Cidades
Dependente químico supera a dependência do álcool com o apoio da Rede Acolhe
Programa do Governo de Alagoas para dependentes químicos oferece 750 vagas para tratamento gratuito na capital e no interior

A Secretaria de Estado de Prevenção à Violência (Seprev) tem fortalecido as ações de inclusão e resgate social de pessoas com dependência química no Estado, por meio da Rede Acolhe. O programa conta com 34 comunidades acolhedoras, que oferecem 750 vagas para tratamento gratuito e voluntário de pessoas a partir dos 12 anos de idade e que tenham o desejo de abandonar o vício e ressignificar a vida com mais saúde e dignidade.
Um exemplo exitoso deste tratamento é o alagoano Ronaldo Gomes, de 53 anos. Natural de Murici e, atualmente, com residência em Rio Largo, ele conta que passou a maior parte da vida sob a dependência do álcool, um hábito que adquiriu ainda na adolescência.
“No começo, eu via meu pai e outras pessoas próximas bebendo e achava bonito. Então, quando eu tinha uns 15 anos, decidi experimentar, e não parei mais. Fui dependente cruzado, usava tanto o álcool quanto outras drogas, mas o meu forte mesmo era o álcool, do qual fui dependente por quase 35 anos”, conta.
O uso abusivo e constante de bebidas alcoólicas levou Ronaldo Gomes a se distanciar da família e abandonar o convívio social. "Percebi que eu tinha perdido o conceito de família, o respeito das pessoas e a vivência social, pois já era malvisto pela sociedade. Eu achava que a bebida era tudo de bom, mas não entendia que aquilo estava estragando a minha vida e me distanciando de quem eu mais amava”, relata.
Quando a situação se tornou insustentável, o filho mais velho do Sr. Ronaldo sugeriu que ele procurasse tratamento na Rede Acolhe, e a proposta foi aceita de pronto. Ele foi encaminhado para uma comunidade acolhedora no município de Marechal Deodoro, onde permaneceu em tratamento durante um ano. Lá, recebeu atendimento integral oferecido pela equipe multidisciplinar e pôde, enfim, abandonar o vício de forma definitiva.
“Por causa do meu egoísmo e da minha ignorância, estava prejudicando não só a mim, mas a todos que estavam ao meu redor, mas nunca é tarde para reconhecer o erro e mudar. O tratamento foi tão positivo que fez até com que minha família se unisse mais. Recebi a visita de todos os meus irmãos, dos meus tios e tias; foi um momento muito especial de transformação”, relembra com alegria.
E o progresso continuou. Após concluir o tratamento, o ex-acolhido ingressou no curso de masseiro oferecido pelo Centro de Referência em Reinserção Social e Produtiva da Seprev, fruto de um contrato firmado com o Senac Alagoas. Para o ex-acolhido, a oportunidade de aprender uma nova profissão que vai lhe proporcionar emprego e renda é um grande incentivo para continuar longe das drogas.
“Estou aprendendo a fazer massas de macarrão, pizza, salgados, biscoitos e tortas. Coisas que nunca imaginei na minha vida. Acredito que a maior dificuldade para um dependente químico é ingressar no mercado de trabalho, e esse curso é uma oportunidade de voltar ao convívio social e mostrar que vencemos a dependência”, afirmou.
Auxílio profissional
O secretário de Estado de Prevenção à Violência, Kelmann Vieira, explica que é possível combater a dependência e abandonar o vício, seja em álcool ou em qualquer outra substância. Mas, para isso, é necessário entender as questões individuais que levam a esse consumo e oportunizar o tratamento adequado.
“Nas comunidades acolhedoras cada caso é avaliado individualmente, e, com a ajuda da equipe multiprofissional, formada por psicólogas, assistentes sociais, advogados e técnicos, torna-se mais fácil vencer a condição de dependência. Ano após ano, a Rede Acolhe tem registrado milhares de histórias de sucesso de pessoas que tiveram suas vidas abaladas pelo uso de álcool ou outras drogas, mas conseguiram dar a volta por cima”, afirma o secretário.
Kelmann Vieira destaca ainda a importância dos cursos ofertados pela Seprev para combater as recaídas. “Entendendo essa necessidade, o Governo de Alagoas vem fortalecendo a reinserção social, dando a possibilidade para estas pessoas construírem uma nova profissão e com um certificado de peso para o mercado”, enfatizou.
Quem tiver interesse em buscar tratamento voluntário em uma das comunidades acolhedoras credenciadas pode procurar um dos três Centros de Acolhimento em Maceió, Arapiraca ou Santana do Ipanema, ou agendar uma visita das equipes técnicas pelo número 0800.280.9390.
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