O número de mortes por afogamento em Alagoas cresceu mais de 37% de janeiro a agosto deste ano em comparação com o mesmo período de 2019, de acordo com a Perícia Oficial do Estado. De janeiro a agosto deste ano, 91 pessoas morreram afogadas. São 25 vítimas a mais do que as registradas no mesmo período de 2019, com 66 óbitos pelo mesmo tipo de ocorrência.

Dados estatísticos do Corpo de Bombeiros de Alagoas indicam que foram registrados entre janeiro e agosto deste ano 117 ocorrências por afogamento, contra 110 no mesmo período do ano anterior.

No último domingo (30), três pessoas se afogaram na Barra de São Miguel, Litoral Sul de Alagoas. Segundo a equipe de salvamento aquático do Corpo de Bombeiros Militar (CBM), a vítima fatal, que seria um rapaz de 19 anos, que não teve a identidade revelada, foi encontrada por surfistas somente na manhã de ontem (31).

Testemunhas contaram que o rapaz que veio a óbito estaria dentro da água com a irmã, Yasmin da Silva Santos, 22 anos, e Matheus Izaías, 18 anos, resgatados com vida no mesmo dia.

Durante o resgate, o médico do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu/ Alagoas), Claubiano Moura, saltou do helicóptero no mar e salvou as duas vítimas do afogamento. Para a ocorrência foram utilizados: o helicóptero Falcão 03 e a Unidade de Suporte Básico (USB) de Marechal Deodoro.

As duas vítimas foram encaminhadas por uma viatura dos bombeiros e interceptadas por uma ambulância do Samu, que as levou para a Unidade de Pronto Atendimento da Praia do Francês, em Marechal Deodoro, município vizinho à Barra.

Conforme Claubiano Moura, a primeira vítima foi encontrada no mar e resgatada pelo tripulante operacional Marcelo Souza, sargento do Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas (CBMAL), que também integra a equipe aeromédica. Souza saltou com os equipamentos necessários para fazer o resgate da vítima.

Os pacientes estavam estáveis e o jovem precisou de mais atenção. Pelo grau do afogamento, ele teve que ser aquecido, colocado na posição lateral de segurança, foi feito um acesso venoso e ele recebeu a oferta de oxigênio por máscara.

CUIDADOS EM AMBIENTES AQUÁTICOS

O Corpo de Bombeiros faz um alerta para cuidados necessários quando se trata de ambiente aquático. Segundo a corporação, mais de 85% dos afogamentos ocorrem em um local chamado corrente de retorno. Esta corrente de retorno é o local de maior correnteza, de água mais escura e menor número e tamanho de ondas, entre dois bancos de areia ou perto de pedras, aparentando falsa calmaria que arrasta para alto mar. Procure sempre evitar banhar-se perto dela.

Orienta também que nade sempre perto de um posto que tenha guarda-vidas e pergunte a eles o local mais seguro para o banho; não superestime sua capacidade de nadar – 50% dos afogados em praia acham que sabem nadar; ao chegar na praia, procure o posto de guarda-vidas e solicite uma pulseira de identificação para seus filhos.

Boias, bolas e pranchas são grandes riscos ao afogamento, pois passam uma falsa impressão de segurança – quer ficar tranquilo? Use um colete salva-vidas. Tenha sempre atenção com seus filhos menores, se observar uma criança perdida, leve-as ao posto de guarda-vidas imediatamente. Evite ingerir bebidas alcoólicas e alimentos pesados, antes de entrar na água.