Cidades

Faltam máscaras nas grandes redes de farmácias

Nos estabelecimentos que ainda há oferta deste tipo de produto, valor aumentou muito por conta da escassez

Por Lucas França com Tribuna Independente 29/04/2020 08h03
Faltam máscaras nas grandes redes de farmácias
Reprodução - Foto: Assessoria
De acordo com proprietários e gerentes farmacêuticos de algumas redes de farmácias e drogarias em Maceió, há uma escassez de máscaras industriais para a comercialização. A falta do produto começou no fim de fevereiro. E nos locais que o item é encontrado, o valor sofreu reajustes. Ainda segundo eles, os pedidos pelo item para reposição de estoque são constantes. Em um das redes, a solicitação pelo produto junto ao fornecedor é diária. Uma atendente conta que nem para o uso dos funcionários tem mais. “A direção já solicitou a confecção das máscaras reutilizáveis porque as nossas já estão acabando  e até agora não chegaram”. Em relação aos valores, antes uma caixa de máscara, a mais simples, com 50 unidades custava em média R$ 20, segundo a gerente de um estabelecimento, porém, como não há o produto, os profissionais não sabem especificar por quanto seria comercializado atualmente, já que o item não é tabelado como os medicamentos. Dos locais contatados pela reportagem, apenas a Casa do Médico e a rede Pague Menos tinha oferta de máscaras. No entanto, a profissional de marketing da Casa do Médico disse que houve um aumento nos preços dos produtos que variam entre R$ 2,50 a R$ 31,50 dependendo do modelo. E os reajustes já foram repassados pelos fabricantes. No local, além das máscaras cirúrgicas e a  máscara n95, é possível o cliente encontrar as máscaras  em tricoline e 100% algodão,  TNT e viseira de acetato. Vale ressaltar que as duas primeiras não têm em pronta entrega. Ainda, segundo informações repassadas pelo marketing, a procura aumentou consideravelmente. E no estabelecimento, não há limite de vendas por pessoa, o cliente pode comprar quantas unidades quiser. Para o farmacêutico e dono de estabelecimento Luiz Alberto, os reajustes feitos pelos distribuidores inviabilizam os pedidos, porque não daria para passar aos clientes por um preço justo. “Não tenho o item na loja há quase dois meses. Mas sei que houve um aumento no produto. Antes eu comprava uma caixa com 50 unidades por até R$ 8 reais. Agora já cotei até R$ 250. O aumento vem do fabricante de fato, mas as distribuidoras também super faturam. Aí, não compensa pra gente repassar ao cliente. Mas, isso não é só com as máscaras. Estamos tendo dificuldades em conseguir até alguns medicamentos de uso continuo’’, ressalta. O secretário-geral do Conselho Regional de Farmácia de Alagoas (CRF/AL), Daniel Fortes, explica que os preços das máscaras não são tabelados como os de medicamentos. por isso os estabelecimentos podem praticar o livre comércio. E com a escassez as distribuidoras também aumentam. ‘’Esses produtos na maioria das vezes são importados, então é bem provável que o próprio distribuidor já esteja recebendo com os preços mais elevados dos fabricantes’’. Segundo uma pesquisa rápida feita por Fortes para a reportagem da Tribuna Independente, as máscaras cirúrgicas custavam entre R$ 9 e R$ 15 a caixa com 50 unidades antes da epidemia. As máscaras N95 e PFF2 custavam entre R$ 6 e R$ 8. Hoje, a N95 e PFF2 custam entre R$ 25 e R$ 45, a depender da especificidade e da marca. Com preço mais acessível e reutilizável, produto artesanal é a alternativa   Uma das alternativas é a compra das máscaras artesanais ou reutilizáveis, que foram liberadas a confecção pelos órgãos de saúde e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). E essa alternativa, além de ser uma opção para a proteção, é uma chance de grana extra para muita gente. Os preços entre as costureiras e pessoas que estão fabricando variam em média entre R$ 2 e R$ 10. Aposentada pelo Loas, Dicilene Maria da Silva aproveitou o momento para conseguir uma grana extra com a confecção das máscaras em casa. Ela montou parceria com um amigo que disponibiliza o material usado e ela confecciona. “Comecei semana passada. A procura pelo o produto pela internet está grande. A confecção segue as recomendações especificadas pela Anvisa. Faço com camada dupla - tenho de algodão com dupla face personalizada e outra de camada dupla total de algodão. Vendo as unidades por R$ 5 tanto, adulto ou infantil’’. A empresária Monique Nielsen, dona de uma loja de moda masculina com sede no Jacintinho e no Salvador Lyra, também começou as vendas do produto. Como as lojas estão fechadas conforme o decreto estadual, Nielsen está disponibilizando as vendas via rede social. “Começamos a vender oficialmente hoje [terça-feira, 28]. É fabricado por nossos fornecedores de roupas, vendemos elas separadamente dentro de um saquinho lacrado. Avisando aos clientes que em casa lavem e passem ferro. O valor é R$ 8. O tecido é 100% algodão. Estamos fazendo entregas. Elas são dupla-face - com um lado personalizado e outro liso’. SMS Com o objetivo de garantir a segurança dos servidores que atuam no combate ao novo coronavírus, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) vai comprar máscaras de tecidos reutilizáveis para distribuir aos profissionais que seguem trabalhando na parte administrativa. O processo se dará em caráter emergencial, conforme publicado no Diário Oficial Municipal (DOM), desta terça. As propostas serão recebidas até às 14h desta quinta-feira (30), na Sede da SMS, que fica Centro. Os interessados deverão apresentar proposta comercial e uma amostra da máscara, que deve seguir as especificações do Termo de Referência. O processo foi possibilitado pela Lei Federal 13.979/2020, que permite a compra de materiais utilizados no enfrentamento à Covid-19 sem licitação. Mais informações sobre o processo podem ser obtidas com a Coordenação Geral de Compras e Suprimentos pelo telefone (82) 3312-5457 ou 3312- 6053 ou e-mail [email protected] .