Em Marechal Deodoro muitos consumidores têm reclamado de aumento na conta de água após os imóveis passarem a ser classificados como comerciais. Além da classificação, os consumidores reclamam da falta de água constante e do reajuste inflacionário.

A funcionária pública Joana Rossi disse que pagava em torno de R$ 30 e, atualmente, paga quase R$ 160. “Estão cobrando uma taxa a mais por causa da barbearia do meu irmão. A gente nunca pagou taxa comercial, mas quando a BRK veio para cá, começou a cobrar essa taxa. Vistoriaram a nossa residência e viram que é uma barbearia que não utiliza água. Reclamei e disseram que tinha que pagar. Começou sendo os R$ 30 de taxa residencial junto com quase R$ 50 de comercial, aí teve reajuste e subiu para quase R$ 40 a taxa residencial e R$ 120 a comercial. Só moram duas pessoas em casa e ainda falta água sempre. Não tem condições pagar quase R$ 160 com um salário mínimo”, contou Rossi.

O funcionário público Breno José também reclamou do reajuste inflacionário. Segundo o consumidor, ele pagava a taxa mínima de R$ 30 e, agora, está pagando mais de R$ 70. “Ninguém sabe como está acontecendo isso, de quem é o erro. Não estamos consumindo mais água do que o habitual. A reclamação é geral. Um vizinho meu pagava R$ 80 e a conta dele agora está vindo R$ 220”, disse.

O casal Luiz Gomes e Maria Lúcia tem uma venda na garagem de casa e contou que pagou mais de R$ 600 para instalar um hidrômetro no estabelecimento para evitar a cobrança mensal do ponto comercial na fatura da residência, mas tem receio que a cobrança continue.

“Estava vindo uma taxa de R$ 50, fora o meu consumo de R$ 30, por causa do ponto comercial. Aí liguei para BRK, um rapaz veio, fez a vistoria, viu que o estabelecimento não usa água e disse que eu não iria pagar. Passei uns seis meses sem pagar e, agora, começou a vir novamente. Aí fui lá e disseram que era a taxa do comércio, mas eu disse que tinha feito a vistoria, que não uso água. Liguei novamente e, para me livrar da taxa, a moça falou que a única maneira era solicitando uma ligação para o ponto comercial. Solicitei, paguei mais de R$ 600 e agora estou esperando a primeira fatura para solicitar o desligamento dessa ligação comercial. Não tenho condições de pagar R$ 160 de água, meu comércio não é grande, tem dia que não vendo nada, não tenho funcionários, é na garagem da minha casa”, afirmou Maria Lúcia.

Empresa diz que analisa casos e inconsistências serão corrigidas

Segundo a BRK, a classificação dos imóveis nas respectivas categorias – industrial, pública, comercial, residencial e social – obedece à regulamentação da Agência Reguladora dos Serviços Públicos do Estado de Alagoas (Arsal).

Por meio de nota, a concessionária informou que as solicitações dos clientes em questão já estão sendo analisadas pelo setor responsável. E, após essa avaliação, os clientes serão comunicados sobre as tratativas em até 48 horas. Caso fique constatada a existência de alguma inconformidade, a empresa não hesitará em corrigir possíveis inconsistências.
A BRK disse ainda que os clientes que têm pontos comerciais em suas residências podem solicitar a individualização das ligações de água pelos canais de atendimento ou lojas da empresa. Caso não utilizem água no ponto comercial alocado em casa, os clientes também podem solicitar o corte dessa ligação.

Sobre o reajuste inflacionário, a concessionária informou que, além do reajuste inflacionário que começou a ser aplicado no mês de dezembro, pode haver diversos outros motivos que influenciam no valor da fatura, a exemplo de vazamentos não visíveis nas instalações internas dos imóveis e aumento do consumo devido à época do ano.

Já sobre a falta de água constante, a empresa informou que monitora em tempo real as unidades e que os consumidores podem registrar as ocorrências de falta de água pelo 0800 771 001, para que cheguem ao conhecimento da concessionária e sejam incluídas na escala de atendimento das equipes operacionais.