Cidades

Sinfeal e moradores de bairros atingidos realizam novo protesto

Entidade sindical aponta perdas após trecho da linha férrea ser paralisado por conta do afundamento do solo

Por Lucas França com Tribuna Hoje 20/05/2021 11h24
Sinfeal e moradores de bairros atingidos realizam novo protesto
Reprodução - Foto: Assessoria
O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias do Estado de Alagoas (Sinfeal) e um grupo de moradores de bairros afetados pelo afundamento do solo causado pela extração de sal-gema, realizaram na manhã desta quinta-feira (20), um ato-protesto contra a Braskem na Estação Central de Trens de Maceió, Rua Barão de Anadia, 121, Centro. A mobilização é em prol da população atingida pelo crime ambiental que prejudicou milhares de pessoas que habitavam nos bairros atingidos e usuários dos trens. O objetivo da manifestação é mostrar o descaso e morosidade em soluções para os maiores prejudicados pela mineradora que causou muitos dramas vivenciados por esta parcela da sociedade, que teve seus patrimônios destruídos, sua mobilidade comprometida e principalmente com o impedimento da circulação normal dos trens e VLTs que serviam grande parte dos populares da região prejudicada pela mineradora. O Sinfeal reivindica soluções imediatas relacionadas ao setor do transporte ferroviário, uma vez que os trabalhadores estão sendo prejudicados. O vice-presidente da entidade, Marcos Roberto Feijó de Lima, uma das lideranças do ato, relata que o sistema está praticamente paralisado. [caption id="attachment_449382" align="aligncenter" width="600"] Moradores de bairros atingidos participaram do movimento (Foto: Edilson Omena)[/caption] "A mobilidade urbana tem carência e, sem o VLT, a situação piora. O trem é da população e a Braskem deve mostrar soluções para resolver o problema. Viemos denunciar a passividade dos órgãos perante a mineradora. Desde 2018, o trecho ferroviário está paralisado e vivendo com uma base de mobilidade da empresa de Ônibus São Francisco. Viemos cobrar ações imediatas. Não podemos deixar impune como na cidade de Mariana com a tragédia de Brumadinho que foi causado pela Odebrecht, e não podemos deixar que aqui a Braskem faça o mesmo e deixe o processo correr lentamente", aponta Feijó. Ainda de acordo com Marcos Roberto, existe um projeto já com a Braskem para a construção da linha férrea. "Tivemos uma única reunião com representantes da mineradora há mais ou menos um ano que foi intermediada e mediada através da Casa da Indústria, prometeram agilidade. Mas, zero respostas até então", reclama. Este é o primeiro ato-protesto organizado pela entidade sindical e foi feito justamente porque a conversa com Braskem não rendeu ações precisas. "Passaram um panorama que não está na realidade. Disseram que iam agilizar o processo e até agora nada, e não temos informações, temos milhares de pessoas prejudicadas, e a empresa não demonstra interesse de resolver os problemas. Para se ter uma noção, já transportamos 29 mil pessoas por dia, e agora apenas cerca de 3 mil. Queremos que o MP/AL [Ministério Público Estadual], Prefeitura e Estado cobrem com uma ação maior agilidade para nossa demanda". O protesto teve participação de representantes do SOS Bebedouro e alguns moradores dos demais bairros atingidos pelas rachaduras. BRASKEM Em relação ao ato-protesto, a Braskem, disse em nota, que tem apoiado as medidas definidas pelas autoridades públicas para garantir que os usuários dos trens possam fazer seu trajeto da melhor forma possível. E que já há acordos de cooperação para realização do transbordo, abastecimento e construção do pátio de manutenção. ''Além disso, a Braskem vem implementando todas as atividades de monitoramento recomendadas pelas autoridades, como instalação de rede de microssísmica e monitoramento da integridade da estrutura da via. A Braskem respeita o direito de manifestação pacífica e está em permanente diálogo com a CBTU e demais autoridades visando a mobilidade e segurança das pessoas''.