Cidades

Corpos se acumulam no IML desde 2018

Sede do instituto em Maceió já acumula 150 cadáveres que não foram procurados por familiares para sepultamento

Por Sirley Veloso com Tribuna Independente 19/04/2022 07h26
Corpos se acumulam no IML desde 2018
Segundo diretor do IML, Diogo Nilo, problema se agravou semana passada, quando um contêiner que acondicionava 50 corpos quebrou - Foto: Edilson Omena

O Instituto Médico Legal (IML) de Maceió enfrenta, desde 2018, problemas com o acúmulo de corpos não reclamados, não procurados para sepultamento. Atualmente, o número já é de 150 cadáveres. Segundo o diretor do instituto, Diogo Nilo, o problema se agravou semana passada, quando um contêiner que acondicionava 50 corpos apresentou defeito.

O diretor relatou que a situação atrapalha a dinâmica de trabalho do instituto. “Então, estamos apelando aos municípios que recebam esses corpos para sepultamento. Entre esses corpos estão pessoas identificadas, que foram encontradas com algum tipo de documento, e não identificadas. Mas, mesmo os não identificados, sabemos onde foram encontrados. Então precisamos de uma força-tarefa desses municípios para que sepultem os mortos”, afirmou Nilo.

Nilo disse ainda que, dos 150 corpos, cujos familiares não apareceram para reclamar e sepultar, 60 foram encontrados em Maceió. Os outros são dos demais municípios alagoanos. “Sabemos do problema enfrentado pela capital alagoana, com a falta de espaço nos cemitérios públicos, por isso precisamos da união de forças para resolver a situação”, afirmou o diretor.

MP busca medidas urgentes para o problema

Nesta segunda (18), o procurador-geral de Justiça, Márcio Roberto Tenório de Albuquerque, recebeu a promotora de Justiça do Controle Externo da Atividade Policial da capital, Karla Padilha, e o secretário estadual de Segurança Pública, coronel Elias Oliveira, com o propósito de discutir medidas de urgência que contribuam para solucionar o problema da superlotação do IML.

Entre as medidas que buscam a solução para o problema, o MP/AL realizará tratativas junto aos municípios, para que sepultem os corpos de pessoas que são naturais de suas cidades. Durante o encontro, que aconteceu na sede do MP, o procurador-geral de Justiça comprometeu-se em provocar as prefeituras para que assumam o sepultamento dos corpos não procurados.

O procurador disse que a situação é emergencial, podendo, o instituto ficar sem condições de receber novos corpos. Por isso, iria tratar o assunto com os gestores das 29 prefeituras que possuem relação com a causa. “Vamos pedir para que essas cidades providenciem o sepultamento dos seus munícipes, uma vez que o IML possui essa relação e sabe identificar de onde veio cada um deles”, afirmou.

COOPERAÇÃO

Outra medida que também deverá ser adotada brevemente pelo Ministério Público, trata-se da elaboração de um termo de cooperação, assinado com a Secretaria da Segurança Pública (SSP) e a Associação dos Municípios Alagoanos (AMA), para que, após a realização dos exames cadavéricos pelo IML de Maceió e de Arapiraca, os corpos sejam recolhidos e sepultados pelo Poder Municipal, da localidade de procedência do morto.

O maior número de cadáveres não reclamados é da capital, que é seguida por Rio Largo com quatorze corpos. Os demais municípios se dividem com três ou quatro corpos. (S.V.)