Cidades
8 de Março marca luta permanente
No Dia da Mulher, Margaridas marcham contra fome, pobreza e violência em Maceió, com concentração às 8h na Praça dos Martírios

No Dia Internacional da Mulher, celebrado nesta terça-feira (8), mulheres de todo o Brasil voltam a protagonizar manifestações nacionais contra o governo Bolsonaro. Entidades e coletivos feministas pretendem ocupar as ruas e as redes para bradar “Pela vida das Mulheres” e “Bolsonaro nunca mais!”. Em Maceió, a Marcha das Margaridas protesta contra a fome, pobreza e violência. A concentração será na Praça dos Martírios, às 8h.
Elida Miranda, secretária de formação da Central Única dos Trabalhadores (CUT/AL), salienta que 8 de Março é uma importante data para marcar a luta permanente das mulheres, mesmo diante dos passos dados, pois ainda há muito para avançar.
“No Brasil vivemos um governo que impõe retrocessos, a carestia no preço dos alimentos, por exemplo, atinge diretamente as mulheres e aprofunda situações de pobreza; e para reverter esse quadro precisamos estar organizadas. Lutar contra essa política de ódio e de morte que está em vigor”, destaca.
“É preciso dialogar com a sociedade e com as mulheres para perceber como somos fortes quando estamos juntas no mesmo objetivo”, frisa a dirigente.
A CUT/AL vem convidando há alguns dias cada trabalhadora para somar nas ruas contra fome, pobreza e violência. “Chega de miséria para as mulheres alagoanas. Somos nós as mais atingidas com o preço dos alugueis, da alimentação, dos serviços de energia e saneamento e vários outros. As chefes de família estão cada vez mais imersas na condição de empobrecimento”, diz o anúncio da entidade no Instagram.
“Além das questões ligadas à economia brasileira, elas estão entre as maiores vítimas da violência doméstica e institucional. Mulheres são violentadas e assassinadas todos os dias”, ressalta.
“A crise econômica e política que afeta o povo brasileiro tem deixado a vida das mulheres camponesas cada vez mais insegura e por isso lutamos. Precisamos reconquistar o Brasil. E essa reconquista será pelas mãos das mulheres”, pontua a CUT/Alagoas.
Lenilda Luna, representante do Movimento de Mulheres Olga Benario, salienta que, sem dúvida, a ascensão do discurso misógino e machista de Bolsonaro legitimou a violência e a opressão contra as mulheres.
“De tal forma, que o deputado Artur do Val só percebeu que os comentários dele foram ofensivos e até criminosos contra refugiadas ucranianas pela repercussão negativa com a divulgação dos áudios, porque, na bolha da extrema-direita, esses comportamentos são aceitos com normalidade”, lembra Lenilda.
“Discurso machista estimula a violência física”
Ainda de acordo com Lenilda Luna, o discurso machista estimula a violência física, e que não é à toa que os dados de feminicídio e violência homofóbica aumentaram muito desde a eleição de Bolsonaro.
“Nós precisamos fortalecer a organização das mulheres e denunciar cada violência, a fim de que nenhuma dessas ocorrências seja normalizada na sociedade. É preciso reagir”, conclui.
As manifestações estão confirmadas em 30 cidades, em pelo menos 15 estados e no Distrito Federal. Em pauta, as mulheres também vão buscar “um Brasil sem machismo, sem racismo e sem fome”. Um lema nacional que sintetiza as diversas batalhas travadas pelas brasileiras e que abre as primeiras lutas sociais do país neste ano.
MARCHA DAS MARGARIDAS
Em 12 de agosto de 1983, Margarida Maria Alves, presidenta do Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba, foi assassinada na porta de sua casa. Por denunciar abusos e desrespeito aos direitos das trabalhadoras e trabalhadores rurais. A dirigente sindical pagou com a vida, mas, como tantos outros lutadores, virou semente. Assim, desde o ano 2000, a cada quatro anos, milhares de mulheres do campo, da floresta e das comunidades ribeirinhas tomam as ruas de Brasília para continuar essa luta.
“Data é um marco essencial na celebração e reflexão dos direitos delas”
Maria Silva, secretaria de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos de Alagoas, observa que o Dia Internacional da Mulher comemorado vem como um marco essencial na celebração e na reflexão sobre os direitos da população feminina, principalmente se focar nas conquistas nos campos sociais e econômicos, no espaço dentro do ambiente político e no empoderamento.
