Cidades
Vítima de covid-19, morre Ailton Villanova
Ele era colunista do Jornal Tribuna Independente e perito criminal
A covid-19 fez mais uma vítima em Alagoas. Na noite desta quinta-feira (7), faleceu o colunista do jornal Tribuna Independente Ailton Villanova, aos 79 anos de idade. Ele estava entubado desde o dia 4 de janeiro. Além de jornalista, Ailton também era perito criminal.
Seu filho, Leo Villanova, chargista e publicitário, publicou nas redes sociais seu lamento.
“Nesta quinta-feira, 07 de janeiro de 2021, no preciso horário das 20h46, eu deixei de acreditar na lenda dos Highlanders, aqueles que seguem na Terra não importa qual seja o desafio que a morte lance à sua frente. Foi nesse dia e hora que meu pai, Ailton Villanova, se foi”, postou Leo.
Highlander é um personagem fictício de muito sucesso nos anos 1980, interpretado pelo ator belga Christopher Lambert, que era imortal.
“Ele [Ailton Villanova] enfrentou cada um desses desafios com coragem incomum. As dezenas de centímetros de cicatrizes no corpo eram as suas testemunhas fiéis, que nunca deixaram ele mentir. Foi pego na traição por um inimigo invisível e covarde, que, quando se revela, já tem forma de doença avassaladora e, por essas bandas, já riu como um palhaço das mais de 200 mil famílias que dilacerou”, segue Leo Villanova.
O chargista também destacou a importância dos cuidados com o contágio por covid-19 e lamentou o fato de a pandemia impedir maior contato dos familiares neste momento.
“Nós, os parentes, nem pudemos nos despedir dele. Os muitos amigos que ele prezava tanto, nem vão poder prestar aquela última homenagem, que seria um misto de choro e lembrança divertida de uma das muitas histórias que ele contava todos os dias. Esse é o último requinte de crueldade dessa doença”, pontua. “Não abandonem essa corrente de generosidade e boa vontade se protegendo e protegendo quem vocês amam de verdade. Ainda temos um longo caminho pela frente até que possamos ver novamente os sorrisos uns dos outros nas ruas das nossas cidades”, completa Leo Villanova nas redes sociais.
DEPOIMENTOS
O secretário de Estado da Comunicação, Enio Lins, lamentou o falecimento de Ailton Villanova. Nas redes sociais, ele destacou a influência do colunista da Tribuna em sua formação profissional.
“Ailton Villanova foi um de meus professores na escola da vida do Jornalismo. No final dos anos 70 a faculdade de Comunicação não havia sido implantada e as redações eram a escola superior e única alternativa de aprender a profissão. Ailton foi uma das sumidades da Comunicação alagoana que me acolheram como ‘foca’ em 1979, quando enveredei na luta para aprender a profissão que eu exerço – bem ou mal – até hoje. Ailton Villanova foi e seguirá sendo um de meus mestres orientadores”, publicou Enio Lins.
Quem também lamentou a morte de Ailton Villanova foi secretário Municipal de Comunicação, da Prefeitura de Maceió, Lininho Novais. “Ailton foi um ser humano incrível e um profissional que deixa um legado marcado pelo amor a comunicação. Vai fazer muita falta”.
O jornalista Marcos Guimarães também lamentou a morte de Ailton Villanova. “A comunicação de Alagoas perde um dos seus grandes valores. Meus sentimentos aos familiares. Foi através do Ailton que ingressei no rádio. Lamentável”.
A também jornalista Fátima Almeida, ex-presidenta do Sindjornal, lamentou a morte de Ailton, com quem trabalhou no Jornal de Alagoas, e carreira dele como jornalista e perito. "Quando eu entrei no jornalismo, o Ailton já estava e ele passou por várias redações do estado, teve uma trajetória marcante no jornalismo policial e no jornalismo esportivo. Cheguei a conviver com ele um tempo no Jornal de Alagoas, onde ele tinha uma coluna com crônicas do cotidiano e era uma pessoa sempre bem humorada, tinha sua presença tanto como jornalista como radialista durante várias décadas. Eu diria mais, ele era uma pessoa participativa tanto é que ele continuava atuando no jornalismo e cumpriu um papel importante no estado como perito criminal. Ele inclusive disputou a eleição recente como candidato a vereador, prova de que ele era uma pessoa que continuava com sonhos, renovando a sua trajetória", destacou.
JORGRAF
O presidente da Cooperativa de Jornalistas e Gráficos de Alagoas (Jorgraf) – à qual Ailton Villanova era membro –, Paulo Gabriel, lamenta a morte de Ailton Villanova. “Perdemos um pai, um irmão, um amigo”.
“Alagoas perdeu um extranatural radialista, um extraordinário jornalista, um deslumbrante contador de histórias e um esplêndido perito oficial. Suas qualidades como homem de família e como profissional, são muitas e incontestáveis. Sua voz marcante, quando estava diante de um microfone era de uma sonoridade e beleza formidável. Seu texto qualificado e bem humorado, não tinha igual. Esse vazio não será preenchido, nunca, jamais. Nós da Tribuna Independente, ficaremos aqui, sofrendo por essa irreparável perda”, diz o presidente da Jorgraf.
Flávio Peixoto, diretor-financeiro da Jorgraf, destaca o luto que o jornalismo alagoano vive com a morte do colunista da Tribuna Independente.
“A Cooperativa de Jornalistas e Gráficos de Alagoas está de luto, o jornalismo alagoano está de luto. Ailton Vilanova nos deixa e entra para história da comunicação alagoana. Um profissional a frente de seu tempo que atuou em diversas plataformas, comprovando a importância da profissão e seu valor para sociedade, deixando um legado de dedicação e amor pelo que fez”, diz Flávio Peixoto.
CARREIRA
Aos apenas 15 anos de idade, em 1956, Ailton Villanova iniciou carreira no Jornal de Alagoas. Daí, ele precisou se filiar à Federação Alagoana de Esportes para seguir escrevendo na editoria de esportes daquele jornal.
No ano seguinte, Ailton Villanova foi contratado como repórter policial do jornal Gazeta de Alagoas e também iniciou na Rádio Difusora. Ele também atuou na extinta Tribuna de Alagoas, Diário de Alagoas, Correio de Maceió, Correio de Alagoas e, mis recentemente, no jornal Tribuna Independente.
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