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Apesar da proibição, Alagoas registra festas com multidões no Carnaval

Eventos clandestinos, aglomerações e pessoas sem máscaras em praias foram os principais flagrantes ao longo do feriadão

Por Texto: Ana Paula Omena com Tribuna Independente 18/02/2021 10h13
Apesar da proibição, Alagoas registra festas com multidões no Carnaval
Reprodução - Foto: Assessoria
Mesmo com a proibição de eventos de Carnaval por causa da pandemia da Covid-19, aglomerações não deixaram de acontecer ao longo do feriadão em diversos estados do país e em Alagoas não foi diferente. Vários flagrantes foram registrados nas praias do estado com multidões sem máscaras e festas clandestinas tiveram que ser encerradas pela polícia por descumprimento das regras sanitárias. Na última terça-feira (16), na Barra de São Miguel, no Litoral Sul, a Polícia Militar de Alagoas (PM/AL) agiu rapidamente após uma denúncia anônima, encerrando um evento com mais de 400 pessoas, entre elas menores de idade, descumprindo as normas de distanciamento social. A polícia conduziu os responsáveis pela festa clandestina, dois homens com idades de 25 e 33 anos, para a delegacia da Barra de São Miguel, onde foram autuados pelo crime de infração de medida sanitária preventiva. O decreto estadual publicado em outubro de 2020 determinou que eventos só pudessem ser realizados em Alagoas para até 300 pessoas, embora infectologistas defendam que seja evitada qualquer tipo de aglomeração para reduzir os riscos de contágio. OUTROS FLAGRANTES Outra festa clandestina também foi dispersa com a chegada da polícia no domingo (14), também na Barra de São Miguel. Conforme o relatório do Centro Integrado de Operações da Segurança Pública (Ciosp), cerca de 1 mil pessoas foram flagradas pelos policiais militares em um evento na Rua Elis Regina, Condomínio Barra Mar. Após a abordagem, a comemoração foi encerrada e algumas pessoas conduzidas à delegacia. No local, guarnições da PM identificaram além da aglomeração, banda de música ao vivo, luz, tendas, bares com bebidas alcoólicas e banheiro químico. Além disso, os participantes portavam pulseiras que comprovariam a entrada no evento, cujos valores eram de R$ 150 (homens) e R$ 20 (mulheres). Do mesmo modo, no domingo mais uma festa clandestina promovida durante o Carnaval foi encerrada. A comemoração com aglomeração de pessoas aconteceu na Barra Nova, em Marechal Deodoro, e foi finalizada por volta de 23h, após o flagrante dos militares. O organizador do evento foi conduzido para a delegacia para esclarecimentos. No sábado (13), uma festa de aniversário também acabou no bairro do Clima Bom após a chegada da polícia, que, segundo a aniversariante, foi um tanto truculenta. Na ocasião, três pessoas foram presas, inclusive ela. A família registrou boletim de ocorrência e fez exames de corpo de delito, já que os policiais teriam usado balas de borracha para acalmar os ânimos exaltados na comemoração e também spray de pimenta. Em nota, a Polícia Militar informou tratar-se de “um caso isolado” e afirmou que a Corregedoria da PM abrirá procedimento administrativo para apurar o caso quando for acionada oficialmente. No comunicado, a Corporação destacou que o momento exige que as pessoas respeitem o distanciamento, evitem aglomerações e sigam as diretrizes do Decreto Governamental sobre as ações de enfrentamento à Covid-19. “Mesmo sem a autorização para grandes festas durante o Carnaval, a PM reforçou o policiamento nas 102 cidades do estado para garantir ainda mais segurança à população e também coibir possíveis delitos, infrações e/ou descumprimentos às determinações estabelecidas pelas autoridades”. SEMSCS recebeu mais de 300 denúncias de aglomeração O coordenador do Gabinete Integrado de Prevenção à Covid-19, Claydson Moura, informou que a Secretaria Municipal de Segurança Comunitária e Convívio Social (SEMSCS) recebeu, conforme o balanço parcial, mais de 300 denúncias de aglomerações durante a festa de Momo em Maceió. “14 blocos foram abortados antecipadamente pela fiscalização e os organizadores entenderam que seriam dois graves crimes: ambiental e penal e teriam que responder por isso”, frisou. “A teimosia foi o que mais impressionou nestes dias de Carnaval, porque apesar dos riscos e do tema estar sendo tão batido; as pessoas ainda não têm consciência da gravidade desta doença”, colocou Claydson Moura. As denúncias partiram do número disponibilizado pela Prefeitura de Maceió, o 98882-8064, exclusivamente para mensagens via WhatsApp, que funciona 24 horas, e vai continuar até que todos os maceioenses sejam vacinados. A força-tarefa coordenada pela SEMSCS, conta com a participação das pastas de Turismo, Transporte e Trânsito, Assistência Social, Cultura, Vigilância Sanitária e do GGI Covid-19, com apoio da Polícia Militar. É importante ressaltar que ambos os telefones só recebem denúncias referentes à Capital, pois se trata de uma operação da Prefeitura de Maceió. Eventos realizados em outros municípios devem ser relatados à PM, pelos telefones 190 ou 181. PENALIDADES O cidadão que desrespeitar as normas impostas pelo Município pode ser acusado de crime contra a saúde pública. E o estabelecimento que descumprir as medidas, bem como o decreto de música ao vivo, que proíbe, por exemplo, que os clientes fiquem de pé para dançar, pode ter o alvará suspenso. Até o fechamento desta edição a Secretaria de Estado da Segurança Pública de Alagoas (SSP/AL) ainda não tinha divulgado o balanço das operações do período do carnaval.