“Mas, também precisamos ampliar o olhar sobre os ataques à dignidade e as garantias constitucionais da mulher, para nos fortalecermos e combatê-los. O machismo, o sexismo e o complexo de superioridade masculina ainda são pedras no caminho, longo e difícil, de qualquer mulher que busca respeito”, avalia.
“Nos últimos anos, trazendo a análise para o cenário nacional, observamos com tristeza o desmanche de políticas públicas essenciais para a realização desse trabalho, começando pela própria derrubada desses investimentos no âmbito federal”, destaca a secretária.
Ainda conforme ela, hoje há uma sociedade que, infelizmente, ainda perpetua os estereótipos misóginos. Para Maria Silva, as mulheres continuam sendo julgadas por suas roupas, seus cabelos, sua cor de pele, sua orientação sexual. “São julgadas quando são solteiras, quando são casadas. Se trabalham em casa, se possuem filhos ou não. O fim da objetificação e da desvalorização das mulheres vem com a quebra desse julgamento, com a conscientização, a disseminação dos direitos de cada cidadã. E para que isso aconteça precisamos da atuação de toda a sociedade”, menciona.
CONTRA A CORRENTE
A secretária de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos de Alagoas também explica que embora se nade contra a corrente e aos poucos, com muito trabalho, existem avanços. “Este mês de março contará com diversas ações para a população do nosso Estado, na capital e no interior. Desde a panfletagem com materiais informativos sobre a rede de atendimento à mulher, como palestras e rodas de conversa em parceria com as prefeituras municipais”.
Em Alagoas foram ampliados o cuidado e o acolhimento com as mulheres vítimas de violência, por meio do Governo do Estado. A Secretaria de Estado da Mulher e dos Direitos Humanos (Semudh), com a criação da Sala Lilás do Centro Especializado de Atendimento à Mulher – Ceam, em agosto de 2020, acolheu mais de 350 mulheres até fevereiro de 2022.
“Em parceria com a Secretaria de Estado da Segurança Pública [SSP] e a Polícia Civil de Alagoas [PC/AL], criamos mais uma Sala Lilás na Central de Flagrantes, para atendimento 24 horas, e aos finais de semana, uma solicitação antiga dos movimentos que lutam pela proteção da mulher em nosso Estado e que conseguimos realizar”, destaca Maria Silva. “Ao mesmo tempo em que celebramos as conquistas, nos planejamos para continuar buscando novas formas de proteger as nossas mulheres e de assegurar que suas vozes sejam ouvidas”, finaliza a secretária.
Maceió divulga programação especial do Mês da Mulher
A Prefeitura de Maceió está com uma programação especial para o Mês da Mulher. São ações que garantem mais proteção, dignidade, empoderamento, acessibilidade, esporte, lazer e mais saúde ao público feminino. Por se tratar do Março Lilás, as atividades de combate ao câncer de colo de útero serão intensificadas.
O cronograma de atividades foi preparado pelo Gabinete de Políticas Públicas para as Mulheres e pela Secretaria Municipal de Gestão (Semge), levando em consideração que as servidoras do município não podem ficar de fora deste calendário.
O prefeito JHC lançou a campanha do Mês da Mulher em um evento, ontem (7), na Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Ele iniciou o Programa Dignidade Menstrual na Escola Nosso Lar. A intenção desta ação é distribuir absorventes entre as estudantes das unidades de ensino.
“Neste período pandêmico, quem mais sofreram foram as mulheres por conta até das questões familiares. Muitas perderam o emprego ou tiveram que optar por ficar em casa porque as crianças não puderam ir pra escola e acabaram se tornando chefes de família. O mês veio para exaltar a força feminina. Então, pensamos em ações e políticas públicas de Estado que transformem, protejam e empoderem as mulheres maceioenses”, ressalta Ana Paula Mendes, coordenadora do Gabinete da Mulher.
Nesta terça-feira, será implantada a Guarda Salve Mulher na Casa da Mulher Alagoana. Ao longo do mês, a prefeitura vai executar projetos que incentivam a autoestima das mulheres. O empreendedorismo feminino também será estimulado com o lançamento de três turmas do programa Emprega Mulher, fruto de uma parceria firmada pela gestão com o Sistema S.
A conscientização sobre assédio sexual e importunação sexual, incluindo a entrega de selo a estabelecimentos de Maceió parceiros do Programa Salve Mulher vai ser a principal finalidade do projeto Maceió Sem Assédio. (com assessoria)
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