Cidades

Ocupação de UTIs chega a 89% momentos antes de novo decreto de distanciamento social

Hospitais que traram Covid-19 em Maceió estão com quase 100% de leitos ocupados

Por Carlos Victor Costa com Tribuna Independente 25/05/2021 07h49
Ocupação de UTIs chega a 89% momentos antes de novo decreto de distanciamento social
Reprodução - Foto: Assessoria
Às vésperas de um novo decreto, previsto para ser anunciado nesta terça-feira (25), pelo governador Renan Filho (MDB), a ocupação hospitalar em Alagoas preocupa. Chama atenção para a porcentagem dos leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) no Hospital da Mulher e do Metropolitano, localizados em Maceió e referências no tratamento de pessoas diagnosticadas com a Covid-19, que estão próximos da sua ocupação máxima. O último boletim da Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau), divulgado no final da tarde desta segunda (24), mostra que os leitos de UTI do Hospital da Mulher estão com 99% de ocupação, enquanto que o Hospital Metropolitano está com 98% dos leitos de UTI ocupados. Dos hospitais do interior, o Hospital Clodolfo Rodrigues, em Santana do Ipanema, é o que tem a situação mais grave. A unidade hospitalar está com 93% de ocupação. No total da taxa de ocupação em Alagoas, os dados da Sesau registram 89%. Em Arapiraca, segunda maior cidade do estado, o boletim da Sesau mostra que a Unidade de Emergência de Arapiraca tem 100% de leitos de UTI ocupados. A atualização pode ser conferida no site www.alagoascontraocoronavirus.com.br . O secretário de Estado da Saúde, Alexandre Ayres, garante que o Governo de Alagoas tem acompanhado e monitorado a situação da ocupação hospitalar. Ele reforça o pedido para que a população siga colaborando com as medidas de proteção. “Seguimos observando a ocupação hospitalar e isso vem chamando a atenção dos técnicos da Sesau. Pedimos que a população continue usando máscaras, não abdicando da higiene das mãos tanto com água e sabão quanto com álcool 70%. Essa colaboração é muito importante para que este número baixe na rede hospitalar estadual”, defende o secretário. A infectologista e membro da Sociedade Alagoana de Infectologia, Luciana Pacheco, explica que o vírus se transmite principalmente através das secreções respiratórias e que por esse fator, as aglomerações favorecem o contágio. Segundo ela, a flexibilização das medidas de controle sempre tem gerado aumento de casos, pois as pessoas acreditam que a pandemia acabou quando veem a abertura de setores. “Há uma falta muito grande de compreensão da sociedade com relação ao controle da doença, e isso prorroga o fim da pandemia, prejudicando a todos, além da vacinação lenta, da falta de bons exemplos que deveriam ser dados pelo governo federal principalmente”, avalia. Segundo avaliação do Observatório Alagoano de Políticas Públicas para o Enfrentamento da Covid-19, a continuidade da tendência de alta na ocupação dos leitos de UTI da rede pública indica um cenário perigoso para a pandemia em Alagoas. Dados do Observatório mostram que em seu ponto mais alto, na última quinta-feira (20), a ocupação dos leitos de UTI exclusivos para tratamento da Covid-19 chegou em 85%, finalizando a semana em 81%, com 312 alagoanos internados. O Observatório destaca que dos nove municípios com leitos disponíveis, oito se encontram acima da margem de segurança de 70%, sendo que cinco apresentam ocupação superior a 80%, quando se recomendam medidas mais restritas de circulação.  

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