Cidades
Situação nos Flexais é crítica, apontam laudos
Mais de 60 imóveis foram vistoriados e apresentam problemas relacionados ao solo

Mais de 60 imóveis dos Flexais estão em situação crítica e toda a região está em zona de influência da movimentação de solo, apontam laudos elaborados por especialistas e apresentados no último sábado (23) em evento para a comunidade e autoridades. Os moradores vêm há cerca de dois anos reivindicando a realocação devido aos efeitos do afundamento de solo e agora, por meio de laudos independentes, querem provar a relação com o problema.
Responsável pelo laudo técnico de inspeção, o engenheiro civil Lucas Mattar detalha que as edificações dos Flexais de Cima e de Baixo possuem padrões construtivos muito diferentes e datas de construção que vão de 5 a 60 anos. As vistorias foram realizadas em fevereiro deste ano e identificaram uma série de problemas desde trincas e rachaduras até comprometimento de estruturas e solo cedendo.
“O perímetro visitado é de aproximadamente 1.500 metros e no decorrer das vistorias todas as casas apresentavam fissuras, rachaduras ou trincas em maior ou menor profundidade. Além de manifestações patológicas causadas por recalques do solo. As datas em que as patologias se fizeram presentes é similar com cada morador das edificações vistoriadas. Com base nas informações retiradas das análises de cada casa e tratando como forma coletiva, com as 62 edificações vistoriadas e tendo em mente os problemas já confirmados pela CPRM, Defesa Civil e diversos outros órgãos, pelo laudo técnico de outros engenheiros e estudos feitos (...) Assim, diante das evidências, classifico a situação das edificações do Flexal de Cima e Flexal de Baixo, em conjunto, como CRÍTICO e recomendo fortemente que as autoridades locais juntamente com a CPRM sejam convocadas para tomar as medidas cabíveis pelo bem da população local”, detalhou o especialista em laudo.
Região está a 1.540 m das minas de sal-gema
O também engenheiro Abel Galindo, autor de diversas análises sobre o processo de subsidência relacionado à mineração confirmou o que chama de “zona de influência”. Segundo ele, a região está a 1.540 metros de distância das minas de sal-gema.
Conforme explicam os especialistas, patologias semelhantes foram encontradas em pontos e ruas diferentes.
“Perceba que o Mapa do professor Abel Galindo alcança toda extensão da Rua Tobias Barreto no Flexal de Baixo e Rua Faustino Silveira no Flexal de Cima. Além disso, o laudo técnico do engenheiro também demonstrou que as patologias nas residências também tem a mesma extensão em ambas as ruas”, pontua o líder comunitário Maurício Sarmento.
Movimento não descarta judicialização do caso
A partir das informações, as lideranças do Movimento Unificado das Vítimas da Braskem (MUVB) pretendem buscar dos órgãos responsáveis ações efetivas e não descartam a judicialização do caso para garantir a realocação das mais de 800 moradias dos Flexais.
“Vamos encaminhar um requerimento para as autoridades tomarem providências com relação ao pessoal dessa área do entorno, no sentido que essas pessoas sejam retiradas desses locais que no nosso entendimento tem criticidade e do ponto de vista econômico e social estão em situação vulnerável. Num primeiro momento vamos questionar, levar tudo isso para a Defesa Civil, MPF [Ministério Público Federal], MPE [Ministério Público do Estado de Alagoas]. Vamos aguardar, dar prazo e, caso não se tome nenhuma providência, vamos procurar judicializar isso. No nosso entendimento as provas são robustas. O apoio da comunidade é maciço”, detalha Cássio Araújo, líder do MUVB.
Conforme explica Maurício Sarmento, a expectativa é de acionar os órgãos públicos envolvidos no caso nos próximos dias.
“Apresentamos pela primeira vez um documento técnico independente, onde aponta que as áreas dos Flexais, Quebradas e Marques de Abrantes foram afetadas pelo crime da Braskem. Percebi nas falas das autoridades presentes o espanto com as afirmações feitas pelo engenheiro e geotécnico professor Abel Galindo e Lucas Mattar. Tiramos o encaminhamento de fazermos ainda essa semana protocolo nos órgãos envolvidos com essa temática. O doutor Ronnie Mota do GGI fará uma reunião com os técnicos da Defesa Civil e os técnicos que apresentaram os lados no evento”, diz.
Procurada, a Defesa Civil de Maceió, órgão responsável pela confecção dos mapas de risco e realocação, informou que reuniões serão realizadas para debater o assunto.
Mais lidas
-
1Reviravoltas inesperadas!
Casais de 'Vale Tudo': quem fica com quem ao longo da novela
-
2Vilã sem escrúpulos
Como Maria de Fátima separa Afonso de Solange em 'Vale Tudo'
-
3Maldade na veia
O que acontece com a grande vilã Sirin no final de 'Força de Mulher'?
-
4Vingança e mistério!
'Cuspirei em Seus Túmulos' é a nova série colombiana que todo mundo está assistindo
-
5Intervalo entre filmes
Fim épico ou fiasco? Velozes e Furiosos 11 está quebrando um recorde indesejado da franquia