Cidades

Comitê entra com solicitação na SMTT para reduzir passagem de ônibus a R$ 3,15

33 entidades e movimentos sociais assinam o pedido protocolado no órgão municipal

Por Tribuna Hoje 03/01/2019 14h58
Comitê entra com solicitação na SMTT para reduzir passagem de ônibus a R$ 3,15
Reprodução - Foto: Assessoria
O Comitê em Defesa do Transporte Público de Qualidade, formado por membros de várias entidades e também de movimentos sociais, protocolou um ofício na manhã desta quinta-feira (3) na sede da Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT) visando a redução do preço da passagem de ônibus em Maceió. O valor, atualmente em R$ 3,65 e com solicitação das empresas de transporte coletivo para aumentar a R$ 4,15, deveria baixar a R$ 3,15 segundo a solicitação feita ao órgão municipal. O pedido, que pode ser lido na íntegra ao final do texto, leva em consideração dados como as recentes pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que divulgaram que 800 mil pessoas em Alagoas vivem abaixo da linha da pobreza, que o estado tem a segunda menor média salarial do país e a segunda maior taxa de desempregados do Brasil. Além disso, somente em Maceió, 40% da população vive com até metade de um salário mínimo. A proposta das empresas do transporte público em reajustar o atual valor a R$ 4,15, sendo este um aumento de 13,7%, é considerada 'gananciosa' pelo comitê responsável pela solicitação. "[a proposta] tem por objetivo apenas aumentar os lucros dos empresários e prejudicar ainda mais a vida da população", diz o ofício. Outro ponto ressaltado é a qualidade do serviço prestado pelas empresas. "Para piorar, o serviço oferecido pelas empresas é reconhecidamente de péssima qualidade. Quem necessita do transporte coletivo sofre com longas esperas nos pontos e terminais, com ônibus sujos e superlotados", declara o posicionamento do comitê em outro trecho. O Sindicato das Empresas de Transporte de Urbano de Passageiros (Sinturb) também foi citado na solicitação. O grupo argumenta que as justificativas para o aumento feitas pela entidade sindical são frágeis. "'a perda de passageiros para o transporte clandestino' e 'variação do preço do diesel'. Ora, se o valor da passagem do ônibus aumenta é natural que as pessoas procurem alternativas de locomoção. Além disso, no último período, tem sido adotada uma política federal de redução no valor do diesel", informa o comitê. As 33 entidades e movimentos sociais que assinam a solicitação pedem que seja feita a redução do valor com base na mesma taxa que as empresas queriam colocar no aumento, 13,7%. Assim, a passagem cairia a R$ 3,15. Outra reivindicação é a planilha financeira das empresas de transporte. "É preciso tornar pública a informação da margem de lucro de cada uma das empresas que prestam esse serviço à população", encerra o documento. Solicitação (Foto: Reprodução) Confira o texto na íntegra: COMITÊ EM DEFESA DO TRANSPORTE PÚBLICO DE QUALIDADE Ofício 01/2018 Assunto: Solicitação de redução no valor das tarifas de transporte Os trabalhadores e cidadãos de Maceió e do estado de Alagoas estão entre os que mais sofrem com os efeitos da crise econômica que passa o país. Os dados são alarmantes: 800 mil pessoas vivem abaixo da linha da pobreza em Alagoas, o estado possui a segunda menor média salarial do país e a segunda maior taxa de desempregados do Brasil, chegando a 17,3%. Em Maceió, segundo o IBGE, aproximadamente 40% da população vive com até metade de um salário mínimo. Apesar disso, não bastasse o reajuste que os empresários do transporte tiveram no valor da tarifa em fevereiro de 2018, passando de R$ 3,50 para R$ 3,65, apresentam agora uma nova proposta de reajuste de 13,7%, alterando o valor para R$ 4,15. Como se vê, trata-se de uma proposta gananciosa, que tem por objetivo apenas aumentar os lucros dos empresários e prejudicar ainda mais a vida da população. A verdade é que, dada a situação socioeconômica da população e a comparação do valor das passagens com outras cidades do país, como é o caso de Macaé, no Rio de Janeiro, que possui a taxa de apenas 1 real para os ônibus, o atual valor da tarifa em Maceió já é altamente abusivo. Para piorar, o serviço oferecido pelas empresas é reconhecidamente de péssima qualidade. Quem necessita do transporte coletivo sofre com longas esperas nos pontos e terminais, com ônibus sujos e superlotados. Ademais, a justificativa de reajuste apresentadas pelo Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros – SINTURB, são frágeis: “a perda de passageiros para o transporte clandestino” e “variação do preço do diesel”. Ora, se o valor da passagem do ônibus aumenta é natural que as pessoas procurem alternativas de locomoção. Além disso, no último período, tem sido adotada uma política federal de redução no valor do diesel. Diante do exposto, reivindicamos: 1) Diminuição no valor das tarifas do transporte público em 13,7%. Passando dos atuais R$ 3,65 para R$ 3,15; 2) Planilha financeira das empresas de transporte. É preciso tornar pública a informação da margem de lucro de cada uma das empresas que prestam esse serviço à população. Assinam: 1. C.A de historia -UFAL 2. Movimento Afronte 3. União da Juventude Rebelião- UJR 4. Unidade Popular – UP 5. Movimento Correnteza 6. Sindicato dos Auxiliares de Administração Escolar da Rede Estadual de Educação 7. Associação dos Docentes da Universidade Federal de Alagoas-Adufal 8. Coletivo Cia Hip Hop de Alagoas 9. Coletivo Para Todos 10. Partido dos Trabalhadores – Maceió 11. Federação dos Estudantes de Escolas Técnicas – FENET 12- Partido Socialismo e Liberdade – Maceió 13 – Centro Acadêmico de Filosofia – UFAL 14- Coletivo Antiproibicionista de Alagoas – CANAL 15- Coletivo Massunim de Redução de Riscos e Danos 16- centro acadêmico Guedes de Miranda / direito ufal 17- União da Juventude Comunista- UJC 18- Centro Acadêmico Urucum Construção e Resistência / agroecologia 19- Centro acadêmico rosa Luxemburgo / serviço social- ufal 20- ACTA– Associação Comunitária do Tabuleiro e Adjacências. 21- Associação de Negros e Negras da Ufal (ANU) 22. Sindicato dos Trabalhadores da Universidade Federal de Alagoas-Sintufal 23. Resistência Popular Alagoas 24 – Sindicato dos Servidores Públicos Federais da Educação Básica e Profissional no Estado de Alagoas – SINTIETFAL 25. Juventude Socialista PDT de Alagoas – JSPDT/AL 26 – Sindicato dos Professores da Rede Privada – SINPRO/AL 27 – Federação Interestadual dos Trabalhadores em Estabelecimentos Privados de Ensino do Nordeste – FITRAENE 28 – Centro Acadêmico de Arquitetura e Urbanismo – UFAL 29 -Juventude do PT Alagoas 30- diretório acadêmico de computação – UFAL 31 – Centro Acadêmico de Geografia – UFAL 32 – Centro Acadêmico de Medicina – UFAL 33 – Centro Academico de Psicologia CESMAC.