Cidades

Bom Parto: imóveis passam por vistoria

Casas na região afetada por afundamento foram seladas, no entanto moradores querem ampliação da zona de risco

Por Evellyn Pimentel com Tribuna Independente 12/02/2020 10h12
Bom Parto: imóveis passam por vistoria
Reprodução - Foto: Assessoria
Mais de 60 imóveis no bairro do Bom Parto, em Maceió, passaram por vistorias de técnicos da Braskem S/A para iniciar as tratativas de remoção e indenização. Parte do bairro foi classificada como zona de risco do processo de afundamento que atinge quatro bairros da capital. O líder comunitário do Bom Parto, Fernando Lima explica que inicialmente seriam desocupadas 62 casas de acordo com a identificação realizada pela Defesa Civil. No entanto, durante a vistoria, foi constatado que existiam mais 11 casas em vielas na região de risco. “As 62, que na verdade passaram a ser 73, já foram feitas, já fizeram a selagem, a pesquisa e agora vai ser a etapa na Central do Morador. Agora começa a negociação. Isso aconteceu, o aumento de onze casas, aconteceu porque a Defesa Civil não identificou que existiam vielas com outras casas, por isso a contagem aumentou”, afirmou. Segundo a Braskem, as vistorias obedecem ao cronograma estipulado no início do ano. “Dando continuidade às ações previstas no termo de acordo assinado entre autoridades públicas e a Braskem, técnicos sociais seguem na identificação das casas e com a pesquisa familiar nos 62 imóveis identificados como de risco pela Defesa Civil no Bairro Bom Parto e nas regiões próximas à área de resguardo, que foram incorporadas no mapa de desocupação. Após as visitas dos técnicos, os moradores podem agendar a sua ida à Central do Morador para dar entrada no Programa de Realocação e Compensação Financeira. O programa inclui apoio para que as famílias possam encontrar novos imóveis, além de indenização, oferecendo auxílio aluguel, auxílio para mudança, assistência social e psicológica”, afirma a empresa. Rachaduras Imóveis estão em áreas com problemas Fernando Lima afirma que a comunidade espera que haja uma ampliação da zona de risco. Conforme adiantou a Tribuna Independente, desde agosto do ano passado diversas casas na região vêm apresentando rachaduras, as lideranças estimam que cerca de 400 imóveis estejam com problemas. “A verdade é que existem mais de 300 casas visitadas esperando que seja feito alguma coisa por parte da Defesa Civil, o que não foi feito até agora. Foi instituída uma comissão com a Defesa Civil Municipal, Nacional e a Braskem para visitar e decidir in loco o que entra e o que não entra [no acordo], o que está e o que não está. Mas só começa a funcionar em março, segundo informações passadas pela própria Defesa Civil. Então é isso que está acontecendo, estamos com as casas rachadas, quebrando e a Defesa Civil está nos devendo muito”, reclama Fernando. A comissão citada pelo líder comunitário foi criada após o acordo firmado entre Braskem e órgãos de controle em Alagoas. Na prática, a comissão vai avaliar e poderá incluir imóveis que apresentem patologias semelhantes ao processo de afundamento na zona de risco. A Defesa Civil de Maceió confirmou que a junta técnica só iniciará as atividades a partir de março. Até o momento, não há cronograma de prioridade na identificação dos imóveis. “As vistorias solicitadas estão sendo realizadas. Agora a inclusão no programa da compensação só começa a ser analisada em março, quando iniciam os trabalhos da junta técnica. O fluxo de atendimento está sendo definido para, então, ser divulgado para a população”, afirma a Defesa Civil.