realizado no dia 10 de março, mas não pelo cerimonialista. “Uma comissão de mães se juntou para organizar novamente o baile, a escola doou um valor e os alunos estão vendendo água na praia aos finais de semana, fizemos rifa, vaquinha e os pais ainda vão desembolsar mais um valor para poder realizar o sonho dos nossos filhos que foi anulado por conta desse cerimonialista irresponsável”, disse.
Para a avó de outra aluna da turma de ensino médio, que foi lesada pelo cerimonialista, ele agiu com má-fé desde o início. “O pior de tudo, e essa é a prova cabal que ele estava com má fé desde o início, é que ele até no dia que seria o baile estava dizendo para todo mundo que haveria o baile, que até meio dia estaria com tudo pronto, tudo resolvido. Íamos todos arrumados e chegando lá daríamos com a cara na porta”, afirmou Maria Gorete.
Maria Gorete ressaltou que o produtor de eventos bloqueou os comentários nas redes sociais e continuou aplicando golpe em outras turmas. “Inclusive, teve a cara de pau de colocar uma nota dizendo que estava sendo vítima, que não era verdade, que ele estava processando. Ou seja, ele estava de boa nas redes sociais e ainda se achando porque era ‘ficha limpa’, não devia nada e fazendo a mesma coisa com várias turmas ao mesmo tempo”, disse. (L
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