Cidades

Na capital, maioria dos afogamentos ocorre em domicílios

Coordenadora do Samu Maceió destaca que crianças com idade até 9 anos são principais vítimas em Alagoas

Por Ana Paula Omena com Tribuna Independente 08/01/2019 08h54
Na capital, maioria dos afogamentos ocorre em domicílios
Reprodução - Foto: Assessoria
Verão e férias fazem aumentar os casos de afogamentos. A ocorrência é uma das principais causas de óbito infantil também no Brasil, somando 44% dos registros nacionais. Mas engana-se quem acha que os lugares de maiores preocupações são praias. Ao TH Entrevista, Beatriz Santana, coordenadora de enfermagem do Serviço Móvel de Urgência - Maceió (Samu/192) frisa que a maioria das ocorrências acontece em domicílios. Em dezembro passado, o Samu registrou nove afogamentos com crianças em Maceió, destas somente três sobreviveram. Com adultos, do dia 1º de dezembro de 2018 até o dia 4 de janeiro último, foram quatro afogamentos na capital alagoana. O número registrado é visto com preocupação pelo Samu. “Isso é muito grave, as praias de Maceió são lindas, mas o cuidado deve ser redobrado. Há locais que a gente sempre orienta, principalmente nos espaços de retorno do mar, ou seja, aqueles em que a onda não bate, e geralmente é onde vamos tomar banho. Neste local é que está o perigo, é ali onde puxa a pessoa para dentro mais facilmente”, ressaltou Beatriz Santana. De janeiro a novembro do ano passado, o Serviço Móvel atendeu 44 vítimas. Além de 200 óbitos por esse mesmo tipo de acidente, segundo o Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas (CBM/AL). A coordenadora do Samu Maceió lembrou que os bombeiros fixam placas de sinalização nas praias justamente para orientar os banhistas. A placa vermelha sinaliza o local onde não é adequado para banho, ou seja, possui alto risco de afogamento. A placa amarela indica que o local possui fatores de risco ao banhista, como ondas mais fortes, correntes e outras condições que podem ocasionar acidentes. A placa verde significa que naquele ponto as condições para banho são boas e o risco de incidentes é mínimo. As placas verde, amarelo e vermelho ficam no posto de guarda-vidas e são colocadas na areia para sinalizar as condições do tempo e do mar. Crianças com idade até nove anos são as principais vítimas de afogamento em Alagoas, destacou Beatriz Santana. “Os pais precisam ficar atentos, pois são os menores de nove anos as maiores vítimas, sobretudo os pequenos de 0 a 3 anos que estão na fase da descoberta. Muitas crianças morrem depois de caírem num balde com água, bacia, piscinas de plástico, banheira, tanques, vaso sanitário com a tampa aberta, e outros recipientes que armazenam água. Essas situações são mais comuns que afogamentos em praias. Criança deve estar a um braço de distância do responsável. O uso da boia é indispensável, podendo ser colete (este mais recomendado), de braço ou na cintura”, declarou. De acordo com a coordenadora de enfermagem do Samu, é necessário verificar os perigos que esses locais podem trazer. “No caso de praias, rios e lagoas todos os banhistas devem redobrar os cuidados quando estiverem próximos da água, com o intuito de evitar o afogamento. Mas a atenção deve ser redobrada, principalmente, quando estiverem acompanhados de crianças, cuja vigilância deve ser constante”, recomenda. Ainda segundo Beatriz Santana, os adultos não podem ser esquecidos. Sobretudo quem consome bebidas alcoólicas, que devem evitar entrar no mar, lagoas ou rios. Em caso de ocorrência, coordenadora orienta acionar Samu ou Bombeiros   Em caso de presenciar alguma ocorrência, atenção: “Alertamos para quem presenciar uma situação de afogamento não tente por conta própria prestar socorro. O indicado é que auxilie a pessoa com algum objeto flutuante, para que não haja risco para quem for ajudar, se for um afogamento em alto mar não tente. Se for em casa numa piscina, por exemplo, retira a pessoa. Se souber fazer a massagem cardíaca faz, se não souber, deita a pessoa em decúbito lateral direito e liga imediatamente para o Samu 192 ou o Corpo de Bombeiros 193. Somos parceiros”, finalizou a enfermeira. Ligar é fundamental para que o socorro já feito o quanto antes. As motolâncias do Samu chegam antes da viatura para dá um suporte até a chegada da ambulância - Unidade De Suporte Básico (USB) ou Unidade de Suporte Avançado (USA). Basta apenas dois minutos da criança submersa na água para perder a respiração e a consciência, com quatro minutos já acontece uma parada cardíaca, que se não houver uma reanimação com as compressões ela pode vir a óbito ou gerar sequelas irreversíveis ao cérebro. A famosa frase: “água no umbigo sinal de perigo” é um resumo básico dos cuidados que o responsável pela criança deve ter mesmo que ela saiba nadar.   Assista à íntegra da entrevista:   https://www.youtube.com/watch?v=u9l9qwflJTE