Cidades

Polícia está à caça de autores das fake news

Secom intensifica combate às notícias falsas contra o governador Renan Filho

Por Editoria de Política com Tribuna Independente 23/05/2020 08h08
Polícia está à caça de autores das fake news
Reprodução - Foto: Assessoria
O Governo do Estado está à caça dos autores das fake news divulgadas nas redes sociais contra as medidas de isolamento contra a pandemia de Covid-19 e o governador Renan Filho (MDB). Para identificar estes, que a Secretária de Comunicação (Secom) do Governo do Estado classifica como criminosos, a Polícia Civil e a Procuradoria Geral do Estado (PGE) já adotam medidas de investigação sobre as origens das notícias falsas recém-divulgadas. Além de todo o aparato montado na própria Secom para auxiliar nas checagens e elaboração de material desmentindo os boatos. Enio Lins, titular da Secom, ressalta a criação do espaço “Alagoas Sem Fake” no portal Agência Alagoas. “A Secretaria de Comunicação criou uma seção específica para checar conteúdos suspeitos. Tanto esse tipo de conteúdo específico para boicotar as medidas de isolamento, que são a melhor forma da população se proteger do contágio da Covid-19, quando outros conteúdos estão checados e publicados na editoria Alagoas Sem Fake, na Agência Alagoas e no portal Alagoas Contra o Coronavírus”, relata. “Esse não é só um problema de comunicação, é um problema legal, que envolve a Justiça e a Polícia, pela conduta criminosa. A PGE pediu abertura de investigação contra essas fake News e a Polícia Civil de Alagoas vai investigar para que os autores sejam responsabilizados e punidos”, completa Enio Lins, sem revelar a quantidade de inquéritos sob investigação. Ainda de acordo com o secretário de Comunicação do Governo do Estado, um número de telefone foi disponibilizado para recebimento de denúncias de notícias falsas. “Além disso, nossa equipe de Redes Sociais também faz esse monitoramento para identificar fakes no Facebook, Instagram e Twitter. Fora o que todos nós recebemos em nossos celulares. Infelizmente, material não falta. É uma profusão de conteúdos mentirosos que parecem ter saído de um gabinete do ódio, de uma estrutura profissional montada só para fabricar esses materiais criminosos. Temos uma equipe de jornalistas dedicada exclusivamente para fazer essa checagem”, comenta Enio Lins. Ele explica que os procedimentos para o combate às fake news são a identificação, checagem – diária – e distribuição da informação correta aos veículos de comunicação que, em sua avaliação, vem dando suporte e apoio “fundamentais” para enfrentar o que classifica como “infodemia”. “O conteúdo produzido é de utilidade pública para orientar a população nesse momento de pandemia”, afirma “essa prática de fake news causa um prejuízo irreparável”, completa Enio Lins. O secretário de Comunicação do Governo do Estado aponta ao fato de que as notícias falsas, espalhadas para minar as ações e medidas contra a pandemia de Covid-19, acabam tirando vidas, além dos custos que poderiam ser utilizados em outras áreas, inclusive na saúde. “Essa pandemia de fake news espalha o negacionismo, provoca descrença em muita gente na ciência, na Medicina, induzindo a erros que podem ser fatais para quem precise de tratamento contra o coronavírus. São vidas perdidas”, ressalta. “Em segundo lugar vêm as despesas necessárias para combater essa onda de mentiras, com equipes de apuração e resposta, campanhas a mais para reforçar áreas de informação minadas pelas calúnias. São despesas que seriam desnecessárias não fosse a onda de fake news”, completa Enio Lins. Apesar dos ataques, Estado mantém prioridade de combater o Covid-19 Na edição de 20 de maio da Tribuna, o secretário de Comunicação, Enio Lins apontou relação das fake news espalhadas em Alagoas contra o governador Renan Filho e as medidas de isolamento ao “gabinete do ódio”, atribuído à família Bolsonaro. Ao menos no alinhamento de conteúdo das postagens. Questionado sobre a origem das postagens, ele enfatiza o desconhecimento dos autores, “são de perfis normalmente alinhados com postagens do chamado ‘Gabinete do Ódio’, personagens locais e externos enciumados com o sucesso de quem essas figuras detestam gratuitamente”. Contudo, Enio Lins enfatizou que a prioridade do Governo do Estado é conter o contágio de Covid-19 em Alagoas e garantir estrutura hospitalar a quem ficar doente. “Procuramos não perder tempo com essas provocações e sim focar no trabalho que temos de fazer pela melhor e mais ampla comunicação governamental. Nossa preocupação central desde quando foi confirmada a pandemia é com campanhas para esclarecimento dos protocolos de enfrentamento ao coronavírus. Informar a população sobre regras a seguir, apresentar os novos hospitais e centrais de triagem. Os órgãos policiais têm se posicionado e aberto inquéritos como no caso de um empresário que ameaçou dar um tiro no governador. Outros mais estão em andamento”, afirmou Enio Lins na edição de 20 de maio. COMBATE NACIONAL O enfrentamento às fake news também tem sido pauta nacionalmente. Está em investigação, no Congresso Nacional, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI mista) das Fake News. A CPI tem apontado a família Bolsonaro como criadora do chamado “gabinete do ódio”, que, segundo os congressistas membros da comissão, espalha notícias falsas contra adversários políticos da família do presidente. A relatora da CPI mista, deputada Lídice da Mata (PSB-BA), vê as digitais do presidente Jair Bolsonaro na disseminação de ataques e notícias falsas contra adversários políticos nas redes sociais. Para a deputada, Bolsonaro “pula de galho em galho” em busca de um novo inimigo para manter a “adrenalina” de seu “grupo de cachorros loucos”.  “É assim que funciona o processo de construção de fake news no Brasil”, destaca a relatora.