Cidades

Álcool em gel sem procedência é vendido por camelôs no Centro de Maceió

Apesar de não saberem a origem, vendedores dizem que produto, aparentemente artesanal, tem sido bem procurado

Por Lucas França com Tribuna Independente 19/03/2020 09h07
Álcool em gel sem procedência é vendido por camelôs no Centro de Maceió
Reprodução - Foto: Assessoria
A procura por álcool em gel cresceu nas redes de farmácias de Alagoas, por conta do coronavírus (Covid-19). Em muitas, o produto está em falta e pedidos são feitos diariamente segundo informam os gerentes farmacêuticos. No entanto, é possível encontrar o item sendo vendido em frascos de vários tamanhos por camelôs no Centro de Maceió. Apesar de não saberem explicar a procedência do material, eles garantem que as vendas estão sendo boas. “As pessoas estão procurando muito justamente porque não há nas farmácias. Além disso, o preço está bom e ainda podem escolher o tamanho que querem levar. Tem pouca movimentação no centro, mas muitos que passam aqui acabam comprando”, disse a vendedora ambulante Maria José. A vendedora comenta que os preços estão sendo variados. “Os meus que são frascos de 100ml vendo no valor de R$ 5. Mas têm outros colegas vendendo este mesmo tamanho por R$ 10. E têm muitos aqui em várias ruas”. Perguntada sobre a procedência do álcool em gel e dos frascos onde estão armazenados, a vendedora diz não saber informar. “Não sei de onde vem. Tem um rapaz que fornece pra gente. E só revendemos porque precisamos trabalhar”. Outra ambulante, que tem frascos de 100ml e 500ml,  disse que a saída está sendo muito boa por conta do coronavírus. “Quem passa por aqui pergunta o preço, olha o produto, sente o cheiro e acaba levando. Este maior de 500ml custa R$ 20 e o menor, R$ 5”. A vendedora também não soube explicar a procedência do álcool em gel, mas afirma que não é falsificado. Na embalagem, estão inscritas informações sobre os componentes do produto. No entanto, os frascos e etiquetas são visivelmente feitos de maneira artesanal. Mesmo desconfiado de ser um produto falsificado, o operador de máquina Gilvan Feitosa se arriscou e decidiu levar um para casa. “Está entre os itens de prevenção, né? Eu desconfio que seja falsificado por conta da embalagem e etiqueta, mas, como não consegui nas farmácias, resolvi comprar e testar. Além disso, o valor está bom”. Muito destes produtos vendidos no mercado informal não têm garantias e a procedência é duvidosa. Por conta disso, surgiu um boato que a Secretaria Municipal de Segurança Comunitária e Convívio Social (Semscs), teria apreendido o produto de alguns camelôs, no entanto, a secretaria informa que não foi realizada nenhuma apreensão de álcool, seja na forma líquida ou em forma de gel. A SMS informou que não é de responsabilidade da Vigilância Sanitária de Maceió fiscalizar “camelôs”. No entanto, o órgão age no sentido de coibir e está preparando um comunicado, que sairá ainda esta semana, alertando sobre este e outros assuntos relacionados à prevenção do coronavírus. A Visa de Maceió alerta ainda que a utilização de álcool em gel sem conhecimento da procedência e liberação dos órgãos responsáveis têm grande probabilidade de não trazer eficácia, o que pode aumentar o risco de contaminação.