Cidades

Oficina Ortopédica atende cerca de mil pessoas por ano

Projeto da Pestalozzi realiza conserto e adaptação gratuitos em equipamentos de locomoção para adultos e crianças

Por Texto: Lucas França com Tribuna Independente 25/12/2018 10h05
Oficina Ortopédica atende cerca de mil pessoas por ano
Reprodução - Foto: Assessoria
A Associação Pestalozzi de Maceió atua na cidade há 41 anos e desenvolve um trabalho voltado para a inclusão da pessoa com deficiência, através da educação, da assistência social e da saúde. No total são 13 unidades atendendo nos diversos bairros de Maceió. Mas o que muita gente não sabe são ações e projetos realizados pela instituição. Um deles é a Oficina Ortopédica Fixa Tipo I que conserta e faz adaptação em equipamentos para pessoas com deficiência e atende cerca de mil pessoas anualmente. De acordo com a coordenadora da unidade do Farol, Verena Ferrari, a oficina foi criada em 2016 e tem como objetivo proporcionar uma qualidade de vida melhor e com mais autonomia, visando o bem-estar, o conforto da família e dos usuários. “O projeto funciona pensando na necessidade dos usuários. Aqui, é feita uma avaliação, antes, durante e pós-entrega dos equipamentos. Estamos aptos a fazer a manutenção em equipamentos, assim como fazer a personalização que o usuário deseja. É um trabalho humanizado”, ressalta. A oficina funciona todos os dias e desenvolve um trabalho de manutenção, adaptação e conserto de equipamentos de auxílio à locomoção, como cadeiras de rodas e de banho, andadores, muletas e diversos tipos de próteses para adultos e crianças. Verena Ferrari explica que o trabalho é feito justamente para proporcionar conforto e bem-estar aos pacientes e que todo o serviço é feito de forma gratuita. “Tudo é realizado com recursos concedidos pelo SUS [Sistema único de Saúde], através de concessão. Aqui costumamos dizer que de fato o SUS funciona”. A presidente da Pestalozzi de Maceió, Tereza Amaral ressalta a importância da valorização da pessoa com deficiência. “O trabalho que realizamos na oficina é desenvolvido com muito esforço. Cada peça colocada, cada ajuste realizado visa sempre o melhor para os nossos usuários”. A oficina é aberta ao público, e todo aquele que precisar dos serviços pode procurar a unidade de segunda à sexta, das 7h às 11h, na rua Comendador Firmo Lopes, 211- Farol. Outras informações também podem ser tiradas pelo telefone: (82) 3201-2355. “É gratificante ver o sorriso dos usuários quando realizamos a entrega de cadeira de rodas. Nossa unidade conta com profissionais que estão engajados do início ao fim e que prezam pela inclusão da pessoa com deficiência”, explica a coordenadora da unidade, Verena Ferrari. “Trabalho é humanizado para proporcionar conforto e bem-estar” A fisioterapeuta da unidade Anne Caroline explica que todo o trabalho é feito de forma humanizada para proporcionar o conforto e bem-estar do usuário. “Eles não apenas recebem o equipamento. Fazemos uma triagem - uma forma de estudo para avaliarmos a real necessidade do paciente. Cada um tem uma necessidade individual”, avalia. [caption id="attachment_268564" align="aligncenter" width="683"] Anne Caroline explica que serviço prestado vai além do espaço da unidade (Foto: Sandro Lima)[/caption] Segundo a profissional, o paciente chega com o laudo e lá, é avaliada qual a melhor maneira de serem feitas as manutenções. “Fazemos a avaliação geral, tiramos as medidas, realizamos um treinamento... enfim, fazemos os testes”. VISITAS TÉCNICAS Anne explica que o serviço prestado vai além do espaço físico da unidade. “Não é apenas entregar uma cadeira de roda motorizada, ou outras com ajustes. Temos que ver se o usuário vai estar apto a usá-la. Se é o que ele precisa. Aqui temos um circuito para os testes. Avaliamos as condições de cada um de forma individual, verificamos as condições físicas. Observo a percepção auditiva, visual e motora para confeccionar o laudo e dizer o que ele precisa”, explica a fisioterapeuta. A profissional disse ainda que antes da entrega, que geralmente é entre dois a três meses, a equipe faz uma visita na localidade onde possivelmente o paciente vai usar o material. “Temos que ver isso, porque não adianta o deficiente ter uma cadeira motorizada, por exemplo, e o local que ele mora seja de difícil acesso, não tenha como ele se locomover. Então, tem que ser visto tudo isso”. O trabalho das equipes da oficina de fato vai além da unidade ou da sala de confecções das manutenções e personalização. Segundo Verena e Anne, é realizado acompanhamento e, quando há solicitação, os profissionais se deslocam para atendimento domiciliar. “Os pacientes que não têm como se locomover para vir até a unidade, a gente vai até ele”, comentam. Segundo as profissionais, com a oficina a procura por ajustes e personalização aumentou. “Muita gente nos procura para adaptar sua cadeira, seu andador, muletas. Outras para trocar o estofado, ajustes nos raios”. Para a coordenadora, a felicidade de quem recebe o equipamento é gratificante. “Ver o sorriso dos usuários quando realizamos a entrega de cadeira de rodas é muito bom. Nossa unidade conta com profissionais que estão engajados do início ao fim e que prezam pela inclusão da pessoa com deficiência”. Cadeirante passa de usuário a voluntário na oficina O cadeirante José Antônio é um dos beneficiados pela Oficina Ortopédica Fixa Tipo I. Ele teve a cadeira ajustada para a sua necessidade e garante que a vida melhorou bastante. “Tenho maior conforto e qualidade de vida. É um trabalho excelente e vale ressaltar que é de graça”. Antônio gostou tanto do trabalho da equipe que resolveu aprender também para ajudar outras pessoas. “Eu ficava em casa sem fazer nada. Então, conheci o projeto e pedi para aprender. Estou a mais de um mês e pretendo continuar. Sou voluntário e sinto um prazer em saber que estou ajudando as outras pessoas que têm as mesmas necessidades que eu a se sentirem melhor”, comenta. Já Edson Jacinto não tem nenhuma deficiência e é funcionário da unidade, trabalha na oficina há um ano, ele explica que é responsável pela parte de pinturas e trocas de estofados. “Eu faço montagem, pintura, costura de estofados e sodagem. Eu já trabalhava antes nessa área, mas pintava bicicletas. Aí uma vez insisti para o meu amigo João Tenório, que já era daqui da oficina, para eu pintar a cadeira de rodas dele. Fiz isso, ele gostou e acabei vindo para cá”, conta. Edson disse que o trabalho é interessante e acima de tudo satisfatório porque sabe que está ajudando outaras pessoas. “Mesmo de maneira simples, ou apenas um pouco estamos facilitando a vida de alguém para o melhor. Ver a alegria de uma criança é essencial. Elas chegam a vibrar quando recebem suas cadeiras personalizadas. Geralmente trabalhamos com a cor padrão, mas fazemos as personificadas”. Antônio lembra que tem muita gente que chega ao local com as cadeiras ou outros equipamentos de locomoção totalmente destruídos e recebe eles totalmente restaurados. “Isso é muito bom. De fato emociona. E sem contar o atendimento, que de fato chamo de humano”.